A geração da self
As gerações anteriores à invenção das máquinas de fotografias digitais e gravadores de vídeo tinham uma linha de tempo de pelo menos 2:00 horas pelos menos de tempo entre a captação das imagens pelo dispositivo fotográfico e a revelação das imagens latentes gravadas no suporte dos filmes fotográficos químicos e a fixação das imagens chamada de revelação das imagens. Esta espera para ver as imagens poderia se estender por semanas depois de tomadas as imagens.
Com a invenção dos dispositivos de captação de imagens através de dispositivos de estado sólido semicondutores que convertem raios de luz em corrente elétrica desta forma capazes de processarem as imagens através de algoritmos de programação de sinais eletrônicos de imagens são capazes de processar as imagens, gravar e reproduzir as imagens de forma totalmente eletrônica sem utilização de filmes, ou permitir imprimir e projetar estas mesmas imagens por meio de dispositivos de vídeo.
Nossa geração não tirava selffoto e tinham que esperar muito tempo entre o local e o momento onde as fotografias eram tomadas e o laboratório onde as fotografias eram reveladas, este espaço de tempo na prática tomava um dia ou era de um dia para o outro necessário para atender a fila de pedidos a serem atendidos na loja de prestação de serviço de revelação de imagens.
Então nos acostumamos a ficar esperando o momento de revelação como se fosse um acontecimento da busca das imagens das fotos que sempre era uma grande surpresa, e as imagens colhidas não tinham um retorno feedback por este motivo as pessoas faziam um voo cego desde a pose para as fotos e o momento de receber o resultado das imagens.
Na atual fase da linha do tempo podemos nos ver imediatamente e refazer as imagens tomadas imediatamente para corrigirmos e até mesmo observar diretamente pelo visor a imagem no mesmo momento em que as imagens estão sendo captadas instantaneamente e imediatamente.
Esta interação na linha do tempo imediata mudou a relação entre as pessoas e a sua imagem como nunca antes, e transformou a reação das pessoas diante das imagens e este feedback produz uma reação imediata de retificação e ratificação da autoimagem.
Essa possibilidade de monitorar a sua autoimagem o tempo todo e todo o tempo transformou as pessoas narcisistas em pessoas essencialmente exageradamente narcisista.
A nossa geração tinha uma relação custosa, cara, escassa com a própria imagem. A nova geração construiu e constituiu a sua personalidade centrada nas imagens. Principalmente na sua própria imagem. Nunca existiu antes outro modelo de sociedade sem este culto total à própria imagem.
O solipsismo que era um efeito colateral de pessoas narcisistas se tornou um padrão normal construído pelo imediatismo da imagem através das câmeras do celular que podem criar as selfies.
Filosofia:
doutrina segundo a qual só existem, efetivamente, o eu e suas sensações, sendo os outros entes (seres humanos e objetos), como partícipes da única mente pensante, meras impressões sem existência própria [Embora freq. considerado uma possibilidade intelectual (caso limite da filosofia idealista), jamais foi endossado integralmente por algum pensador.].
A câmera do celular tornou as pessoas narcisistas, solipsistas, e as redes sociais podem esconder as pessoas e protegê-las pelo anonimato e pelas máscaras através de uso falso de imagens e de perfis falsos, isso permite falar quase tudo protegidos pela distância, pela impessoalidade, pode-se criar, como no cinema, qualquer romance de ficção, criar personagens, cenários e convencer pessoas de vidas fantasiosas cheias de falsos sucessos e riquezas e prosperidade imaginários. O mundo dos estelionato se abriu para a humanidade atravessando os fusos horários, os continentes, os idiomas, as culturas, as ideologias, as religiões, o inferno está ao alcance de todos.