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Depois da Pfizer vem aí a Raivítica a vacina contra a raiva política.
Em nenhum livro de Ciência Política se encontra menção adjetiva para qualificar analiticamente atos e regimes políticos.
Cientistas políticos e sociólogos não possuem a liberdade literária para fugirem aos standards de estudo enquadrando os regimes políticos e os sistemas políticos, ou as ideologias em categorias analíticas e constructos teóricos baseados em opinião ou em juízos morais.
O que se vê na mídia política é uma confusão de adjetivos desde os mais pejorativos aos palavrões e abusos de linguagem que eliminaram qualquer veleidade de diálogo civilizado no mundo social, e no limite o direito de expressão se transformou em direito de agressão contra adversários transformados em inimigos em campo político, como antecipou Aroldo de Andrade entusiasta do ludopédio que vendo a falta de popularidade e de interesse do povão para aquele esporte praticado apenas por gente rica no Palmeiras para popularizar o ludopédio mudou seu nome para o prosaico nome de futebol um anglicismo abrasileirado e para garantir a participação popular teve a ingênua e infeliz ideia de inventar a disputa de torcidas que se transformou hoje no flagelo das guerras de torcidas com uma lista enorme de crimes perpetrados por quadrilhas de torcedores violentos.
A ideia de cultivar militância na política partidária foi o equivalente na política da guerra das torcidas criada no futebol com os mesmos ingredientes e objetivos de motivar e mobilizar o recrutamento de seguidores e fanáticos de caudilhos e profetas.
Chegamos ao que chegamos no futebol e na política e não há ponto de retorno, o ódio se alimenta de mais ódio e o círculo vicioso não pode mais ser detido.
O Brasil está definitivamente esfacelado e faccionado no futebol e na política, nem a vacina Clorovida contra a raiva na política, a Raivítica (raiva política), pode imunizar as mentes contaminadas pelo ódio.
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