quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Conveniências políticas, ou, pragmatismo exótico?

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

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O dia D, 6/6/1944, é comemorado em todo o mundo, exceto na Rússia, o dia da vitória na Segunda Grande Guerra Mundial, acontece que o dia D não foi o dia da vitória, não foi o dia da rendição de todas as forças nazistas de Hitler que foi em outra data dia 1 de maio de 1945, acontece que o dia da rendição foi o dia em que as tropas russas, na verdade as tropas soviéticas, chegaram ao comando das tropas de Berlim e fincaram a bandeira com a estrela vermelha na cara do substituto de Hitler, General Karl Doenitz,  encerrando a guerra na Europa e em toda parte exceto no Japão.

O dia D foi uma data inventada pelos EUA para ninguém se lembrar de qual país chegou primeiro em Berlim, no coração do nazismo e obteve a rendição do que sobrou do terceiro Reich.

A política bem como a História da humanidade está cheia dessas conveniências políticas e pragmatismos de conveniências que geram paradoxos e até contradições, porque o dia D foi o primeiro dia do desembarque aliado nas praias na Normandia iniciando e não concluindo a contra-ofensiva para a derrota do nazismo que ainda estava muito distante do fim.

Dia  "D" da vitória de quem?

Secessão de países é um evento antidemocrático e crime de lesa pátria? 

Depende de quem o patrocina, no caso da Colômbia a construção do canal de Panamá destituiu da Colômbia a parte do seu território por iniciativa dos EUA que terminaram a construção do canal e o separaram do território colombiano. Criaram o novo país o Panamá.

A fragmentação da Ucrânia considerada  uma agressão ao direito dos povos à unidade nacional quebrada pela secessão das repúblicas de Lugansk e Donetsk e a anexação de Criméia pela Rússia então configura no interesse dos EUA uma grave violação à soberania nacional de um país, a Ucrânia, pela Rússia, então; o inverso do que aconteceu em Ucrânia que foi a secessão de Taiwan da China não constitui crime de lesa pátria para a visão americana pois é o direito do Estado independente novo criado, o mesmo acontece para o desejo de secessão de Hong Kong e qualquer aliado dos EUA. Porque Hong Kong e Taiwan são secessões do interesse dos EUA.

Não anteciparam, os EUA, que a derrubada do governo na Ucrânia pró Rússia e o golpe da Primavera de Kiev, o Maidam, para impor um governo a favor dos EUA em um país de língua russa fundador do império russo - ah se os americanos soubessem pelo menos um pouco de História Geral e Geografia - fosse resultar na secessão de suas partes de cultura e população predominantemente russa das partes ucranianas-russas em: Criméia, Lugansk, Transnístria, Kaliningrado e Donestsk, eles juntamente com a OTAN não teriam feito o levante de golpe de estado de Maidam que resultou em tudo o que estamos assistindo hoje na Ucrânia que nunca será europeia nem membro da OTAN se depender da Rússia, jamais, muito menos será a Criméia devolvida para ser base nuclear dos EUA no quintal da Rússia; é muita maconha na cabeça de Washington.

Fica difícil saber qual a regra universal ou qual princípio do direito é universal e uniforme, pois que as circunstâncias iguais resultam em direitos diferentes opostos nas relações internacionais no que se chama de dupla moral, ou moral ambígua dos EUA, porque acreditam os EUA que os seus  atos são irrepreensíveis e perfeitos moralmente e democraticamente.

Ditaduras são o golpe final para o modelo de civilização democráticas exceto as exceções do bem, de sempre, previsíveis, como podem existir boas ditaduras e más ditaduras, a boa ditadura pode ser a Arábia Saudita, e a ruim pode ser Cuba ou Coreia do Norte, embora Coreia do Sul tenha sido ditaduras militares e hereditárias após a guerra da Coreia e nunca tenha sofrido censura internacional por este momento da política.

As regras de não proliferação de armas e artefatos nucleares valem severamente contra o Irã e Iraque mas cegam para Israel, explicável por tratar-se do povo santo todos sabemos, uma nobre e bíblica exceção validada pelo judaísmo e cristianismo, embora antagônicos como religiões, ou para a Austrália com o novo acordo nuclear militar naval Aukus para construção de submarinos de propulsão nuclear com tecnologia nuclear doada por apenas 52 bi de US$ dólar pelos americanos e britânicos.

É difícil tentar entender um país inteiro que tem um esporte chamado football sem foot e sem ball, não joga com foot (pés) nem aquilo que eles jogam é ball (bola) jogam uma banana com as mãos, ao invés de football deveria ser bananahand.

Até o comunismo e socialismo podem ser do lado bom ou do lado do mal, o socialismo Norueguês e Sueco e Finlandês é permitido mas não o Chileno ou Argentino que são aberrações como o Chinês.

Para resolver esse impasse só existe uma saída: sempre consultar o único centro e fonte do saber desambiguador da verdade, que são os Estados Unidos da América que vão sempre ser a rocha firme da verdade única do Ocidente única fonte da virtude do modelo de democracia e direitos humanos universais, direito das crianças, de acordo com a norma pensamento único.

Conclusões:

1 - Não existe direito internacional para Washington, existe o direito de império;
2 - Não existe democracia e regime democráticos, existem regimes aprovados e apoiados por EUA;
3 - Não existe ditadura existem ditaduras contra Washington e ditaduras aliadas de Washington;
4 - Direitos humanos não se estendem aos negros americanos, russos, muçulmanos e afegãos



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