sexta-feira, 12 de setembro de 2014

TERRORISMO: novo verbete político

disponivel na AMAZON.COM livros de autoria de prof Msc Roberto da Silva Rocha Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político O terror no mundo globalizado tem tomado quatro vertentes distintas tamanha a sua generalização e banalização. Estas vertentes do terror moderno se dividem em duas categorias principais e duas variantes secundárias, formando assim dois critérios e dois subgrupos. Os dois critérios principais são tomados em relação à presença da hegemonia ou à não-hegemonia do atacante ou agente do terror; os dois subgrupos seriam os derivativos organicismo e voluntarismo. Utilizando o conceito de hegemonia de Gramsci que significa dominação completa sem permitir contestação e qualquer disposição de reação. O ataque às torres gêmeas do World Trade Center em onze de setembro de 2001 representaria a categoria terror não-hegemônico; a intervenção militar seria a categoria terror hegemônico. Os subgrupos derivativos das categorias mencionadas seriam: a) o onze de setembro, representando o terror orgânico, que exige alto grau de sofisticação, ações de grande envergadura e articulação entre os executores; b) o homem-bomba palestino representaria o outro subgrupo, o das ações de pequena envergadura, constantes, e voluntaristas. O onze de setembro de 2001 foi uma ação preparada com extremo profissionalismo, exigiu grande preparação e sucedeu no mais absoluto sigilo, causando terror após sua consumação pela audácia, surpresa e grau de eficiência, pela alta relação custo/efeito tanto material, como social, político, econômico e militar que causou com recursos completamente não militares. O terror fora causado mais pelas conseqüências e pela sensação de impotência diante do acontecido do que pela sua preparação e destruição. A intervenção militar no Kwait, por exemplo, ou no Afeganistão, aterrorizou todo um país antes de sua consumação, no caso do Iraque, onde durante cem dias antes do ataque a população sentiu o peso da ameaça que pendeu sobre si da guerra anunciada pelos EUA onde as populações fugiam como baratas para tentar escapar da mão pesada da maior força militar da história do homem: alguns não tinham recursos nem idéia para onde fugir; apenas esperam e torceram para que as bombas errassem os alvos, ali sofreram o terror de cada expectativa de ataque como o desfecho fatal. Imagine se o presidente dos EUA anunciasse que bombardearia o Brasil: que alternativa teria a população para proteger-se de tal agressão? Este é o terror hegemônico do tipo orgânico, conhecendo as conseqüências de um ataque da maior potência militar da história da humanidade, sabendo que nada pode deter esta espetacular máquina de guerra, esta expectativa de ameaça por si só constitui-se no maior terror do que o ataque propriamente consumado. Imagine um homem-bomba explodindo-se diante da casa de seu vizinho. Diante da mais completa impotência para deter uma pessoa determinada a se imolar para levar a cabo este dano fatal, nada se pode fazer a não ser esperar não ser a próxima vítima. Este é o tipo terror não-hegemônico voluntarista. Ambas categorias de terror retiram de suas vítimas qualquer capacidade de defesa, ficando completamente vulneráveis e sem qualquer alternativa para evitarem o desfecho pretendido pelo agente do terror. Desta forma, a categoria “terrorismo” deve ser revista para incluir estas duas vertentes a partir da definição de que terror é a capacidade de retirar da vítima qualquer possibilidade de defesa diante de uma ameaça acima de sua capacidade de reação, deixando-a completamente a mercê das ações violentas sem outra alternativa a não ser a de aceitar a fatalidade. Isso é terrorismo: sob quaisquer das suas formas, é uma violação psíquica.

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