seção de comentários sobre temas sociais do professor politólogo e filósofo Roberto Rocha "o Neguinho"
segunda-feira, 14 de dezembro de 2015
As lições que Jó não entendeu
disponivel na AMAZON.COM livros de autoria de prof Msc Roberto da Silva Rocha
Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político
As lições de Jó
A parte mais complexa dos evangelhos presente no Novo Testamento diz respeito a uma das retificações concernentes à doutrina de Jesus e a sua promessa pós ressurreição.
Poucos ou quase nenhum dos doutrinadores cristãos aceitam a fala de Jesus revelada a São Tomé que duvidara que Jesus tivesse ressuscitado, aliás os onze apóstolos também estavam igualmente incrédulos desse milagre, não acreditaram que Jesus tivesse vencido a morte, mas este teve mesmo assim o privilégio de assistir a última intervenção do Jesus desencarnado.
Foi o último milagre de Cristo.
Todo milagre feito após este encontro é pura manifestação do poder do homem de fé.
A era dos milagres terminou com a crucificação de Cristo.
Os milagres depois da morte de Jesus são obras humanas em nome da fé em Jesus, adjudicadas pelo Espírito Santo de Deus aos ungidos de Deus.
Deus não obedece nem atende aos pedidos e nem às súplicas humanas.
Deus faz ou deixa de fazer independentemente das nossas vontades.
Nada podemos fazer para sermos abençoados.
Quem viveu a era dos milagres do Velho Testamento teve a chance de ver a voz diretamente de Deus e os seus milagres testemunhados pessoalmente.
Mas a maioria, infelizmente desdenhou e ignorou os profetas, os apóstolos e a Deus, na presença dele e de seu filho Jesus pessoalmente aqui entre os humanos.
Portanto, não há motivo para Deus desperdiçar a sua graça de novo, pois os humanos se recusam e se recusaram a acreditar na presença e na existência de Deus, e uma nova chance de milagres somente se dará no dia do juízo final.
Portanto, as orações, preces, promessas e qualquer sacrifício para obter uma graça de Deus é totalmente ineficaz, pois Deus não mais interfere na humanidade diretamente desde que a missão de Jesus terminou com a crucificação aqui na terra.
Todo cristão deveria ter em mente que nada pode modificar, influir, alterar ou mover a vontade de Deus.
Hoje somos dependentes dos apóstolos de Deus para recebermos milagres, são os pastores, pregadores e até mesmo ateus, pois Deus usa quem bem ele quiser para fazer milagres, mas, deixou uma ordem, uma prova para sabermos quem seriam os verdadeiros apóstolos de Jesus através do teste em Marcos 16.14-18
Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhe a incredulidade e dureza de coração, porque não deram crédito aos que o tinham visto ressuscitado.
E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.
Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condena
Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas;
Pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.
Quantos líderes religiosos ou evangelistas, sem mencionar pastores e presbíteros, passariam nesse teste de santidade? Estão preparados para pegarem em serpentes e beberem venenos sem violação física? Espero que sim e que façam isso ao vivo pela televisão diante da plateia de fiéis, este sim o verdadeiro e autêntico milagre.
Mas, muitos querem e se dizem no poder de curarem e de proclamarem visões espirituais.
A idolatria humana é seletiva e abstrata: acreditamos em ídolos em suas falsas vidas glamorosas do Star System hollywoodiano, acreditamos na novela e nos seriados de TV como os Harry Poter e Senhor dos Anéis, acreditamos em histórias de vampiros apaixonados por humanos em Crepúsculo e nos mortos vivos de Walking Dead, mas não creem em OVNIs e em ETs, porque exigem evidências materiais concretas de suas existências, para quem duvidou de Jesus Cristo, como os onze apóstolos, (judas já era morto por suicídio), por isso é que fez com que Deus se arrependesse da criação do homem, de ter destruído várias cidades, de ter inundado a Terra com dilúvio, mesmo assim, a incredulidade seletiva do homem é uma característica notavelmente persistente.
Acreditamos no vento, na corrente elétrica, no calor e no átomo que não podemos ver nem tocar, podemos sentir seus efeitos, mas não acreditamos na alma, no espírito, na imortalidade.
Deus no seu poder discricionário decidiu criar o universo, ou o multiverso, o transverso, e numa rocha estéril, a terra, criou condições para sustentar a vida abundante que ele trouxe para aqui, por que ele quis, simplesmente.
Bem assim, em uma disputa com Satanás, ex anjo divino, permitiu que este ferisse e desgraçasse a vida de seu fiel servo Jó, conforme a Bíblia relata, porque fez isso, não nos cabe perguntar nem saber, mas as lições não foram devidamente absorvidas, nem esta história nunca foi bem explorada, apenas destaca-se a grande fé de Jó. O que fica de sobra é a pergunta não respondida: precisava deixar Jó sofrer apenas para disputar com o Diabo se a sua criatura humana era tão justa e correta?
A resposta é: Deus provou que não se submete aos juízos humanos, e ponto.
Não nos cabe fazermos juízos de Deus, apenas acatarmos os seus desejos, nem sempre bons, nem sempre maus. Desejos divinos. Nem todo castigo é maldição, nem toda prova é consequência de nossos atos, apenas vontade de Deus. Jó experimentou isso, amargamente, porque era reto demais aos olhos de Deus.
A lição que Jó não percebeu, e os pastores e evangelistas que dócen a história de Jó é apercepção que fugiu também a Jó de que as riquezas terrenas não são perpétuas, as riquezas terrenas não são importantes, que as riquezas terrenas não são os propósitos da vida na terra, que as riquezas terrenas não devem nos condicionar o nosso bem viver, a nossa disposição, a nossa alegria de viver e não podemos ser dependentes espirituais das riquezas materiais, não devem as riquezas serem o nosso sustentáculo e as nossas razões de alegria e de vida.
Riquezas vão e vem, independentemente de nossa competência em administrá-las, independentemente das contingências políticas, econômicas, ambientais, mercadológicas, apenas dependem principalmente de forças as quais estão fora de nosso controle e conhecimento técnico, científico, cognitivo e intelectual.
Como a morte que nos rouba de repente um ente que na nossa concepção não estaria pronto para partir da terra, supomos que podemos saber as nossas chances de não morrermos. Mas a morte surge quando menos se espera e para quem menos estão as expectativas de encerrarem a sua passagem na terra, supomos saber as chances de cada um de morrermos ou não. A morte surge como uma ladrão à noite para nos roubar a vida e não podemos negociar quando ela nos vem. Pensamos estarmos relativamente seguros quanto as nossas chances de morrermos.
Jó não cogitava que tudo que possuía criava uma sombra sobre a sua pessoa e sobre a sua rede social. Não mais era Jó quem importava na sociedade, eram as suas posses, Jó sem riquezas era o nada. Isso a miséria o fez saber. Então, afora a fé, qual era a outra riqueza intangível que Jó construíra em sua vida?
Jó não construiu na sua passagem sobre a terra nada que pudesse ser lembrado após a sua morte, nenhum livro, nenhuma obra, nenhum grande feito político, religioso, econômico, social, histórico, era o nada, além da sua riqueza, e se não fosse por Satanás, nem seria lembrado pela Bíblia Sagrada.
Então, começamos a ver a genialidade de Deus, ao permitir que Jó fosse virado de avesso. A vida de Jó era vazia, como é a vida de muitos bilionários, pessoas ricas que tem uma existência inútil e vazia. Seus filhos viviam em banquetes e festas sem fim, nada acrescentavam de valioso de valores intangíveis em suas vidas.
A verdadeira inutilidade da riqueza vazia de valores espirituais.
A riqueza de Jó não era a causa de sua espiritualidade.
A família de Jó sofria da maldição da riqueza, a mesma que se abate sobre as celebridades do mundo atual, como Madona, Michael Jackson, e Justin Bieber, que sufocados pelas riquezas acabam sucumbindo a elas.
Então Deus quis usar da Jó para nos mostrar os vícios que a riqueza faz ao trocar coisas importantes, ao esvaziar as relações naturais da vida e substituir todos os propósitos e todos os significados pelo dinheiro e bens, e quando saem deixam um enorme e insubstituível vazio.
Não pode a riqueza substituir os verdadeiros valores espirituais, materiais, sociais, políticos, econômicos e éticos da nossa vida.
A riqueza não pode ser o tudo.
Saber gerir apropriadamente o patrimônio é uma habilidade rara entre os habitantes deste planeta.
De modo geral, as pessoas são escravas do dinheiro.
Poucas são aquelas que conseguem governar com sabedoria a fortuna, grande ou pequena, que se encontra sob seu encargo.
A maioria, quando tem alguma riqueza, ou a esbanja num consumismo descomedido, ou a acumula cada vez mais no seu pão-durismo. Nesse caso, "o dinheiro é como a água do mar; quanto mais uma pessoa bebe, mais sede sente".
A prosperidade, o prestígio e o poder são mais ameaçadores do que a falta de posse, o desprestígio e a fraqueza.
A soberba da riqueza é muito mais perigosa do que o colapso da pobreza. Isso não significa que a riqueza seja incompatível com a vida autêntica, mas nela corre-se mais risco de auto-suficiência do que nos limites da necessidade.
A autonomia humana é o extermínio da confiança nos outros. Por isso, um sujeito independente é alguém insuportável, ingovernável.
O dinheiro não é uma ferramenta passiva. Ele é uma coisa que ganha poder de um personagem e obtém domínio sobre as pessoas.
No tronco do dinheiro existe um componente emocional que o eleva à condição de dominador.
O dinheiro não tem o condão de mudar as expectativas e o comportamento humanos:
a) uma pessoa pobre triste provavelmente continuará a ser uma pessoa rica, porém triste;
b) uma pessoa pobre introvertida continuará a ser uma pessoa rica introvertida;
c) uma pessoa alegre pobre provavelmente continuará a ser uma pessoa rica alegre;
d) uma pessoa pobre intelectualizada continuará a ser uma pessoa rica intelectualizada;
e) uma pessoa pobre e superficial, tosca, fútil, provavelmente continuará a ser uma pessoa rica superficial, tosca e fútil;
f) uma pessoa pobre soberba e arrogante provavelmente continuará a ser uma pessoa rica soberba arrogante;
g) uma pessoa pobre egoísta provavelmente continuará a ser uma pessoa rica e egoísta;
h) uma pessoa pobre generosa, paciente provavelmente continuará a ser uma pessoa rica generosa e paciente;
i) uma pessoa pobre honesta provavelmente continuará a ser uma pessoa rica honesta;
j) uma pessoa pobre desonesta continuará a ser uma pessoa rica desonesta;
k) uma pessoa pobre impaciente, agressiva provavelmente continuará a ser uma pessoa rica impaciente e agressiva;
l) uma pessoa pobre indecisa provavelmente continuará a ser uma pessoa rica indecisa;
m) uma pessoa pobre burra provavelmente continuará a ser uma pessoa rica burra;
n) uma pessoa pobre de mau gosto provavelmente continuará a ser uma pessoa rica de mau gosto;
o) uma pessoa pobre exigente provavelmente continuará a ser uma pessoa rica exigente;
p) uma pessoa pobre mal-educada provavelmente continuará a ser uma pessoa rica mal-educada;
q) uma pessoa pobre caridosa provavelmente continuará a ser uma pessoa rica caridosa.
Porque a riqueza não tem o poder de superar as limitações psicológicas que nenhuma terapia ou tratamento psicológico conseguiria a muito custo, sem consumir longos anos de condicionamento por que o dinheiro não teria este poder.
Atribuir à riqueza a mudança de comportamento das pessoas não passa de desculpa para o efeito da maior visibilidade que os ricos gozam na sociedade, tornando-os alvo predileto da cobiça, da inveja e da censura mais do que qualquer outra situação de status econômico, social, político, intelectual trazido pela situação de celebridade associada à riqueza.
Os ricos possuem tantos defeitos e qualidades quanto qualquer ser humano, a diferença é que a riqueza pode por em destaque aquilo que os pobres também fazem no anonimato da pobreza que não lhes garante a ribalta ou um palco onde as suas qualidades ou defeitos são exponenciamente reverberados e publicizados apenas porque eles são os ícones sociais das pessoas que almejam a sua posição na sociedade em virtude da riqueza, por isso se interessam doentiamente por tudo o que eles fazem e eles o fazem porque na maioria das vezes gozam deste palco para se destacarem e seduzirem multidões a cada passo que dão.
Seria reduzir a condição humana meramente à questão da posse ou não de riqueza. Isto seria um reducionismo que anularia qualquer outra motivação para os atos humanos.
Para começar existem limites físicos para se gozar da riqueza:
a) existe limite para a ingestão de alimentos e líquidos no corpo humano, cujo excesso pode provocar efeitos contrários às expectativas de satisfação gastronômica;
b) existem limites à posse de bens, cujo excesso pode provocar o impedimento da fruição dos mesmos bens adquiridos em quantidades tais que não podem ser desfrutados;
imagine quem tivesse 365 imóveis e o mesmo número de automóveis: como seria possível desfrutar de cada um deles? Seria um esforço extenuante que ao final anularia o prazer de adquiri-los; assim se sucede com coleções enormes de outros bens materiais pessoais como bolsas, celulares, ipad, motos, roupas, relógios, etc.
Isso obrigaria o rico a ser seletivo para adquirir bens que possam realmente trazer satisfação, e para trazer a esperada satisfação. É preciso ter a possibilidade de usá-los, e isto somente é possível se tiver acesso real aos bens contáveis adquiridos em quantidades administráveis, ou seja, em quantidades modestas: necessárias e suficientes.
A aquisição da primeira Ferrari ou Mercedes tem muito maior importância subjetiva e valor do que a aquisição da vigésima Ferrari ou Mercedes, que de tão comuns passam a ter valor relativo menor, isto nenhum rico pode impedir que aconteça, então, a moderação na posse dos bens não tem nada a ver com a capacidade de aquisição do bem e sim com a sua escassez; tem mais a ver com a qualidade, e não com a sua abundância.
O treinamento social para a riqueza começa no berço; pessoas que nasceram em um lar abastado financeiramente não entram em pânico diante da súbita abundância.
O que então faz uma pessoa rica infeliz?
O grande vazio existencial que nem o dinheiro pode preencher ou repor.
a) Desejos facilmente atendidos e satisfeitos;
b) Desejos nunca totalmente satisfeitos ou nunca atendidos;
c) Finalística: o sentido de finalidade existencial e material.
O enorme vazio deixado no interior do sentimento e das expectativas do ser humano ocidental que colocou na saciedade dos desejos a razão de ser da existência feliz.
A dor e o desconforto da abstinência assim com a saciedade dos desejos acabam deixando um enorme vazio. Este paradoxo da eterna insatisfação quer seja da fome, sede, solidão, quietude, paz, os deixam desnorteados e sem estímulos.
Então a falta de estímulos e de desafios deixa os nossos sentidos inativos, trazendo uma sensação de incompletude física, psicológica, fisiológica, espiritual, sentimental, sexual, material e intelectual.
Nós, seres humanos ocidentais abominamos a matéria mais abundante do universo que é o vazio, o espaço, o vácuo, o nada.
Então somos compelidos a sempre preenchermos os espaços vazios do: corpo, da alma, do espírito, da ciência, do conhecimento, das causas, da razão, do estômago, dos desejos, dos instintos, do sexo, da religião, de afeto, enfim tudo, o futuro fica como um repositório a ser preenchido das realizações saciadas; não admitimos que a fome, a sede nunca serão saciadas de uma vez por todas, será que sempre repetiremos o ritual insano de tentarmos apagar este fogo que sempre retorna intenso e inelutável da fome e da sede!
A busca do fim das coisas, a busca da finalidade, Finalística transcendental, a busca da razão, do motivo, das causas últimas de tudo, tem nos atormentado como uma obrigação intelectual, espiritual, afetiva, emocional e filosofal. Tudo deve (deveria) ter um começo e deverá (deveria) chegar a um fim.
Assim tudo ficaria completo em seus devidos lugares, em nome da razão.
A idéia do eterno, do acaso nos incomoda, instiga, perturba e nos inquieta.
A idéia de falta de finalidade, do vazio, do nada, do infinito não faz parte da lógica humana ocidental.
Nascemos para quê? Viemos de onde? Precisamos calar os vazios e responder a essas perguntas e obtermos todas as causas e razões, os motivos e as motivações para todos os atos e fenômenos que acontecem. Precisamos estabelecer uma cadeia causal-temporal para todos os eventos de acordo com as expectativas partindo do anterior para o posterior, do passado para o presente e do presente para o futuro.
Acreditamos que a riqueza vai nos saciar os desejos todos, mas quando isto acontece, surgem novos desejos e então vem a mãe de todos os desejos que é o desejo de ter um desejo não imaginado, e não saciado, novos desejos a satisfazer.
A falta de um novo desejo cria um vácuo impossível de ser preenchido por que o novo desejo não foi sequer identificado, materializado, formulado, concebido, é um não sei o que eu queria, mas não descobri ainda o que é...
O resultado disto é: apatia, loucura, vícios, suicídio anômico, indiferença, agressividade, perda dos valores sociais, desorientação, paixão irrefreada, ódio, enfim, todos os sentimentos extremos, inversão de formas de busca de prazer, obsessão pelas novidades e por novos caminhos, novas concepções da realidade.
O que fez com que aos poucos grandes ídolos escrevessem dia-a-dia o script do fim de suas vidas muito antes do que se poderia esperar do dia de suas repentinas, mas nunca surpreendentes mortes: Michael Jackson, Whitney Houston, Amy Winehouse, Elvis Presley, Merilyn Monroe, Princess Diana, Howard Hughes, James Dean, Renato Russo, Elis Regina, ou a decadência fulminante de Mike Tyson, Luis Estevão, Joaquim Roriz, Xuxa, Renan Calheiros, Macaulay Culkin, Fifty Cents, Renato Rocha.
Há pessoas que não estão preparadas para serem ricas. Outras não estão preparadas para as adversidades na vida. O que existe em comum entre elas?
A riqueza pode matar aquele que não foi preparado para viver nela: começa com uma depressão, passa à fase de culpa por ser tão rico, depois vem o medo de perder tudo, aí vem o desespero, por fim a angústia existencial, e acaba sem saída.
Mas, também existem aqueles que não conseguem enfrentar as adversidades na vida, quando vêem frustradas expectativas e desejos não concretizados, apesar de lutarem para atingirem os seus objetivos.
A segunda lição que Jó foi objeto é que a riqueza não é o sinal definitivo das bênçãos de Deus aos justos que andam no caminho reto do Deus.
Riquezas são bônus temporários na terra porque a nossa vida na terra é contingente e mais que tudo nossa passagem aqui é fugaz e transitória, muito rápida e não é o fim de tudo.
O fim de tudo é a eternidade espiritual, quanto mais apegados estamos aos bens materiais menos a vida espiritual pode se desenvolver plenamente porque ambas estão em planos que não convergem nem tem relações de continuidade. São planos distintos que não guardam correlação.
Isto elimina qualquer dúvida com relação à propriedade doutrinária da teologia da prosperidade se ainda houver esta discussão.
Mas, o erro crasso de Jó foi fazer juízo dos desígnios de Deus a partir de suas próprias razões, Deus nunca se submeterá a qualquer juízo. Deus é absoluto. Jó nunca percebeu, entendeu ou aceitou a inviolabilidade de Deus.
Então começa Jó a se defender perante a sociedade para justificar o seu estado miserável na esperança de se convencer e aos demais da expectativa de um julgamento justo, a seu juízo, do comportamento de Deus e de sua coerência sem atentar que Deus não se submete a Juízos, jamais. Deus é absoluto em tudo. Os juízos de Deus não são os mesmos juízos dos humanos.
Disse Deus a Jó. Jó 40.8 “Porventura, também farás tu vão o meu juízo ou me condenarás, para te justificares?”
A terceira lição que Jó não aprendeu é que os filhos queridos de Deus podem pegar resfriado, podem adoecer, podem cair em miséria, podem ser mal sucedidos como qualquer pessoa, os ímpios podem prosperar e morrerem em luxo, que nada disso determina juízos sobre a vontade absoluta ou depõe contra Deus em seus desígnios.
Qual a lição a ser entendida de toda a vida de Jó? É que a vida na terra é apenas uma passagem menor da vida espiritual, e os valores que contam na terra não passam necessariamente pelos valores materiais, nem pelo reconhecimento social, mas antes pelas obras realizadas por amor. O amor sim é tudo na vida terrena.
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