quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

A pobreza e o socialismo

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Livros em Amazon.com

Durante os últimos 70 anos do socialismo, ou, para alguns, do comunismo, os preços dos produtos na antiga URSS União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e países satélites da URSS ficaram impressionantemente estáveis, os preços do quilo da batata, de um par de botas, de um kilogramo de farinha de trigo eram os mesmos, exatamente os mesmos desde 1917 até 1987.

As pessoas não podiam comprar nem um grão a mais de trigo ou arroz, tudo era anotado na caderneta de racionamento de comida; para receber seu apartamento, ou automóvel, ou eletrodoméstico, ou o bilhete de entrada no cinema ou do teatro precisava aguardar o sorteio, e os tickets de quantidade de bens que poderia comprar era distribuído igualmente somente os políticos tinham mais tíckets e ticktes de maior valor, no final, mais de dois tipos de tickets se passaram para 30 tipos de tickets ao final do regime comunista.

Então não faltava poder de compra, nem salário nem vales compra: faltavam produtos.

A grande pobreza no socialismo não é de renda, nem de hospitais, nem de remédios, nem e escolas mas de produtos porque o capitalismo é o único processo de produção de bens eficiente, porque produz excedentes de tal monta que produz crises de superprodução periodicamente e ciclicamente.

A escassez da produção socialista é permanente, simplesmente porque o planejamento centralizado não pode substituir a capacidade de vascularidade do mercado microeconômico em toda a sua sofisticação e em toda a sua complexidade e variedade; um simples supermercado médio possui 40.000 tipos de produtos e cada produto possui 2.000 fontes de fornecedores diferentes, portanto, para um simples administrador de logística de um supermercado isso é um verdadeiro infinito inadiministrável sem um super sistema de informática.

40.000 x 2.000 = uma matriz com 80.000.000 de células!

Agora pense no Estado tentando decidir e controlar toda a economia e microeconomia do mercado de uma nação?

Não acredito que foi um erro de avaliação, foi ignorância do tamanho do problema.

Quando o planejador central decide que o preço do quilograma do arroz vai custar o valor tabelado então começam os problemas insolúveis do socialismo. Existe 40.000 variedades de espécies de plantas de arroz. Existe quatro estações do ano, e para plantar somente uma; existe  uma variedade extensa de tipos de: tipos de solos e climas; então existem condições mais e menos favoráveis para plantar arroz de certa espécie em certo lugar e clima, então as variáveis do Estado planejador vão chegando ao limite de cognição dos engenheiros agrícolas e dos planejadores; logo vai colapsar a produção com o regime do preço controlado, e até o Estado perceber seus milhões de pessoas morreram de fome como no Homolodor na Ucrânia e na Sibéria, e na China durante o comunismo.

O fracasso do socialismo não foi causado pela pobreza, foi pelo excesso de planejamento e controle do Estado.

Agora o estado chinês resolveu o problema da produção com as indústrias americanas transplantadas e as patentes ao alcance dos chineses então a explosão do consumismo será a outra etapa de novidade do processo comunocapitalista inédito chinês.

Nenhum comentário: