terça-feira, 16 de novembro de 2021

Dissonância dos indicadores econômicos

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

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Todos sabemos que passar por baixo da passarela cruzando a avenida é muito arriscado, mas continuamos fumando cigarro para prejudicar os pulmões, não usamos o cinto de segurança nos veículos de mais de duas rodas motorizados, nos alcoolizamos antes de dirigir um automóvel, não tomamos as vacinas voluntariamente sem ameaças, não gostamos de estudar Matemática nem Física ou Química mas queremos smartphones modernos que consomem muita matemática, física e química para serem produzidos, não gostamos de ir ao dentista mas não cuidamos da higiene bucal para conservar os dentes sadios, não gostamos de ir à escola, não gostamos do trabalho e dos chefes e patrões, não paramos no semáforo quando está vermelho, sujamos as ruas e queremos os bueiros preparados para escoar a água das chuvas, assim a estupidez humana e a ignorância da matemática econômica e da sociologia do consumidor nos faz acreditar que podemos aumentar o preço dos combustíveis para pagar os custos que já subiram de preço, imaginando que estamos resolvendo o problema do equilíbrio das contas na contabilidade puramente financeira imediatista, este aumento impacta na distribuição de quase todos os bens da sociedade e das prestações de serviços. 

Nossa mentalidade de produtores oligopolistas de combustíveis nos dão a ilusão que as pessoas não tem qualquer outra saída a não ser pagar pelos aumentos de preço porque são a única saída, a mente despreparada imagina que os consumidores são como os viciados em cocaína que vão continuar alucinados consumindo a mesma quantidade, quando na verdade o valor despendido continua o mesmo mas o volume e quantidade de combustível se adequa aos rendimentos do consumidor resumindo maior gasto e menor consumo e no segundo momento nenhuma aumento de gasto e menor consumo de combustível.

Para se defenderem deste aumento do insumo de transporte por causa do aumento do preço dos combustíveis o prestador do serviço de transporte pode parar de trabalhar ou aumentar os seus preços para cobrir os seus custos, então lá na última instância de menos poder de controlar os preços os consumidor, o cliente o paciente de todos os aumentos fica suplicando pela compensação dos seus salários já que não pode manter o mesmo nível de gastos com remédios, consumo de energia, alimentos e transporte, então a pressão começa sobre os políticos por aumento de salários e pelo combate a inflação que agora se generalizou anulando os aumento inicial do primeiro aumento que começou com o aumento do preço dos combustíveis.

Somente os mais velhos acreditariam que o meu salário durante a inflação dos anos oitenta chegou a 1.330.000,00 mensais no valor nominal da moeda corrente. Imagina se fosse produzindo na casa da moeda tantas notas para a circulação em função da inflação.

Todos sabemos disso quando os preços começam a aumentar ninguém ganha no final, todos perdem porém continuamos tentando obter vantagem com aumento de preços injustos, pois empresas como a Apple quando querem aumentar os seus ganhos investe um bilhão de dólares e três anos de pesquisa para lançarem o novo modelo do iphone 44 com mais tecnologia e mais produtos e serviços para o novo modelo, ao contrário dos aumentos de combustíveis que aumentaram os preços sem acrescentaram nada de vantagem de tecnologia e de avanços tecnológicos aos combustíveis, apenas amento burro e inconsequente.

O que pareceria ser uma ideia perfeita de esperteza o aumento dos produtos deixa de ser uma grande ideia quando a empresa que começou ou reagiu imediatamente aumentando seus preços começa a ter que pagar maiores salários aos seus próprios empregados obrigados pelas greves, paralizações e acordos e dissídios coletivos para seus próprios empregados, aí vem o desabastecimento geral então muito tardiamente as ilusões começam a desaparecer com a queda das compras da venda dos produtos e a depressão do mercado justamente anulando o aumento dos preços. Mas aí não resta nada a fazer, novamente a estupidez venceu.

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