quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Prioridades brasileiras

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Prioridades brasileiras


Os inflamados nacionalistas bradam sempre que o Brasil precisa ser destaque entre as nações e para isso precisa imitar o modelo dos países mais poderosos da terra, isso significa uma série de parâmetros que obstinadamente precisariam ser atingidos como se fossem os indicadores ISO de desenvolvimento absoluto, ou, relativo.


Vem logo em primeiro lugar a nossa bomba atômica.

Tudo bem, quem não desejaria que o Brasil pudesse ter um arsenal de armas nucleares?


Para gastar tantos anos, tantos cérebros e tanto dinheiro e recursos materiais para possuir um estoque de armas nucleares precisaríamos eleger um alvo que justificasse esse empreendimento.


Sobre quem o Brasil poderia lançar suas futuras armas nucleares?

O único país que é a uma séria ameaça iminente e permanente à soberania do Brasil é justamente seu maior aliado que aliás, está em todos os conflitos atuais no mundo desde 1824, fazendo mais de 220 guerras e intervenções com mais de 970 bases militares em 97 países no mundo com mais de 2000 instalações imobiliárias apenas no Iraque, com 120 bases aéreas na Alemanha, com 119 bases aéreas em Okinawa Japão, derrubando governos, subornando autoridades, criando operações políticas e ONG para interagir com as políticas internas de mais de 190 países, destruiu nações inteiras nos últimos 30 anos, mantém seus aliados sempre fracamente em posição inferior militarmente e economicamente, trata seus inimigos com total isolamento, não cumpre acordos e determinações de organismos multilaterais quando não lhes favorece, trata com desdém seus correligionários não alinhados quase como inimigos e como párias internacionais, possui um soft power midiático imbatível omnipresente sem similar no universo, domina as mídias totalmente e cria padrões de comportamento político e econômico, controla o fluxo de capital financeiro e as principais tecnologias no mundo, então o arsenal nuclear para o Brasil não faz sentido prático exceto servir de alvo estratégico.


Possuir armas nucleares serviu como dissuasão para a possibilidade de guerras entre os USA e a URSS.


Mas quem disse que eles fizeram aquele estoque de 22.000 armas nucleares e atômicas para serem utilizadas?


Engano; as armas nucleares são sujas, depois de lançadas sobre os inimigos os agressores não poderiam ocupar imediatamente o território do inimigo por causa do lixo nuclear e da destruição, nada aproveitaria das águas contaminadas, do petróleo contaminado, do ouro contaminado, das plantas e vegetais e animais contaminados por muitas décadas. A arma nuclear é como uma bomba de fezes sofisticada, suja tudo. Onde você a lança não pode pisar ali.


A retaliação nuclear mutuamente assegurada de uma hipotética guerra nuclear entre dois países nucleares figurou como uma hipótese política convincente durante a guerra fria, para manter a paz, mas, os físicos e engenheiros não podem nos garantir que depois de iniciada a guerra se as bombas poderiam funcionar corretamente, por que as bombas possuem circuitos eletrônicos e elétricos que poderiam ser neutralizados pelas explosões das bombas lançadas anteriormente no território e poder aniquilar ou inutilizar as outras bombas lançadas por perto, além disso os mísseis e aviões poderiam ficar inutilizados pelos efeitos secundários da radiação, sujeira e calor dos resíduos das primeiras explosões, sem falar que os responsáveis pelos lançamentos subsequentes poderiam estar atordoados com a loucura ou paralisados pelo efeito estado de choque psicológico, pelas consequências completamente irracionais de sobreviver a um apocalipse atômico sem as cidades e sem os serviços de infraestrutura sobrevivente, água, energia, combustível, serviços médicos, comércio, logística, remédios, alimentos e mão de obra.


A simples invasão de um território como a Amazônia seria uma vantagem tão grande que mesmo sem solicitar ajuda os chineses, russos e indianos imediatamente viriam para obterem seu pedaço da Amazônia caso a OTAN invadisse esse pedaço da terra, isso impede que os USA tentem tomar a Amazônia ou a África, ou Cuba, ou os estreitos oceânicos do mundo ou os países bacias grandes de petróleo sempre serão internacionais e neutros militarmente, tentativas como criar um estado policial no Oriente Médio aliado da OTAN como Israel vai se mostrando uma ilusão como o Muro de Berlim, o Pacto de Varsóvia, a OTAN e todas as tentativas de cercar e isolar os concorrentes potenciais, assim como manter a América do Sul desarmada, a maior arma do Brasil é sua potencialidade se inclinar para qualquer dos lados geopolíticos e o Brasil é um país de extremo centro, com a Índia e a África, Suíça, como deveria ser a Ucrânia, mas seus mentores os mesmos da criação do estado de Israel continuam em seus delírios militaristas, separatistas, facciosos, a prova disso é que mesmo durante a segunda guerra mundial a Alemanha e o Japão continuaram comprando petróleo de empresas ocidentais EXXON, BP, Standard Oil e depois da criação da cortina de ferro comunista.


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