Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político
O perigo da relação monogâmica
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Cerca de 73% dos crimes de homicídio são de autoria de um parceiro contra o outro parceiro de uma relação sentimental ou de uma situação conjugal, nos EUA; no Brasil, as relações entre casais são responsáveis, nas estatísticas, por cerca de 85% dos crimes de homicídio.
Encontrar a saída para a maior armadilha dessa tragédia humana - que é baseada no amor e na afeição que leva a ocupação de mais de três em quatro homicídios, - isso merece uma reflexão e uma explicação.
Porque os casais que começam com presentes, promessas, muito carinho e termina quase sempre em agressões e mortes?
Podemos diminuir essas estatísticas de mortalidade e letalidade entre os casais?
O sentimento se sobrepõe ao lado material, e, de uma forma, contra o lado chamado racional; na verdade, somente os animais superiores possuem essa habilidade de desenvolverem afeto entre os seus semelhantes da mesma espécie, e em determinada fase etária, sendo que alguns desenvolvem laços afetivos eternos, que terminam apenas com a morte do companheiro de vida, como nos casos dos casais: de cismes, nos casais de pinguins, nos casais de orcas, nos casais de leões, Tigres, Ursos, Macacos que vivem com seus parceiros até a morte ou com o seu harém até serem mortos ou expulsos por outros machos alfa dominantes.
O último degrau que iguala a inteligência entre os seres humanos e animais é a capacidade de desenvolver um sentimento de afeto que as espécies, em geral, não conseguem desenvolver para proteger seus nascituros, ou ficarem juntos depois de se cortejarem e se casarem, são quase humanos no aspecto de sofisticação de desenvolvimento de um complexo cognitivo de inteligência do cérebro superior.
Porém, o grau mais elevado de inteligência complexa somente foi conquistado pela humanidade nos prováveis últimos 6000 anos quando os humanos inventaram a religião e depois criaram a Filosofia, a partir destes dois passos evolutivos nos tornamos civilizados, nenhuma espécie atingiu estes dois patamares de certificações de uma sofisticação mental capazes de abstrair daquilo que podem ver, ouvir, sentir para criarem algo que existe fora do seu próprio corpo sensorial e que não pode ser visto, e que serve de substrato no contexto de descoberta, do contexto de explicação e no contexto de justificação chamada de religião, então, dentro do espaço cognitivo da religião cabem o Deus e os Deuses, que é o alter ego do próprio ser humano acima do ser humano criado por ele que criou tudo do nada.
A partir de uma doutrina religiosa determinada em uma etapa errática da humanidade se aboliu a poligamia ou o casamento ou união plural e desde então a violência conjugal adquiriu uma dimensão de calamidade nas relações parentais.
Um único par de sapatos tem uma importância crucial para qualquer pessoa que possua apenas um par de sapatos, aquilo acaba sendo a sua única opção e a única alternativa para proteger os seus pés, por isso as coisas necessárias vem sempre em dobro, quando possível, assim não se torna uma alternativa única, crítica; quem possui muitos filhos, em lugar do único filho, distribui a tensão da vida familiar entre os diversos filhos assim cuidados e não sobrecarrega os seus sentimentos e expectativas no único objeto de cuidado dedicado ao único filho, as pessoas costuma ter mais de um filho, para reduzir a ansiedade e as suas expectativas quanto ao futuro dos filhos; assim, da mesma forma, ao adotar a monogamia, a atenção e as expectativas de sucesso, como casal, ficam bloqueadas e se caminha para frente contra todas as expectativas de sucesso e com todas as ansiedades inerentes ao único caminho possível, sobrecarregando o parceiro de atribuições únicas que ele tem que dar conta, o que leva ao colapso do casal em pouco tempo.