quarta-feira, 24 de novembro de 2021

Falácia de petição de princípio

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

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Fomos instruídos pelas religiões, pela propaganda e pelos nossos pais que devemos ser felizes e realizados e que este deve ser nosso objetivo na vida.

Existiam pelo menos mais nove Renatos Manfredini Russo naquela cidade de Brasília naquela mesma época da explosão da banda de Rock Legião Urbana, que ficou na História da cultura do mundo e que quase que por acaso saiu da triste situação de insignificante ostracismo e anonimato quando por causa da simples ligação de amizade entre Renato Russo com Herbert Viana que estava certa ocasião casualmente cantando uma das músicas escritas por Russo no espaço cultural do Circo Voador no Rio de Janeiro onde chamou a curiosidade do produtor da gravadora EMI ODEON que perguntou ao Herbert quem era o autor daquela melodia que ele cantava chamada Eu Odeio Química ou Química.

Nos ensinaram outras falácias de petição de princípio além das já conhecidas como buscar a felicidade, e a mais perigosa delas é que se você for muito bom, honesto, competente então o destino irá descobrir isso e irá alçá-lo ao nível de um Zuckergerg ou Bill Gates.

Nunca saberemos quantos Einstein e Da Vinci o mundo deixou de conhecer que nasceram e morreram na Índia sem se dar conta e sem que o mundo tivesse conhecimento, veja o reconhecimento tardio do gênio Tesla, que até duas décadas atrás somente era conhecido pelos físicos e pelos engenheiros elétricos, e os leigos continuam pensando que o maior gênio da física ainda é o Einstein, nunca ouvirão falar de Mach, Dohr, Bohr, Fresnell, Dirac, Plank, Dedinni, que estiveram muitos degraus acima de Einstein em volume e profundidade de descobertas científicas.

Então todos tem a mesma oportunidade de ser um grande sucesso na vida se trabalharem e estudarem, é o dito sempre, ao invés de explicar que as chances disso acontecer é de 0,001 a cada milhão pessoas na terra, e que seremos apenas insignificante pai ou marido fazendo sexo sem graça, trabalhando em um emprego chato e monótono, com uma mulher mediana, que vai engordar e envelhecer, com rugas, celulite, estrias e varizes, que seremos muito pobres e apenas sobrevivendo de um salário restrito e sendo ameaçados de ficar desempregado, e fazendo coisas inúteis e sem nenhum reconhecimento.

Isso é felicidade, esperar absolutamente nada de especial na vida, o estoicismo e o cinismo que são correntes filosóficas das mais desprezadas juntamente com a apatia que não tem o charme das outras correntes filosóficas como a hedonismo e da dionisíaca corrente do utilitarismo e do otimismo, assim ficamos nos embriagando intelectualmente com visões sobre a vida maravilhosa no céu após a morte, e de como os milionários e celebridades são tão felizes até descobrirmos quantas vezes estes se sentiram solitários mesmo cercado de gente vazia e egoísta em torno da sua riqueza  material passageira.

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