segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Precisamos dos vermelhos

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

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Ainda vamos precisar dos vermelhos por muitos séculos até nos curarmos dos males da doença infantil do maniqueísmo. 

Ainda é difícil navegar no mundo das caixinhas onde os formadores de opinião vivem dividindo as pessoas entre isso ou aquilo. Quem não ama o flamengo é porque tem muita inveja. Assim pensa a maioria que sequer cogita que nenhuma exigência é feita para participar ou se retirar de qualquer posição de opinião, seja flamenguista ou comunista, não se exige filiação nem fidelidade.

Dito isto, a proxy para entender uma pessoa é fazer a análise do discurso para obter em alguma palavra chave a certeza da inclinação ideológica, certamente qualquer adjetivo já é suficiente, basta uma expressão como opressão sobre a classe ou a piedade no comentário favorável, ou um comentário benevolente tolerante passivo sobre o lado do agressor de um confronto com a lei, mudando as palavras basta trocar o substantivo pobre pelo substantivo excluído social e pronto, já temos o mapeamento ideológico completo.

Assim, conhecendo profundamente os vocabulários fechados de cada lado em confronto ideológico e isso encerra qualquer possibilidade de comunicação civilizada entre as partes.

Se opor aos dois tipos de imperialismo nos coloca na posição de idiotas sem ideologia e desprovidos de senso de justiça e de conhecimento profundo das relações internacionais.

Assim, precisamos ainda dos comunistas porque a direita brasileira ainda baba nos EUA e acreditam piamente na amizade dos americanos e de sua enorme bondade e generosidade.

Enquanto as elites ideológicas pensarem que quem odeia os EUA é amigo dos comunistas, e pensarem que quem odeia os chineses é amigo dos americanos nunca vamos ter a oportunidade de entrarmos em uma nova fase anti imperialismo.

A única desgraça da humanidade sempre foi e sempre será o imperialismo, seja teocrático dos islâmicos, seja dos comunistas, seja dos sociais democratas, seja dos liberais e dos capitalistas.

Quando se trata de temas principais axiológicos brasileiros fica impossível dialogar quando os interlocutores ficam tentando pescar do vocabulário de que ideologia estamos lidando, no caso dos aumentos do preço da gasolina, no Brasil, a Petrobrás acaba sendo empurrada para um dos lados da disputa ideológica, esquecendo os dois lados, esquerda e direita, que a Petrobrás antes de qualquer variável é um oligopólio, então a Petrobrás sofre todos os males inerentes a um oligopólio, não pode ser tratada como uma empresa, antes é uma mistura de entidade pública com empresa privada, não está sob pressão do mercado, e quando precisa aumentar os preços apela para argumentos mercadológicos como se empresa fosse atuando em um mercado competitivo, não está, mas quando se vê ameaçada ou endividada o caixa do governo é obrigado a salvar o patrimônio nacional.

Esta ambiguidade é demais conhecida, porém adicionar uma concorrência saudável à Petrobrás iria irritar aos esquerdistas que nada lucram com os lucros do petróleo é nosso,  mas a gasolina e o óleo não nos pertencem o petróleo é nosso mas a gasolina é da Petrobrás.

Privatizar a Petrobrás seria fazer o mesmo que foi feito quando da privatização da Telebrás, dividindo-a em em cinco empresas para ter uma concorrência real entre empresas em condições iguais de mercado.

Se não fosse os vermelhos os EUA já estariam com suas cocheiras instaladas na av Paulista e Brasília já seria um cassino do Trump.
 
O lema da bandeira nacional bem poderia ser "não escolhemos os inimigos" ao invés de Ordem e Progresso, o Brasil não pode se dar ao luxo de escolher quem vai odiar, nem Washington faz isto, a política externa norte americana segue o petróleo e o dinheiro no mundo. Ideologia pra quê?

Os comunistas ao justificarem seu pensamento reformador da sociedade afluente criaram a palavra e o conceito de capitalismo. 

Então, portanto, o conceito de capitalismo só existe na concepção dos comunistas. 

Atualmente a nossa sociedade atual é apenas a sociedade que surgiu após a renascença superando o feudalismo. 

Quiseram reinventar uma espécie de sociedade ancestral da era dos primitivos clãs para a sociedade moderna artificialmente baseados em utopias comunitárias das pessoas tentando adivinhar como as pessoas poderiam ser felizes repartindo e compartilhando, então amaldiçoaram a riqueza individual e promoveram a igualdade na pobreza que chamaram de comunismo e aos inimigos dele chamaram de burgueses capitalistas.

Por isso os chamamos de imperialistas; querem os EUA nos impor suas músicas, sua língua, seus costumes, sua religião, seu modo de viver, seus gostos, seu pensamento como fizeram os colonizadores portugueses, espanhóis, holandeses, franceses na África, em Índia, na América.

Em suas épocas os Egípcios e os romanos assimilaram as culturas e permitiram aos povos dominados desenvolverem em seus guetos a sua cultura privadamente.

Agora os novos colonialistas são os comunistas com seu modo único e monolítico de vida sobre casamento, sexualidade, religião, economia, costumes, e os novos colonizadores nem tão novos os muçulmanos. Isso é imperialismo totalitário. 

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