disponivel na AMAZON.COM livros de autoria de prof Msc Roberto da Silva Rocha
Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político
Sustentabilidade agrícola: é possível?
As florestas e a agricultura humana consomem nutrientes e reduzem o estoque de nutrientes do solo indistintamente.
Para se falar em sustentabilidade, entendida aqui como a sustentabilidade da vida no planeta Terra, é preciso recorrer ao início da criação da vida aqui.
Há cerca de 580 milhões de anos surgiam os primeiros seres vegetais. Eram produtores, isto é: produziam o seu próprio alimento, produziam matéria carbônica, produziam oxigênio e eram autótrofos.
Antes disso a Terra era um esferóide quente, liso e estéril, porque não havia solo, nutrientes e seres vivos.
Existia quatro continentes no Cambriano, três pequenos mais ou menos na região entre os trópicos: Laurentia (parte central da América do Norte), Báltica (parte da Europa) e Sibéria (mesma região no oeste russo); e um supercontinente no sul: Gondwana.
Todos esses continentes eram de simples rocha nua e estéril, já que neste período ainda não existiam plantas, ainda que alguns especialistas acreditem que nas regiões mais úmidas poderia crescer um manto composto de fungos, algas e líquens.
Os climas do mundo eram bem mais quentes; não havia nenhuma glaciação. A maior parte dos continentes se colocavam nas latitudes tropicais e temperadas do sul, que suportaram o crescimento de recifes extensivos de espécies do grupo Archaeocyatha na água rasa no Cambriano Inferior.
O hemisfério norte era quase totalmente coberto por um oceano colossal, ao qual os paleontólogos deram o nome de Panthalassa. Também havia oceanos menores separando os continentes no hemisfério sul.
Autotrofismo ou autotrofia (grego trofein, alimentar-se), em biologia, é o nome dado à qualidade do ser vivo de produzir seu próprio alimento a partir da fixação de dióxido de carbono, por meio de fotossíntese ou quimiossíntese. É o oposto de heterotrofismo. Os seres vivos com essa característica são chamados de autótrofos ou autotróficos.
Estão entre eles bactérias (Cyanobacteria), protistas (algas), e algumas plantas. Os animais e os fungos são heterótrofos.
Os líquens são seres vivos muito simples que constituem uma simbiose de um organismo formado por um fungo (o micobionte) e uma alga ou cianobactéria (o fotobionte). Alguns taxonomistas classificam os líquens na sua própria divisão (Mycophycophyta), mas isto ignora o fato de que os componentes pertencem a linhagens separadas.
Por outro lado o fungo é o componente dominante do talo do líquen e são usualmente classificados como fungos. Podem ser encontrados nos mais diversos habitats, de geleiras, rochas, árvores, folhas, desertos e são excelentes colonizadores primários. São geralmente estudados pelos botânicos, apesar de não serem verdadeiras plantas.
Vale destacar que segundo o Código Internacional de Nomenclatura Botânica o termo Líquens ou Líquenes está em desuso, sendo mais adequado o termo Fungos Liquenizados.
Os musgos são representantes do grupo das briófitas e como tal são desprovidos de vasos de condução e tecidos. São constituídos por caulóides, rizóides e filóides. São plantas criptógamas, isto é, que possui o órgão reprodutor escondido, ou que não possuem flores. Preferem viver em lugares úmidos (são dependentes da água para a reprodução, cuja fase dominante é a gametofítica), e preferem lugares com sombra (umbrófitas). Geralmente atingem poucos centímetros de altura justamente por não possuírem vasos de condução de seiva.
Líquen – é formado por um fungo (responsável pela sua estrutura, obtenção de água e sais minerais, além de proteger o líquen dos raios solares) e por uma alga (que forma uma camada paralela à superfície superior e metaboliza os carboidratos). O líquen prolifera nos substratos mais variados: rochas, solo, casca de árvores e madeira. Vivem em ambientes onde nem fungos, nem algas sobreviveriam, tolerando condições climáticas extremas (de –196°C a 60°C). Apesar disso são sensíveis à poluição, não se desenvolvendo em cidades.
Musgo – Através da meiose, surgem os esporos que germinam formando novas plantas. Podem ser rizóides, filóides ou caulóides. Pode originar partes filamentosas ou ramificadas. Às vezes confundido com os liquens, são plantas briófitas, vivendo em ambientes úmidos e até sob imersão.
Foram estes seres toscos, rústicos e simples que prepararam o solo e o ar da atmosfera para o surgimento das plantas heterotróficas, briófitas, pteridófitas modernas.
Seres Heterótrofos são os seres vivos que para conseguir o seu alimento precisam consumir outro ser vivo. Por isso, os heterótrofos são consumidores, pois apenas consomem a energia e a matéria orgânica de outro ser vivo. Todos os animais, algumas bactérias, os protozoários e os fungos são heterótrofos.
Portanto, foram os seres vivos primários que prepararam a Terra desbastando as rochas, fixando o carbono mineral, no solo, produzindo o oxigênio e acumulando fertilizantes no solo para as plantas modernas consumirem este estoque disponível em solos cobertos por densas florestas durante cerca de 160 milões de anos, formando este estoque de solo fértil para as plantas e animais heterotróficos.
Estas florestas modernas tropicais, savanas, cerrados, e a agricultura estão consumindo, da mesma forma que as plantations, os suprimentos e estoques acumulados no solo fértil pelos liquens, musgos e fungos durante 160 milhões de anos.
Com a redução e em alguns casos com o desaparecimento destes produtores as plantas modernas heterotróficas não sobreviveriam, pois o estoque de material fértil do solo vai se esgotando pelo próprio consumo das plantas sem os fungos e liquens para repô-los.
O que significa a sustentabilidade?
Significa que a reposição dos nutrientes e matérias férteis do solo é apenas feita parcialmente pela tal agricultura de sustentabilidade, que é a reciclagem de uma fração deste estoque de nutrientes que estão fixados nas plantas heterótrofas.
Sustentabilidade significa também que as florestas não repõe os nutrientes no solo na mesma velocidade com que consomem os nutrientes por que somente os fungos e líquens podem produzir estoque de nutrientes e de solo. Portanto, as florestas e a agricultura humana consomem nutrientes e reduzem o estoque de nutrientes do solo indistintamente para o consumo da agricultura ou da floresta, cerrado ou savana.
Uma grande parte deste material fixado nas plantas se perde naturalmente, não podendo voltar ao solo como nutriente ou matéria prima.
Esta equação produtores-consumidores tende a ser negativa por causa da diminuição dos produtores autrótofos, e pelo aumento dos consumidores heterótrofos.
Evolução
Evolução (também conhecida como evolução biológica, genética ou orgânica), no ramo da biologia, é a mudança das características hereditárias de uma população de uma geração para outra.
Este processo faz com que as populações de organismos mudem ao longo do tempo. Do ponto de vista genético, evolução pode ser definida como qualquer alteração na frequência dos alelos de um ou um conjunto de genes, em uma população, ao longo das gerações.
Mutações em genes podem produzir características novas ou alterar características que já existiam, resultando no aparecimento de diferenças hereditárias entre organismos. Estas novas características também podem surgir da transferência de genes entre populações, como resultado de migração, ou entre espécies, resultante de transferência horizontal de genes.
A evolução ocorre quando estas diferenças hereditárias tornam-se mais comuns ou raras numa população, quer de maneira não-aleatória através de seleção natural ou aleatoriamente através de derivação genética.
A seleção natural é um processo pelo qual características hereditárias que contribuem para a sobrevivência e reprodução se tornam mais comuns numa população, enquanto que características prejudiciais tornam-se mais raras. Isto ocorre porque indivíduos com características vantajosas tem mais sucesso na reprodução, de modo que mais indivíduos na próxima geração herdam estas características.[1][2]
Ao longo de muitas gerações, adaptações ocorrem através de uma combinação de mudanças sucessivas, pequenas e aleatórias nas características, e seleção natural dos variantes mais adequadas ao seu ambiente.[3]
Em contraste, a derivação genética produz mudanças aleatórias na frequência das características numa população. A derivação genética surge do papel que o acaso joga na probabilidade de um determinado indivíduo sobreviver e reproduzir-se.
Uma espécie pode ser definida como um grupo de organismos que se podem reproduzir uns com os outros e produzir descendência fértil. No entanto, quando uma espécie está separada em várias populações que não se podem cruzar, mecanismos como mutações, derivação genética e a seleção de características novas, provocam a acumulação de diferenças ao longo de gerações e a emergência de novas espécies.[4]
As semelhanças entre organismos sugere que todas as espécies conhecidas descenderam de um ancestral comum (ou pool genético ancestral) através deste processo de divergência gradual.[1]
Estudos do registro fóssil e da diversidade dos seres vivos mostravam já aos cientistas a partir de meados do século dezenove que as espécies mudam ao longo do tempo.[5][6] Contudo, o mecanismo que levou a estas mudanças permaneceu pouco claro até à publicação do livro de Charles Darwin, A Origem das Espécies, detalhando a teoria de evolução por seleção natural.[7]
O trabalho de Darwin levou rapidamente à aceitação da evolução pela comunidade científica.[8][9][10][11] Na década de 1930 a seleção natural Darwiniana foi combinada com a hereditariedade mendeliana para formar a síntese evolutiva moderna,[12] em que foi feita a ligação entre as unidades de evolução (genes) e o mecanismo de evolução (seleção natural). Esta teoria com um grande poder preditivo e explanatório tornou-se o pilar central da biologia moderna, oferecendo uma explicação unificadora para toda a diversidade da vida na Terra.[9][10][13]
Estrutura do DNA.
O DNA é uma molécula comprida com quatro tipos de bases ligadas umas às outras. Genes diferentes apresentam uma sequência diferente de bases; é a sequência destas bases que codifica a informação genética.
Dentro das células, as longas cadeias de DNA estão associadas com proteínas formando estruturas chamadas cromossomas.
Um local específico dentro de um cromossoma é conhecido como locus.
Uma vez que normalmente existem duas cópias do mesmo cromossoma no genoma, os locus correspondentes em cada um destes (cuja sequência de DNA pode ser igual ou diferente) são denominados alelos.
As sequências de DNA podem evoluir através de mutações, produzindo novos alelos. Se uma mutação ocorrer dentro de um gene, o novo alelo pode afetar a característica que o gene controla, alterando o fenótipo de um organismo. No entanto, enquanto que esta simples correspondência entre alelo e uma característica funciona em alguns casos, a maioria das características são mais complexas e são controladas por múltiplos genes que interagem uns com os outros.[18][19]
As bases estão no centro, rodeadas por cadeias de uma pentose ligada a um grupo fosfato dispostas numa dupla hélice.
A herança em organismos ocorre por meio de caracteres discretos – características particulares de um organismo. Em seres humanos, por exemplo, a cor dos olhos é uma característica herdada dos pais.[14]
As características herdadas são controladas por genes e o conjunto de todos os genes no genoma de um organismo é o seu genótipo.[15]
O conjunto das características observáveis que compõem a estrutura e o comportamento de um organismo é denominado o seu fenótipo. Estas características surgem da interação do genótipo com o ambiente.[16]
Desta forma, não são todos os aspectos de um organismo que são herdados.
O bronzeamento da pele resulta da interação entre o genótipo de uma pessoa e a luz do sol; assim, um bronzeado não é hereditário. No entanto, as pessoas têm diferentes respostas à radiação solar, resultantes de diferenças no seu genótipo; um exemplo extremo são os indivíduos com a característica hereditária do albinismo, que não se bronzeiam e são altamente sensíveis a queimaduras de sol devido à inexistência do pigmento melanina na pele.[17]
Os genes são regiões nas moléculas de ácido desoxirribonucleico (DNA) que contêm informação genética.[15]
Como o fenótipo de um indivíduo resulta da interação de seu genótipo com o ambiente, a variação nos fenótipos de uma população reflete, em certa medida, a variação nos genótipos dos indivíduos.[19]
A síntese evolutiva moderna define evolução como a mudança nas frequências gênicas ao longo do tempo, ou seja, a flutuação na frequência de um ou mais alelos, se tornando mais ou menos prevalecente relativamente a outras formas do mesmo gene.
Forças evolutivas atuam direcionando essa mudança de diferentes formas.
A variação em determinado locus desaparece quando algum alelo se fixa na população, ou seja, quando um mesmo alelo passa a estar presente em todos os indivíduos.[20]
A origem de toda a variação genética são mutações no material genético. Essa variação pode ser reorganizada por meio da reprodução sexuada, e distribuída entre populações por meio de migração.
A variação também pode vir de trocas de genes entre espécies diferentes, como por exemplo na transferência horizontal de genes em bactérias, e hibridização, principalmente em plantas.[21]
Apesar da constante introdução de variação por meio desses processos, a maior parte do genoma de uma espécie é idêntica em todos os indivíduos.[22] No entanto, até mesmo relativamente poucas mudanças no genótipo podem levar a mudanças dramáticas no fenótipo: chimpanzés e humanos possuem apenas cerca de 5% de diferença em seu genoma.[23]
Duplicação de parte de um cromossomo.
A variação genética se origina de mutações aleatórias que ocorrem no genoma dos organismos.
Mutações aleatórias: este autor não acredita na aleatoriedade das intervenções na natureza. Acredita na inteligência sistêmica do universo. A inteligência não é apenas um atributo humano. Está presente em todas as instâncias do universo onde se verifica o efeito sistêmico. O universo tem mostrado as suas soluções para cada problema particular, e isto é evidenciado pelas leis da Física, Química, Biologia, que encantam os cienteistas pela enorme precisão com que a natureza no universo consegue resolver as questões com a máxima economia de energia. O princípio da conservação da matéria e da energia é o testemunho de que para cada situação a solução ótima está sempre como a preferida para a organização dos sistemas vivos e inanimados, como os planetas, estrelas, quasares, buracos negros, nebulosas, constelações e galáxias. Ao nível atômico, as partículas elementares e a administração da energia ao nível subatômico provam a engenhosidade das leis que as organizam. Isto é inteligência.
Paraque as mutações acontecessem ao acaso, apenas 420 milhões de anos de evolução seriam estatísticamente insuficientes para se testarem e principalmente se criarem as variações bem sucedidas das formas de vida ao nível genético, segundo as regras de probabilidade e estatística, por que as possibilidades de combinações de genes estariam na ordem de grandeza de n30 o que o torna um número matematicamente inadministrável. Isto indica que algum algoritmo sofisticado é utilizado pela natureza para eleger as possibilidades de combinações com maior probabilidade de sucesso. Estas variantes seriam assim testadas e descartadas ou mantidas pela seleção natural do meio ambiente.
Mutações são mudanças na sequência dos nucleotídeos do genoma de uma célula, sendo causadas por radiação, vírus, transposons e substâncias químicas mutagênicas, assim como erros que ocorrem durante a meiose ou replicação do DNA.[24][25][26]
Esses agentes produzem diversos tipos de mudança nas sequências de DNA, que podem alterar o produto de um gene, ou alterar o quanto um gene é produzido.
Estudos com a mosca-das-frutas, Drosophila melanogaster, apontam que cerca de 70% das mutações são deletérias (prejudiciais), sendo as restantes neutras (sem efeito) ou com pequeno efeito benéfico.[27]
Devido aos efeitos danosos das mutações sobre o funcionamento das células, os organismos desenvolveram ao longo do tempo evolutivo mecanismos responsáveis pelo reparo do DNA para remover mutações.[24]
Assim, a taxa ótima de mutação é resultado do balanço entre as demandas conflitantes de reduzir danos a curto prazo, como risco de câncer, e aumentar os benefícios a longo prazo de mutações vantajosas.[28]
Grandes porções de DNA também podem ser duplicadas, fenômeno que funciona como fonte de material para a evolução de novos genes, sendo estimado que dezenas a centenas de genes são duplicados nos genomas de animais a cada milhão de anos.[29]
A grande maioria dos genes pertence a famílias de genes homólogos, que partilham um ancestral comum, de forma semelhante ao que ocorre com linhagens de espécies.[30]
Novos genes podem ser produzidos tanto por duplicação e mutação de um gene ancestral como por recombinação de partes de genes diferentes para formar novas combinações com funções distintas.[31][32] Por exemplo, quatro dos genes utilizados no olho humano para a produção de estruturas responsáveis pela percepção de luz, derivam de um ancestral comum, sendo que três desses genes atuam na visão em cores e um na visão noturna.[33]
Uma vantagem na duplicação de genes (ou mesmo de genomas inteiros por poliploidia) é que a sobreposição ou redundância funcional em vários genes pode permitir que alelos que seriam deletérios sem essa redundância sejam mantidos na população, aumentando assim a diversidade genética.[34]
Mudanças em número de cromossomos também podem envolver a quebra e rearranjo de DNA entre cromossomos. Por exemplo, no gênero Homo, dois cromossomos se fundiram, formando o cromossomo 2 humano. Essa fusão não ocorreu na linhagem dos outros grandes primatas (orangotango, chimpanzé, e gorila), e eles mantêm esses cromossomos separados.[35] O papel mais importante desse tipo de rearranjo dos cromossomos na evolução pode ser o de acelerar a divergência de uma população em novas espécies, por meio de uma redução na chance de cruzamento entre as populações, preservando as diferenças genéticas entre elas.[36]
Sequências de DNA que têm a capacidade de se mover pelo genoma, como transposons, constituem uma fração significativa do material genético de plantas e animais, e podem ter sido importantes na evolução de genomas.[37] Por exemplo, mais de um milhão de cópias de um padrão denominado sequência Alu estão presentes no genoma humano, e tem sido demonstrado que essas sequências podem desempenhar um papel da regulação da expressão gênica.[38] Outro efeito dessas sequências de DNA é que, ao se moverem dentro do genoma, elas podem mudar ou deletar genes existentes, gerando assim diversidade genética.[39]
Em organismos de reprodução assexuada, os genes são herdados todos juntos, ou ligados, dado que eles não podem se misturar com genes de outros organismos durante a reprodução.
Por outro lado, a prole de organismos sexuados contêm uma mistura aleatória dos cromossomos de seus pais, produzida por meio da segregação independente durante a meiose.
No processo relacionado de recombinação gênica, organismos sexuados também podem trocar DNA entre cromossomos homólogos.[40]
Esses processos de embaralhamento podem permitir que mesmo alelos próximos numa cadeia de DNA segreguem independentemente. No entanto, como ocorre cerca de um evento de recombinação para cada milhão de pares de bases em humanos, genes próximos num cromossomo geralmente não são separados, e tendem a ser herdados juntos.[41] Essa tendência é medida encontrando-se com qual frequência dois alelos ocorrem juntos, medida chamada de desequilíbrio de ligação.
Um conjunto de alelos que geralmente é herdado em grupo é chamado de haplótipo, e essa co-herança pode indicar que o locus está sob seleção positiva (veja abaixo).[42]
A recombinação em organismos sexuados ajuda a remover mutações deletérias e manter mutações benéficas.[43] Consequentemente, quando alelos não podem ser separados por recombinação - como no cromossomo Y humano, que passa intacto de pais para filhos - mutações deletérias se acumulam.[44][45]
Além disso, a recombinação pode produzir indivíduos com combinações de genes novas e vantajosas. Esses efeitos positivos da recombinação são balanceados pelo fato de que esse processo pode causar mutações e separar combinações benéficas de genes.[43]
A taxa ótima de recombinação para uma espécie é, portanto, o resultado do balanço entre essas demandas conflitantes.
A transferência horizontal de genes é um processo pelo qual um organismo transfere material genético para outra célula que não a sua prole, em contraste à transferência vertical em que um organismo recebe material genético de seu ancestral. A maior parte do pensamento em genética tem se focado na transferência vertical, mas recentemente a transferência horizontal tem recebido maior atenção.
Traça (Biston betularia) branca
Variante preta da traça
De um ponto de vista genético, evolução é uma mudança de uma geração para a outra nas frequências de alelos de uma população que compartilha um conjunto de genes.[46]
Uma população é um grupo de indivíduos pertencentes a determinada espécie e que ocupa um espaço delimitado. Por exemplo, todas as mariposas da mesma espécie que vivem numa floresta isolada representam uma população.
Um determinado gene nessa população pode ter diversas formas alternativas, que respondem por variações entre os fenótipos dos organismos.
Um exemplo pode ser um gene para coloração em mariposas que tenha dois alelos: preto e branco.
O conjunto de todos os genes presentes em todos os organismos de uma determinada população é conhecido como pool gênico, sendo que no pool gênico cada alelo ocorre várias vezes.
A fração de genes dentro desse conjunto que é um alelo em particular é uma quantidade denominada frequência alélica, ou frequência gênica.
A evolução ocorre quando há mudanças nas frequências de alelos de uma população de organismos intercruzantes. Por exemplo, quando o alelo para a cor preta se torna mais comum numa população de mariposas.
Para entender os mecanismos que fazem com que uma população evolua, é útil considerar quais as condições necessárias para que a população não evolua. Segundo o princípio de Hardy-Weinberg, as frequências de alelos numa população suficientemente grande irá se manter constante apenas se as únicas forças atuando na população forem a recombinação aleatória dos alelos na formação dos gametas e a combinação aleatória dos alelos nessas células sexuais durante a fecundação.[47]
Uma população em que as frequências dos alelos é constante não está evoluindo: a população está em Equilíbrio de Hardy-Weinberg.[48]
Há três mecanismos básicos de mudanças evolutivas: seleção natural, derivação genética e fluxo génico.
A seleção natural favorece genes que melhoram a capacidade para a sobrevivência e reprodução.
A derivação genética é mudança aleatória na frequência de alelos, causada pela amostragem aleatória dos genes de uma geração durante a reprodução, e o fluxo génico é a transferência de genes entre (e dentro de) populações.
A importância relativa da seleção natural e derivação genética numa população varia conforme a intensidade da seleção e do efetivo populacional, que é o número de indivíduos capazes de se reproduzir.[49]
A seleção natural costuma predominar em grandes populações.
A predominância de derivação genética em pequenas populações é capaz até mesmo de levar à fixação de suaves mutações deletérias.[50] Como resultado, mudanças no tamanho da população podem influenciar dramaticamente o rumo da evolução. Os efeitos de gargalo, onde a população encolhe temporariamente e portanto perde variação genética, resultam numa população mais uniforme.[20] Efeitos de gargalo surgem também de alterações no fluxo génico tais como uma diminuição da migração, expansões para outros habitats ou subdivisão populacional.[49]
Seleção natural de uma população para coloração escura.
A seleção natural, entendida aqui, diz respeito a uma regra de reatividade ou de respostas ao meio ambiente combinada com a regra da reprodução dos indivíduos em uma população. Este autor entende um pouco diferente este sistema de seleção natural: ela seria também o resultado da inteligência sistêmica que recebe o feedeback não apenas das condições favoráveis à sobrevivência, mas também à eficiência da sobrevivência da espécie, e, ainda de outras demandas que ultrapassam a mera questão da sobrevivência simplesmente, envolve a questão da habilidade em encontrar as soluções para a espécie evoluir também em suas demandas por mais habilidade em lidar com o meio ambiente, como a inteligência específica (inteligência dos membros da espécie), pois sobreviver apenas não basta, é preciso sobreviver e melhorar as condições desta ou para a sobrevivênciada espécie e da população. A evolução das espécies pela seleção natural é um mero mecanismo de sobrevivência populacional, e não prevê a evolução do indivíduo na espécie, quem cuidaria da evolução do indivíduo, considerando que nem tudo que favorece à população favorece aos desejos e demandas de cada indivíduo na população?
Seleção natural é o processo pelo qual mutações genéticas que melhoram a reprodução tornam-se, ou permanecem, mais comuns em gerações sucessivas de uma população. Este mecanismo tem sido muitas vezes chamado de "auto-evidente" porque segue forçosamente a partir de três simples fatos:
• Variação hereditária existe em populações de organismos.
• Os organismos produzem mais descendentes do que podem sobreviver.
• Estes descendentes tem capacidade variável para sobreviver e reproduzirem-se.
Estas condições geram competição entre organismos para a sua sobrevivência e reprodução. Por isso, organismos com características que lhes trazem alguma vantagem sobre os seus competidores transmitem estas características vantajosas, enquanto que características que não conferem nenhuma vantagem não são passadas para a geração seguinte.
O conceito central da seleção natural é a aptidão evolutiva de um organismo. Isto mede a contribuição genética de um organismo para a geração seguinte.
Contudo, não é o mesmo que o número total de descendentes: a aptidão mede a proporção de gerações subsequentes que carregam os genes de um organismo.[51] Por consequência, se um alelo aumenta a aptidão mais do que outros alelos do mesmo gene, então em cada geração esse alelo tornar-se-á mais comum dentro da população. Diz-se que estas características são "seleccionadas a favor" ou "positivamente".
Exemplos de características que podem aumentar a aptidão são a sobrevivência melhorada e o aumento da fecundidade. Pelo contrário, aptidão mais baixa causada por ter um alelo menos beneficial resulta na diminuição da frequência deste alelo; são "seleccionados contra" ou "negativamente".[2]
É importante notar que a aptidão de um alelo não é uma característica fixa. Se o ambiente muda, características que previamente eram neutras ou prejudiciais podem tornar-se benéficas ou vice-versa.[1]
Seleção natural dentro de uma população, de uma característica que pode variar dentro de uma gama de valores, tal como a altura, pode ser categorizada em três tipos diferentes.
A primeira é seleção direcional, que é um desvio do valor médio de uma característica ao longo do tempo - por exemplo, certos organismos que vão lentamente ficando mais altos de geração para geração.[52]
A segunda é seleção disruptiva, que é a seleção a favor de valores extremos das características e resulta frequentemente em que dois valores diferentes se tornem mais comuns, com seleção contra valores médios.
Isto aconteceria quando quer indivíduos altos ou baixos têm certa vantagem, mas não os que têm altura média.
Por último, existe seleção estabilizadora em que há seleção contra valores extremos das características em ambos os lados do espectro, o que causa uma diminuição da variância à volta do valor médio.[53] Isto provocaria, usando o mesmo exemplo, que os organismos se fossem tornando todos da mesma altura.
Um caso especial de seleção natural é seleção sexual, que é seleção sobre qualquer característica que aumente o sucesso do reprodutor, incrementando a capacidade de atração de um organismo a potenciais parceiros.[54]
As características que evoluíram através de seleção sexual são particularmente proeminentes em machos de algumas espécies animais, apesar de algumas características como hastes muito elaboradas, chamamentos ou cores vivas poderem atrair predadores, diminuindo por isso a sobrevivência desses machos.[55]
Esta desvantagem é compensada pelo maior sucesso reprodutivo em machos que apresentam estas características selecionadas sexualmente.[56]
Uma área de pesquisa ativa atualmente refere-se à unidade de seleção, com propostas de que a seleção natural atua no nível dos genes, células, indivíduos, populações ou mesmo espécies.[57][58]
Nenhum destes modelos são mutuamente excludentes e a seleção pode atuar em vários níveis simultaneamente.[59]
Abaixo do nível do indivíduo, genes chamados transposões tentam copiar-se a si próprios ao longo do genoma.[60]
Seleção acima do nível do indivíduo, tal como seleção de grupo, pode permitir a evolução de cooperação, como discutido mais abaixo.[61]
Derivação genética
Simulação de derivação genética de 20 alelos numa população de 10 (em cima) e 100 (em baixo) indivíduos. A derivação é mais rápida na população pequena.
Derivação genética é a mudança na frequência alélica de uma geração para a outra que acontece porque os alelos nos descendentes são amostras aleatórias dos presentes nos progenitores.[20]
Em termos matemáticos, os alelos estão sujeitos a erros de amostragem. Como resultado disto, quando forças seletivas estão ausentes ou são relativamente fracas, frequências alélicas tendem a "andar à deriva" para cima ou para baixo ao acaso (numa caminhada aleatória).
Esta derivação termina quando um alelo eventualmente fique fixado, quer por desaparecer da população, ou por substituir completamente todos os outros alelos. A derivação genética pode assim eliminar alguns alelos de uma população meramente devido ao acaso, e duas populações separadas que começaram com a mesma estrutura genética podem divergir para duas populações com um conjunto diferente de alelos.[62]
O tempo necessário para que um alelo se fixe por derivação genética depende do tamanho da população, com a fixação acontecendo mais rapidamente em populações mais pequenas.[63]
A medida mais importante para este caso é o efetivo populacional, que foi definido por Sewall Wright como o número teórico que representa o número de indivíduos reprodutores que exibem o mesmo grau de consanguinidade.
Apesar da seleção natural ser responsável pela adaptação, a importância relativa das duas forças, seleção natural e derivação genética, como motores de mudança evolutiva em geral, é uma área de pesquisa atual em biologia evolutiva.[64]
Estas investigações foram afastadas pela teoria neutral da evolução molecular, que propôs que a maioria das mudanças evolutivas resultam da fixação de mutações neutrais que não têm efeitos imediatos na aptidão de um organismo.[65] Daí que, neste modelo, a maioria das mudanças genética resulte da constante pressão mutacional e derivação genética.[66]
Fluxo gênico
Fluxo gênico é a troca de genes entre populações, que são normalmente da mesma espécie.[67] Exemplos de fluxo gênico entre espécies incluem a migração seguido de cruzamento de organismos, ou a troca de pólen.
A transferência de genes entre espécies inclui a formação de híbridos e transferência lateral de genes.
Leões machos deixam o bando onde nasceram e tomam conta de outro bando para acasalarem. Isto resulta em fluxo gênico entre bandos.
Migração para dentro ou para fora de uma população pode mudar as frequências alélicas.
Imigração pode adicionar material genético novo para o pool genético já estabelecido de uma população.
Por outro lado, emigração pode remover material genético.
Barreiras à reprodução são necessárias para que as populações se tornem em novas espécies, sendo que o fluxo gênico pode travar este processo, espalhando as diferenças genéticas entre as populações.
Fluxo gênico é impedido por barreiras como cadeias montanhosas, oceanos ou desertos ou mesmo por estruturas artificiais como a Grande Muralha da China, que tem prejudicado o fluxo de genes de plantas.[68]
Dependendo de quanto é que duas espécies divergiram desde o seu ancestral comum mais recente, pode ainda ser possível que produzam descendência, tais como é exemplificado pelo cruzamento entre cavalos e burros, produzindo mulas.[69] Tais híbridos são geralmente inférteis, devido à impossibilidade dos dois conjuntos de cromossomas se emparelharem durante a meiose. Neste caso, espécies próximas são capazes de se cruzar regularmente, mas os híbridos serão seleccionados contra e as espécies permanecerão separadas. Contudo, híbridos viáveis podem formar-se ocasionalmente e mesmo formar novas espécies. Estas novas espécies podem ter propriedades intermédias entre as espécies parentais ou possuir fenótipos totalmente novos.[70] A importância da hibridização no processo de criação de novas espécies de animais não é clara, apesar de haver alguns casos conhecidos em muitos tipos de animais,[71] sendo a espécie Hyla versicolor um exemplo particularmente bem estudado.[72]
No entanto, a hibridação é um importante meio de especiação em plantas, uma vez que a poliploidia (ter mais do que duas cópias de cada cromossoma) é tolerada em plantas mais prontamente do que em animais.[73][74] A poliploidia é importante em híbridos porque permite a reprodução, com cada um dos conjuntos de cromossomas capaz de emparelhar com um par idêntico durante a meiose.[75] Os poliplóides também têm mais diversidade genética, o que permite que evitem depressão de consanguinidade em populações pequenas.[76]
A transferência gênica horizontal é a transferência de material genético de um organismo para outro que não é seu descendente. Isto é mais comum em bactérias.[77] Em medicina, isto contribui para a disseminação de resistência a antibióticos, porque assim que uma bactéria adquire genes de resistência eles podem-se transferir rapidamente para outras espécies.[78]
Também é possível que tenha ocorrido transferência horizontal de genes de bactérias para eucariontes como a levedura Saccharomyces cerevisiae e para o escaravelho Callosobruchus chinensis, por exemplo.[79][80]
Os vírus também podem transportar DNA entre organismos, permitindo a transferência de genes mesmo entre domínios.[81]
A transferência de genes também ocorreu entre os ancestrais das células eucarióticas e procariontes, durante a aquisição do cloroplasto e da mitocôndria.[82]
Consequências
A evolução influencia cada aspecto da estrutura e comportamento dos organismos. O mais proeminente é o conjunto de adaptações físicas e comportamentais que resultam do processo de seleção natural. Essas adaptações aumentam a aptidão por contribuírem com atividades como busca por alimento, defesa contra predadores ou atração de parceiros sexuais. Outro resultado possível da seleção é o surgimento de cooperação entre organismos, evidenciada geralmente no auxílio a organismos aparentados, ou em interações mutualísticas ou simbióticas. A longo prazo, a evolução produz novas espécies, por meio da divisão de populações ancestrais entre novos grupos que se tornam incapazes de intercruzarem.
É preciso separar aqui as espécies superiores que dependem do grupo para se desenvolverem através do aprendizado as habilidades para sobreviverem no meio ambiente, para se socializarem e para garantirem a sua participação e interação social no grupo sem o qual não conseguiria sobreviver sozinho. Precisa seguir as regras sociais de liderança, de comportamento sexual, de status social, das regras de segregação espacial, de sansões sociais, de respeito e de cooperação como os seus semelhantes.
Essas consequências da evolução são comummente divididas entre macroevolução, que é a evolução que ocorre acima do nível de espécies, e trata de fenômenos como a especiação, e microevolução, que trata das mudanças evolutivas que ocorrem dentro de uma espécie, como a adaptação a um ambiente específico por determinada população.
Em geral, macroevolução é o resultado de longos períodos de microevolução.[83]
Assim, a distinção entre micro e macroevolução não é absoluta, havendo apenas uma diferença de tempo entre os dois processos.[84]
No entanto, na macroevolução, as características de toda a espécie é que são consideradas. Por exemplo, uma grande quantidade de variação entre indivíduos permite que uma espécie se adapte rapidamente a novos habitats, diminuindo as possibilidade de se tornar extinta, enquanto que uma grande área de distribuição aumenta a possibilidade de especiação, por fazer com que seja mais provável que parte da população fique isolada. Neste sentido, microevolução e macroevolução podem por vezes estar separadas.[4]
Um problema conceptual muito comum é acreditar-se que a evolução é progressiva, mas a seleção natural não tem um objetivo final, e não produz necessariamente organismos mais complexos.[85]
Apesar de espécies complexas terem evoluído, isso ocorre como consequência indireta do aumento no número total de organismos, e formas de vida simples continuam sendo mais comuns.[86]
Por exemplo, a esmagadora maioria das espécies constitui-se de procariotos microscópicos, que são responsáveis por cerca de metade da biomassa do planeta, apesar de seu pequeno tamanho,[87] e compõem uma grande parte da biodiversidade na Terra.[88]
Assim, organismos simples continuam sendo a forma de vida dominante no planeta, sendo que a formas de vida mais complexas parecem mais diversas apenas porque são mais evidentes para nós.[89]
Adaptação
Adaptações são estruturas ou comportamentos que melhoram uma função específica dos organismos, aumentando sua chance de sobreviver e reproduzir.[7] Elas são produzidas por uma combinação da produção contínua de pequenas mudanças aleatórias nas características (mutações), e da seleção natural das variantes melhor ajustadas ao seu ambiente.[90]
Esse processo pode causar tanto o ganho de uma nova propriedade, como a perda de uma propriedade ancestral. Um exemplo que demonstra esses dois tipos de mudança é a adaptação bacteriana a antibióticos. Mutações que causam resistência a antibióticos podem modificar o alvo da droga ou remover os transportadores que permitem que a droga entre na célula.[91] No entanto, muitas características que parecem ser simples adaptações podem ser exaptações: estruturas que originalmente surgiram como adaptações para desempenhar determinada função, mas que durante o processo evolutivo, coincidentemente se tornaram úteis no desempenho de uma outra função.[4] Um exemplo é o lagarto africano Holaspis guentheri, que desenvolveu uma cabeça extremamente fina para se esconder em pequenas cavidades, como pode ser percebido ao olhar-se para espécies aparentadas. No entanto, nessa espécie a cabeça se tornou tão fina que auxilia o animal a planar quando saltando entre árvores - uma exaptação.[61]
Esqueleto de uma baleia, a e b correspondem aos ossos das barbatanas, que se adaptaram de ossos dos membros anteriores: enquanto c indica os ossos dos membros posteriores vestigiais.[92]
Uma adaptação ocorre pela modificação gradual de estruturas existentes.
Estruturas com organização interna semelhante podem ter funções muito diferentes em organismos aparentados. Isso é resultado de uma única estrutura ancestral que se adaptou para funcionar de formas diferentes em cada linhagem.
Os ossos nas asas de morcegos, por exemplo, são estruturalmente similares tanto com as mãos humanas como com as barbatanas de focas, devido à descendência dessas estruturas de uma ancestral comum que também tinha cinco dedos na extremidade de cada membro anterior.
Outras características anatômicas únicas, como ossos no pulso do panda, que formam um falso "polegar", indicam que a linhagem evolutiva de um organismo pode limitar que tipo de adaptação é possível.[93]
Durante a adaptação, algumas estruturas podem perder a sua função e se tornarem estruturas vestigiais.[94] Essas estruturas podem ter pouca ou nenhuma função numa espécie, apesar de terem uma função clara em espécies ancestrais ou relacionadas. Exemplos incluem os remanescentes não funcionais de olhos em alguns peixes de cavernas,[95] asas em aves incapazes de voar[96] e a presença de ossos do quadril em baleias e cobras.[97] Exemplos de estruturas vestigiais em humanos incluem o dente do siso,[98] o cóccix[94] e o apêndice vermiforme.[94]
Uma área de pesquisa atual em biologia do desenvolvimento evolutiva é a base desenvolvimental de adaptações e exaptações.[99] Essa linha de pesquisa busca compreender a origem e evolução de desenvolvimento embrionário e como modificações nos processos do desenvolvimento produzem novas características de forma gradualista, onde as mudanças ocorrem com a presença de intermédiarios, ou ainda pelo modelo de saltos evolutivos, onde uma mudança "abrupta" pode correr de uma geração para outra e com um passar do tempo aquela nova estrutura pode ser torna-se vantajosa para a população da espécies.[100]
Esses estudos têm demonstrado que a evolução pode alterar o desenvolvimento para criar novas estruturas, como as estruturas embrionárias que formam ossos da mandíbula em outros animais formando parte do ouvido médio em mamíferos.[101] É também possível que estruturas perdidas ao longo da evolução reapareçam devido a mudanças em genes do desenvolvimento, como uma mutação em galinhas que faz com que os embriões produzam dentes similares aos de crocodilos.[102]
Interações entre organismos podem produzir tanto conflito como cooperação.
Quando a interação ocorre entre pares de espécies, como um patógeno e um hospedeiro, ou um predador e uma presa, essas espécies podem desenvolver séries de adaptações combinadas. Nesses casos, a evolução de uma espécie causa adaptações numa outra.
Essas mudanças na segunda espécie, por sua vez, causam novas adaptações na primeira.
Esse ciclo de seleção e resposta é chamado de co-evolução.[103]
Um exemplo é a produção de tetrodotoxina numa espécie de salamandra (Taricha granulosa) e a evolução de resistência à tetrodotoxina em seu predador, uma serpente (Thamnophis sirtalis). Nesse par de presa e predador, uma corrida armamentista evolutiva produziu altos níveis de toxina na salamandra e correspendentemente altos níveis de resistência na cobra.[104]
No entanto, nem todas as interações entre espécies envolvem conflito.[105] Muitos casos de interações mutuamente benéficas evoluiram.
Por exemplo, existe uma cooperação extrema entre plantas e micorrizas que crescem sobre as raízes, auxiliando na absorção de nutrientes do solo.[106] Essa é uma interação recíproca, já que as plantas provêm à micorriza açúcares da fotossíntese. Nesse caso o fungo geralmente cresce dentro das células da planta, permitindo a troca de nutrientes, enquanto envia sinais que reprimem o sistema imunitário da planta.[107]
A cooperação também evoluiu entre organismos da mesma espécie. Um caso extremo é a eussocialidade, que pode ser observada em insetos sociais, como abelhas, cupins e formigas, onde insetos estéreis alimentam e defendem um pequeno número de organismos da colônia que são capazes de se reproduzir.
Numa escala ainda menor, as células somáticas que formam o corpo de um animal são limitadas em sua capacidade de se reproduzir para que se mantenha a estabilidade no organismo e permita que um pequeno número de células germinativas produza prole. Nesse caso, células somáticas respondem a sinais específicos que as instruem a crescer ou destruir a si próprias. Se as células ignoram esses sinais e tentam se multiplicar de forma desordenada, seu crescimento descontrolado causa câncer.[24]
Imagina-se que esses exemplos de cooperação dentro de uma espécie evoluíram pelo processo de seleção de parentesco, que consiste em um organismo agir de forma a aumentar a probabilidade de parentes produzirem prole.[108] Essa atividade é selecionada porque se o indivíduo que ajuda possui alelos que promovem a atividade de ajudar, é provável que seus parentes também possuam esses alelos e, assim, esses alelos são passados adiante.[109] Outros processos que podem promover a cooperação incluem seleção de grupo, onde a cooperação fornece benefícios para um grupo de organismos.[110]
Os quatro mecanismos de especiação.
Especiação é o processo pelo qual uma espécie diverge, produzindo duas ou mais espécies descendentes.[111]
Eventos de especiação foram observados diversas vezes, tanto em condições controladas de laboratório como na natureza.[112]
Em organismos de reprodução sexuada, a especiação resulta do isolamento reprodutivo seguido por divergência entre as linhagens.
Há quatro tipos de mecanismos de especiação, sendo a especiação alopátrica considerada a mais comum em animais.
Esse tipo de especiação ocorre quando populações são isoladas geograficamente, por fragmentação de habitat ou migração, por exemplo. Como as forças evolutivas passam a atuar independentemente nas populações isoladas, a separação vai, eventualmente, produzir organismos incapazes de se intercruzarem.[113]
O segundo mecanismo de especiação a ser considerado é a especiação peripátrica, que ocorre quando pequenas populações de organismos são isoladas num novo ambiente. Ela difere da especiação alopátrica pelo fato de as populações isoladas serem muito menores do que a população parental. Nesse caso, o efeito fundador causa uma especiação rápida tanto pela derivação genética oriunda do efeito fundador como pela rápida ação da seleção natural sobre um conjunto de genes pequeno.[114]
O terceiro macanismo de especiação é a especiação parapátrica. Ela é similar à especiação peripátrica na medida em que uma população pequena ocupa um novo habitat, mas difere porque não há separação física entre essas populações. O que ocorre é que a especiação resulta da evolução de mecanismos que reduzem o fluxo gênico entre as duas populações.[111] Geralmente isso ocorre quando há alguma mudança drástica no ambiente da espécie parental.
Um exemplo é a gramínea Anthoxanthum odoratum, que pode passar por especiação parapátrica em resposta a poluição localizada de metais de minas.[115] Neste caso, plantas com resistência a altos níveis de metais no solo evoluem.
A seleção contra cruzamentos com a população parental sensível a metais produz uma mudança no tempo de floração das plantas resistentes, causando isolamento reprodutivo.
A seleção contra híbridos entre as duas populações pode causar o que é chamado de reforço, que é a evolução de características que promovem o cruzamento dentro de determinada espécie, assim como deslocamento de caráter, que ocorre quando duas espécies se tornam mais distintas em aparência.[116]
O Isolamento geográfico dos Tentilhões de Darwin das Ilhas Galápagos produziram mais de uma dúzia de espécies.
Finalmente, quando há especiação simpátrica, espécies divergem sem uma barreira geográfica entre elas ou mudanças drásticas no ambiente. Esse tipo de especiação é considerado raro, já que uma pequena quantidade de fluxo gênico pode remover as diferenças genéticas entre partes de uma população.[117] Em geral, a especiação simpátrica em animais exige a evolução tanto de diferenças genéticas como de acasalamento preferencial, para permitir que o isolamento reprodutivo evolua.[118]
Um tipo de evolução simpátrica envolve o cruzamento entre duas espécies aparentadas, produzindo uma nova espécie híbrida. Esse tipo de especiação não é comum em animais, já que híbridos são comumente inviáveis ou estéreis, porque não há pareamento entre os cromossomos homólogos de cada progenitor durante a meiose. Ela é mais comum em plantas, porque plantas frequentemente dobram o número de cromossomos, formando poliplóides. Isso permite o pareamento de cada cromossomo com seu homólogo durante a meiose, já que os cromossomos de cada progenitor já se apresentam em pares.[119]
Um exemplo desse tipo de especiação ocorreu quando as espécies Arabidopsis thaliana e Arabidopsis arenosa se hibridizaram para formar a nova espécie Arabidopsis suecica.[120] Isso ocorreu há cerca de 20.000 anos atrás[121] e o processo de especiação foi reproduzido em laboratório, permitindo o estudo dos mecanismos genéticos envolvidos no processo.[122] De fato, eventos de poliploidização numa espécie podem ser uma causa comum de isolamento reprodutivo, já que metade dos cromossomos duplicados não irá parear quando ocorrer cruzamento com organismos sem essa duplicação.[74]
Eventos de especiação são importantes na teoria do equilíbrio pontuado, que explica a existência do padrão observado no registro fóssil de "explosões" de evolução entre longos períodos de estase, em que as espécies se mantém relativamente sem mudanças.[123] Nessa teoria, a especiação e a rápida evolução são relacionadas, com seleção natural e derivação genética atuando mais fortemente em organismos especiando em novos habitats ou com pequeno tamanho populacional. Como resultado, os períodos de estase no registro fóssil correspondem à população parental, e os organismos passando por especiação e rápida evolução são encontrados em pequenas populações geograficamente restritas., sendo raramente preservados como fósseis.[124]
Barreiras reprodutivas ao cruzamento podem ser classificadas em pré-zigóticas ou pós-zigóticas.[48] A distinção entre as duas é definida se a barreira previne a formação de prole antes ou depois da fertilização do óvulo.
Barreiras pré-zigóticas são aquelas que impedem a cópula entre as espécies, ou então impedem a fertilização do óvulo caso a espécie tente cruzar.[125]
Alguns exemplos são:
Diferentes espécies de vaga-lumes não reconhecem os sinais de outras espécies, e consequentemente, não cruzam.
• Isolamento temporal – Ocorre quando espécies copulam em tempos diferentes. Populações de duas espécies americanas de gambá (Spilogale gracilis e Spilogale putorius) têm distribuições sobrepostas, mas se mantêm como espécies separadas porque a primeira acasala no verão e a segunda no inverno.[48]
• Isolamento comportamental – Sinais que estimulam uma resposta sexual podem ser suficientemente diferentes para impedir o acasalamento. O brilho rítmico dos vaga-lumes é específico de cada espécie e portanto funciona como barreira pré-zigótica.[126]
• Isolamento mecânico – Diferenças anatômicas em estruturas reprodutivas podem impedir o cruzamento. Isso é verdade especialmente em plantas que desenvolveram estruturas específicas adaptadas a alguns polinizadores. Morcegos que se alimentam de néctar procuram por flores guiados por seu sistema de ecolocalização. Assim, plantas que dependem desses morcegos como polinizadores evoluíram flores acusticamente conspícuas, que auxiliam na sua detecção.[127]
• Isolamento gamético – Os gâmetas das duas espécies são quimicamente incompatíveis, impedindo a fertilização. O reconhecimento de gâmetas pode ser baseado em moléculas específicas na superfície do óvulo, que se ligam apenas a moléculas complementares no espermatozóide.[48]
• Isolamento geográfico/de habitat – Geográfico: As duas espécies estão separadas por barreiras físicas de larga escala, como uma montanha, um corpo de água ou barreiras físicas construídas por humanos. Essas barreiras impedem o fluxo gênico entre os grupos isolados. Isso é ilustrado pela divergência entre espécies de plantas em lados opostos da muralha da China.[128] Habitat: As duas espécies preferem habitats diferentes, mesmo vivendo, em geral, na mesma área, e assim são incapazes de se encontrar. Por exemplo, moscas do gênero Rhagoletis têm como planta hospedeira original a espécie Crataegus monogyna.
Quando macieiras foram introduzidas em seu habitat, mais de 300 anos atrás, algumas moscas passaram a utilizar essa planta. Estudos mostram que, hoje em dia, moscas têm uma preferência genética pela planta em que são encontradas, e a cópula ocorre na planta. Assim, mesmo sendo encontradas nas mesmas áreas, seu isolamento ecológico é suficiente, e divergência genética ocorreu.[48] Assim, esse é também um caso de especiação simpátrica.
A mula é o híbrido de uma égua com um burro, e é geralmente infértil.
Barreiras pós-zigóticas são aquelas que ocorrem após a fertilização, geralmente resultando na formação de um zigoto híbrido que é infértil ou inviável. Isso geralmente é resultado de incompatibilidade nos cromossomos do zigoto. Um zigoto é um óvulo fertilizado antes de se dividir, ou o organismo que se origina desse óvulo fertilizado. Inviável significa incapaz de chegar à idade adulta.[125]
Exemplos incluem:
• Viabilidade do híbrido reduzida – Ocorre desenvolvimento incompleto e morte da prole.[129]
• Fertilidade do híbrido reduzida – Mesmo que duas espécies diferentes acasalem, a prole produzida pode ser infértil. Cruzamentos entre espécies no gênero do cavalo (Equus), tendem a produzir proles viáveis mas inférteis. Por exemplo, cruzamentos de zebra x cavalo e zebra x burro produzem organismos estéreis. O cruzamento de cavalo x burro produz mulas estéreis. Muito raramente, uma mula fêmea pode ser fértil.[130]
• Degeneração do Híbrido – Alguns híbridos são férteis por uma única geração, se tornando então estéreis ou inviáveis..[131]
Um esqueleto de Tarbosaurus. Todos os dinossauros, com exceção das aves, se extinguiram no evento de extinção em massa entre o Cretáceo e o Terciário.
Extinção é o desaparecimento de toda uma espécie. A extinção não é um evento incomum, já que espécies normalmente surgem por especiação e desaparecem por extinção.[132] De fato, quase todas as espécies de planta e animal que já existiram hoje estão extintas.[133] Essas extinções aconteceram continuamente durante toda a história da vida, apesar de haver picos nas taxas de extermínio em eventos de extinção em massa.[134] A extinção entre o Cretáceo e o Terciário (Extinção K-T), na qual os dinossauros desapareceram, é a mais conhecida.
No entanto, um evento anterior, a extinção do Permiano-Triássico, foi ainda mais severa, levando cerca de 96% das espécies então existentes ao extermínio.[134] A extinção do Holoceno é um processo de desaparecimento de espécies em massa ocorrendo atualmente, em decorrência da expansão da espécie humana pelo globo nos últimos milhares de anos.
Taxas de extinção atuais são de 100 a 1000 vezes maiores do que as taxas normais, e até 30% das espécies pode estar extinta até o meio deste século.[135] Atividades humanas são hoje a principal causa da extinção em massa atual[136] e o aquecimento global pode acelerar ainda mais essa extinção no futuro.[137](Existe este fenômeno?)
O papel da extinção na evolução depende do tipo de extinção que é considerada. As causas das baixas taxas de evolução, que atuam continuamente e são responsáveis pela maior parte das extinções, não são bem conhecidas, e podem ser o resultado da competição entre as espécies por recursos compartilhados.[12]
Se a competição de outras espécies pode alterar a chance de determinada espécie sobreviver, isso poderia produzir seleção natural no nível de espécies, em contraposição à que ocorre no nível de organismos.[57] As extinções em massa intermitentes também são importantes, mas ao invés de agir como força seletiva, elas reduzem drasticamente a diversidade, de forma não específica, promovendo picos de radiação adaptativa e especiação nas espécies sobreviventes.[134]
A origem da vida é o precursor necessário para a evolução biológica, mas perceber que a evolução ocorreu depois de os organismos aparecerem pela primeira vez, e investigar como isto acontece, não depende na compreensão exacta de como a vida começou.[138]
O consenso científico actual é de que a bioquímica complexa que constitui a vida provém de reacções químicas mais simples, mas que não é claro como ocorreu esta transição.[139] Não há muitas certezas sobre os primeiros desenvolvimentos da vida, a estrutura dos primeiros seres vivos, ou a identidade ou natureza do último ancestral comum ou do pool genético ancestral.[140][141] Como consequência, não há consenso científico sobre como a vida surgiu. Algumas propostas incluem moléculas capazes de auto-replicação, como o RNA[142] e a construção de células simples.[143]
Os hominídeos são descendentes de um ancestral comum.
Todos os seres vivos da Terra descendem de um ancestral comum ou de um pool genético ancestral.[144] E as espécies actuais são um estádio no processo de evolução, e a sua diversidade resulta de uma longa série de eventos de especiação e extinção.[145] A origem comum dos seres vivos foi inicialmente deduzida a partir de quatro simples factos sobre seres vivos:
a) Primeiro, eles têm distribuições geográficas que não podem ser explicadas por adaptações locais.
b) Segundo, a diversidade da vida não é uma série de organismos completamente únicos, mas os seres vivos têm semelhanças morfológicas.
c) Terceiro, características vestigiais com nenhuma utilidade evidente são parecidas com características ancestrais funcionais e;
d) Finalmente, que organismos podem ser classificados usando estas semelhanças numa hierarquia de grupos aninhados uns nos outros.[7]
Espécies passadas também deixaram registos da sua história evolutiva. Fósseis, juntamente com a anatomia comparada de seres vivos existentes actualmente, constituem o registo morfológico ou anatômico.[146]
Comparando as anatomias de espécies modernas e extintas, paleontólogos podem inferir as linhagens dessas espécies. Contudo, esta metodologia tem maior sucesso em organismos com partes duras, tais como conchas, ossos ou dentes. Além disso, como os procariontes como bactérias e archaea partilham uma série limitada de morfologias comuns, os seus fósseis não fornecem informação sobre a sua ascendência.
Mais recentemente, evidências de origem comum provieram do estudo de semelhanças bioquímicas entre organismos. Por exemplo, todas as células vivas usam os mesmos ácidos nucleicos e aminoácidos.[147]
O desenvolvimento da genética molecular revelou o registo da evolução deixado nos genomas dos seres vivos: datando quando as espécies divergiram através do relógio molecular produzido pelas mutações.[148] Por exemplo, comparações entre sequências de DNA revelaram a estreita semelhança genética entre humanos e chimpanzés e revelou quando existiu um ancestral comum às duas espécies.[149]
Árvore evolutiva mostrando a divergência das espécies atuais a partir do seu ancestral comum no centro.[150] Os três domínios estão coloridos de amarelo (bactéria), azul (archaea) e vermelho (Eucarioto).
Apesar da incerteza sobre como a vida começou, é claro que os procariontes foram os primeiros seres vivos a habitar a Terra,[151] há aproximadamente 3-4 mil milhões de anos.[152] Não ocorreram nenhumas mudanças óbvias em morfologia ou organização celular nestes organismos durante os próximos milhares de milhão de anos.[153]
A próxima grande inovação na evolução foram os eucariontes. Estes surgiram a partir de bactérias antigas terem sido rodeadas por antecessores de células eucarióticas, numa associação cooperativa chamada de endossimbiose.[82][154] A bactéria encapsulada e a célula hospedeira sofreram evolução, com a bactéria a evoluir em mitocôndrias ou em hidrogenossomas.[155] Uma segunda captura de seres semelhantes a cianobactérias levou à formação de cloroplastos em algas e plantas.[156]
A história da vida foi a história de procariontes, archae e eucariontes unicelulares até há cerca de um milhar de milhão de anos atrás quando seres multicelulares começaram a aparecer nos oceanos durante o período Ediacarano.[151][157]
A evolução de organismos multicelulares ocorreu múltiplas vezes, de forma independente, em organismos tão diversos como esponjas, algas castanhas, cianobactérias, mycetozoa e mixobactérias.[158]
Depois do aparecimento dos primeiros seres multicelulares, ocorreu um notável diversificação biológica num período de 10 milhões de anos, num evento chamado explosão cambriana. Durante este evento, evoluiram a maior parte dos tipos de animais modernos, assim como linhagens únicas que se extinguiram entretanto.[159]
Têm sido propostos vários "detonadores" para esta explosão, incluindo a acumulação de oxigénio na atmosfera resultante da fotossíntese.[160]
Há cerca de 500 milhões de anos, plantas e fungos colonizaram a terra, e foram logo seguidos por artrópodes e outros animais.[161]
Os anfíbios apareceram pela primeira vez há cerca de 300 milhões de anos, seguidos pelos primeiros amniotas, os mamíferos há volta de 200 milhões de anos e as aves há cerca de 100 milhões de anos (ambos a partir de linhagens semelhantes a répteis. Contudo, apesar da evolução destes grandes animais, seres vivos mais pequenos semelhantes aos que evoluíram cedo no processo, continuam a ser bem sucedidos e a dominar a Terra, formando a maioria da biomassa e das espécies procariontes.[88]
Charles Darwin com 51 anos, logo após ter publicado A Origem das Espécies.
Ideias evolutivas como origem comum e de transmutação de espécies existiram pelo menos desde o século VI a.C., quando foram examinadas pelo filósofo grego Anaximandro de Mileto.[162] Outros que consideraram estas ideias incluem o filósofo grego Empédocles, o filósofo-poeta romano Lucrécio, o biólogo árabe Al-Jahiz,[163] o filósofo persa Ibn Miskawayh, e o filósofo oriental Zhuang Zi.[164]
À medida que o conhecimento biológico aumentou no século XVIII, idéias evolutivas foram propostas por alguns filósofos como Pierre Louis Maupertuis em 1745, Erasmus Darwin em 1796,[165] e Georges-Louis Leclerc (conde de Buffon) entre 1749 e 1778.[166]
As ideias do biólogo Jean-Baptiste Lamarck acerca da transmutação das espécies teve grande influência.
Charles Darwin formulou a sua ideia de seleção natural em 1838 e ainda estava desenvolvendo a sua teoria em 1858 quando Alfred Russel Wallace lhe enviou uma teoria semelhante, e ambas foram apresentadas na Linnean Society of London em dois artigos separados.[167]
No final de 1859, a publicação de A Origem das Espécies por Charles Darwin, explicava a selecção natural em detalhe e apresentava provas que levaram a uma aceitação cada vez mais geral da ocorrência da evolução.
O debate sobre os mecanismos da evolução continuaram, e Darwin não foi capaz de explicar a fonte das variações hereditárias sobre as quais a seleção natural actuaria. Tal como Lamarck, ele pensava que os progenitores passavam à descendência as adaptações adquiridas durante a sua vida,[168] uma teoria subsequentemente nomeada de Lamarckismo.[169]
Na década de 1880, as experiências de August Weismann indicaram que as mudanças pelo uso e desuso não eram hereditárias, e o Lamarckismo entrou gradualmente em descrédito.[170][171]
Mais importante do que isso, Darwin não conseguiu explicar como características passam de geração para geração. Em 1865, Gregor Mendel descobriu que as características eram herdadas de uma maneira previsível.[172] Quando o trabalho de Mendel foi redescoberto em 1900, a discórdia sobre a taxa de evolução prevista pelos primeiros geneticistas e biometristas levou a uma ruptura entre os modelos de evolução de Mendel e de Darwin.
Esta contradição só foi reconciliada nos anos 1930 por biólogos como Ronald Fisher. O resultado final foi a combinação da evolução por seleção natural e hereditariedade mendeliana, a síntese evolutiva moderna.[173] Na década de 1940, a identificação do DNA como o material genético por Oswald Avery e colegas, e a subsequente publicação da estrutura do DNA por James Watson e Francis Crick em 1953, demonstraram o fundamento físico da hereditariedade. Desde então, a genética e biologia molecular tornaram-se partes integrais da biologia evolutiva e revolucionaram o campo da filogenia.[12]
Na sua história inicial, a biologia evolutiva atraiu primariamente cientistas vindos de campos tradicionais de disciplinas orientadas para a taxonomia, cujo treino em organismos particulares os levava a estudar questões gerais em evolução. Assim que a biologia evolutiva se expandiu como disciplina acadêmica, particularmente depois do desenvolvimento da síntese evolutiva moderna, começou a atrair cientistas de um leque mais alargado das ciências biológicas.[12] Atualmente, o estudo da biologia evolutiva envolve cientistas de campos tão diversos como bioquímica, ecologia, genética e fisiologia, e conceitos evolutivos são usados em disciplinas ainda mais distantes como Psicologia, Medicina, Filosofia e Ciência dos computadores.
Mesmo antes da publicação d'A Origem das Espécies, a idéia que a vida evolui era fonte de debate. A evolução ainda é um conceito contencioso em algumas secções da sociedade fora da comunidade científica. O debate tem-se centrado nas implicações filosóficas, sociais e religiosas da evolução, não na ciência em si; a proposta de que a evolução biológica ocorre através do mecanismo de seleção natural é padrão na literatura científica.[174]
Apesar de muitas religiões terem reconciliado as suas crenças com a evolução através de vários conceitos de evolução teísta, há muitos criacionistas que acreditam que a evolução é contraditória com as histórias de criação encontradas nas respectivas religiões.[175] Tal como Darwin reconheceu desde cedo, o aspecto mais controverso do pensamento evolutivo é a sua implicação para a origem dos seres humanos. Em alguns países, notavelmente os Estados Unidos, as tensões entre os ensinamentos científicos e religiosos têm alimentado a controvérsia da criação vs. evolução, um conflito religioso que foca na política do criacionismo e no ensino da evolução nas escolas públicas.[176] Apesar de outros campos da ciência como cosmologia[177] e ciências da Terra[178] também entrarem em conflito com a interpretação literal de muitos textos religiosos, muitos crentes religiosos opõem-se à biologia evolutiva.
A Ecologia tem-se tornado uma prática protoreligiosa, paracientífica, ideológica, visto que uma tal ciência sistêmica para tornar-se uma prática científica como desejam os seguidores da ecologia deveria ser uma superciência que englobaria, entre outras ciências: Meteorologia, Biologia vegetal, Biologia animal, Química, Geologia, Geografia, Arquelologia, Paleontologia de uma tal forma embricadas que não existiria hoje um modo de se montar tal disciplina com os conhecimentos atuais dentro do método científico.
A pretensa sustentabilidade carece de fundamentos matemáticos, estatísticos e está mais para a estocástica, e para a teoria das filas do que para a biologia vegetal, sabemos que o estoque de nutrientes do solo está se esgotando lentamente, uma vez que a matéria prima que fertilizou o solo começou a ser produzida e estocada há 580 milhões de anos e vem sendo consumida lentamente, e os seres vivos produtores que eram únicos agora dividem a Terra com os consumidores de nutrientes, as plantas superiores heterotróficas, mais modernas, justamente aquelas com caules, raízes, flores e frutos que nos fornecem a matéria prima dos alimentos, a madeira, nos forneceram o carvão e o oxigênio.
Esta equação vai se encerrar com a diminuição, talvez extinção dos vegetais consumidores para reiniciar-se um novo ciclo com os produtores fazendo nova acumulação de nutrientes no solo para que uma nova era recomeçe para os seres consumidores recuperarem a sua expansão e domínio como hoje conhecemos na Terra.
É claro que o aumento do consumo humano interfere no esgotamento dos nutrientes do solo, mas enquanto houver qualquer tipo vegetal consumidor heterotrófico, como florestas, savanas, cerrado, por exemplo, o processo de desgaste e consumo do estoque de nutrientes acumulado no solo pelos líquens e fungos há 580 milhões de anos irá esgotar-se por que a sua reposição atual é mais lenta do que a taxa de consumo do estoque de nutrientes do solo que permitiu a expansão dos vegetais superiores heterótrofos nestes 420 milhões de anos.
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*Para recepção científica e social da evolução no século XIX e princípio do século XX, veja: Johnston, Ian C.. History of Science: Origins of Evolutionary Theory. And Still We Evolve. Liberal Studies Department, Malaspina University College.
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seção de comentários sobre temas sociais do professor politólogo e filósofo Roberto Rocha "o Neguinho"
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Sustentabilidade agrícola: é possível?
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Opções tecnológicas que restam ao Brasil
disponivel na AMAZON.COM livros de autoria de prof Msc Roberto da Silva Rocha
Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político
Opções tecnológicas que restam ao Brasil
Como sabemos, seria um passo gigantesco para o Brasil ombrear-se às indústrias dos países que possuem uma cultura organizacional secular, ao contrário do Brasil onde as empresas e as organizações noviças não acumularam cultura em tecnologia, em experiência, em conhecimento de engenharia, engenharia de produção, em confiabilidade, em pesquisa, em segredos industriais, em patentes, em pessoal especializado, em market share, em valores intangíveis da marca e da tradição no mercado, em imagem institucional. Enfim, em cultura organizacional e domínio de mercado.
Uma completa estratégia de mercado exigiria um amplo programa de posicionamento e inserção
em um mercado saturado de produtores confiáveis e tradicionais, com sua extensa cadeia de produção, suprimentos e distribuição de produtos e serviços ao nível mundial que não se constrói de uma hora para outra.
Como se inserir em um mercado repleto de armadilhas e sem espaço generoso para mais um novato que tem que abrir caminho nesta selva, de mercado, complexa?
Opções tecnológicas que restam ao Brasil
Como sabemos, seria um passo gigantesco para o Brasil ombrear-se às indústrias dos países que possuem uma cultura organizacional secular, ao contrário do Brasil onde as empresas e as organizações noviças não acumularam cultura em tecnologia, em experiência, em conhecimento de engenharia, engenharia de produção, em confiabilidade, em pesquisa, em segredos industriais, em patentes, em pessoal especializado, em market share, em valores intangíveis da marca e da tradição no mercado, em imagem institucional. Enfim, em cultura organizacional e domínio de mercado.
Uma completa estratégia de mercado exigiria um amplo programa de posicionamento e inserção
em um mercado saturado de produtores confiáveis e tradicionais, com sua extensa cadeia de produção, suprimentos e distribuição de produtos e serviços ao nível mundial que não se constrói de uma hora para outra.
Como se inserir em um mercado repleto de armadilhas e sem espaço generoso para mais um novato que tem que abrir caminho nesta selva, de mercado, complexa?
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Capacidade craniana: homem versus mulher
disponivel na AMAZON.COM livros de autoria de prof Msc Roberto da Silva Rocha
Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político
Anatomia da fêmea humana (mulherana)
Um grande pintor e escultor, como Leonardo da Vinci, ao utilizar sempre um modelo vivo humano para retratar a mulher o faz por que nenhum ser humano poderia reproduzir todos os detalhes anatômicos perfeitos que distinguem o corpo e a forma feminina de memória, por ser extremamente, detalhadamente, sutil e facilmente escapável aos olhos desarmados de um micrômetro.
Os estudantes de anatomia, das artes plásticas, de Antropologia forense, ou de direito forense teriam detalhado as diferenças sutis e determinantes da anatomia no dimorfismo sexual que identifica e distingue as características de identidade sexual de uma ossada para determinar o sexo do objeto em exame.
Comparando os crânios de um macho e de uma fêmea humanos as diferenças medidas com o auxílio de micrômetros, paquímetros e outros instrumentos de medição de alta precisão saltam aos olhos com as suas diferenças anatômicas extrínsecas e as intrínsecas.
O que desejo destacar são aquelas diferenças anatômicas evolutivas derivadas do processo da seleção natural das espécies que se discreparam na espécie através da evolução funcional provocada exclusivamente das adaptações ao meio ambiente provocadas e selecionadas pelas condições naturais e culturais que se transfixaram à anatomia feminina de maneira análoga àquelas percebidas em determinadas espécies pelas mesmas características funcionais encontradas nas espécies que assim conseguiram maior sucesso reprodutivo em função das mudanças e das demandas ambientais.
Os estudiosos da adaptação anatômica evolutiva nas espécies produzida pelo processo de seleção natural na chamada evolução das espécies de Charles Darwin, que ainda não foram refutadas nem substituídas entre as teorias das espécies, separam as espécies animais além das divisões em filo, classe, ordem, espécie, em uma outra variante de divisão entre todos os seres animais baseadas no comportamento com relação a ser o indivíduo caçador ou caça, ou, consequentemente, carnívoro ou herbívoro. Segundo os zoólogos: “O número de gêneros e espécies segue Wozencraft in Wilson e Reeder (2005), totalizando: 126 gêneros e 286 espécies.”
Efeito (hipotético) da plasticidade fenotípica é que duas populações clonais (genéticamente idênticas) expostas cada uma à diferentes desafios ambientais, apresentam respostas (no decorrer das gerações) diferentes entre si a fim de sobreviver e se perpetuar em ambos os ambientes.
Essa igualdade na capacidade de lidar com os diferentes desafios é resultado, portanto, de um mesmo conjunto de genes (já que as populações originais são genéticamente iguais), e assim, os efeitos seletivos dos desafios ambientais são amortecidos, resultando (teoricamente) numa menor taxa evolutiva (considere que ambos os ambientes acabam por selecionar o mesmo conjunto de genes), e um único e homogêneo conjunto de genes. Em uma situação inversa, onde as populações clonais não apresentam nenhuma plasticidade fenotípica, cada ambiente selecionaria um conjunto particular de genes para lidar com seus desafios particulares, criando dois conjuntos diferentes de genes a partir de um conjunto inicial.
É bom notar que a plasticidade fenotípica é uma propriedade morfo-fisiológica fundamentada em um próprio conjuntos de genes, portanto é per se (teoricamente) selecionável pela seleção natural, a qual (no decorrer de gerações) pode tornar uma população mais ou menos capaz de apresentar a plasticidade fenotípica.
A habilidade de um organismo em monitorar e responder à mudança ambiental é crítica para a sobrevivência em habitats complexos. Nossos dois principais sistemas sensoriais, os sistemas nervoso e imune, nos permite regular desenvolvimentalmente nosso corpo em resposta aos estímulos ambientais.
A plasticidade fenotípica pode ser dividida em dois tipos principais: polifenismo e regras de reação.
• Polifenismo
O polifenismo refere-se a fenótipos descontínuos comandados pelo ambiente. Um bom exemplo para ilustrar tal fato é o dos gafanhotos migratórios, os quais existem em duas formas mutuamente exclusivas: a fase solitária de asas curtas e coloração uniforme e a fase gregária de asas longas e cores brilhantes. O meio ambiente, nesse caso principalmente a densidade populacional determina qual será a morfologia do jovem gafanhoto. De maneira análoga, as ninfas de gafanhotos de plantas podem desenvolverem-se de duas maneiras, dependendo das condições ambientais. Altas densidade populacionais e certas comunidades botânicas induzem a produção de insetos migratórios, onde o terceiro segmento torácico dá origem a uma grande asa posterior. Em contrapartida, densidade populacional baixa e outras plantas alimentícias levam ao desenvolvimento de sugadores de plantas, não voadores, onde o terceiro segmento torácico desenvolve-se em uma asa vestigial semelhante a um haltere. Outro exemplo clássico do polifenismo é a mudança sazonal da coloração do pêlo de animais árticos. Apesar do polifenismo sazonal ser geralmente considerado como adaptativo, existem certas ocasiões que não há aumento da aptidão do organismo. Por exemplo, o fotoperíodo pode fazer com que o pêlo da lebre mude de marrom para branco, mas se não houver neve, a lebre ficara conspícua em um segundo plano escuro.
• Norma de reação
Em alguns casos, o genoma codifica uma variedade potencial de fenótipos, e o ambiente seleciona aquele fenótipo que usualmente é o mais adaptativo. Por exemplo, exercício intenso e constante pode fazer com que os músculos aumentem de tamanho; mas existe um limite geneticamente definido que determina o quanto a hipertrofia é possível. Analogamente, o micro-habitat de uma salamandra jovem pode causar sua mudança de cor (novamente, dentro de limites geneticamente definidos). Essa variação contínua de fenótipos expressos por um único genótipo através de uma série de condições ambientais é chamada de norma de reação . A norma de reação é, portanto, uma propriedade do genoma e pode também ser selecionada. É de se esperar que diferentes genótipos sejam diferentes na direção e quantidade de plasticidade que serão capazes de expressar. A extensão pela qual normas de reação podem ser herdadas fornece a base para a evolução da plasticidade fenotípica.
Nem todo polifenismo é controlado pelas estações. Nas abelhas, o tamanho da larva fêmea na muda pupal determina se o indivíduo será uma operária ou uma rainha. A larva que é alimentada com “geléia real”, rica em nutrientes, retém a atividade da sua corpora allata durante o estágio do último instar. O hormônio juvenil secretado por esses órgãos atrasa a pupação, fazendo com que a abelha emergente seja maior e (em algumas espécies) mais especializada em sua anatomia. Os níveis de hormônio juvenil em larvas destina das a se tornar rainha é 25 vezes maior que o título das destinadas a serem operárias, e a aplicação desse hormônio em larvas operárias pode transformá-las em rainhas.
Analogamente, colônias de formigas são predominantemente fêmeas, e essas podem ser extremamente polimórficas. Os dois tipos principais de fêmeas são a operária e a gine. A gine é uma rainha em potencial. Em espécies mais especializadas, também se observa uma operária maior, o soldado. Na Pheidole bicarinata, essas castas são determinadas pelos níveis de hormônio juvenil nas larvas em desenvolvimento. Larvas recebendo alimento rico em proteínas têm um título elevado de hormônio juvenil que causa uma abrupta mudança no desenvolvimento que “reprograma” o tamanho no qual as larvas iniciarão a metamorfose. Isso causa uma grande e descontínua diferença de tamanho entre as castas de soldados e operárias, com a cabeça e as mandíbulas crescendo mais rapidamente do que o resto do corpo. Essa reprogramação também envolve mudanças na atividade gênica, pois as proteínas cuticulares das operárias e dos soldados são diferentes.
A plasticidade fenotípica confere ao indivíduo a habilidade para responder às diferentes condições ambientais. Diferentes fenótipos se adaptam melhor em diferentes ambientes. No sapo pé de espada, a forma de rápido desenvolvimento é mais adequada para lagoas que secam rapidamente, mas os sapos de desenvolvimento lento (os quais se desenvolvem em sapos maiores, e mais robustos) são mais adequados para condições com mais água. Existe um custo nessa plasticidade fenotípica, mas é assegurado que sempre alguns animais sobreviverão em cada condição.
Evolução divergente ou divergência evolutiva ocorre quando duas ou mais características biológicas tem uma origem evolutiva comum, mas que divergiram ao longo da sua história evolutiva. Isto também é conhecido como adaptação ou evolução adaptativa. Estes caracteres podem ser estruturas visíveis de diferentes espécies ou entidades moleculares, como genes ou um ciclo bioquímico. Este é um tipo de relação que é observada na biologia evolutiva. Populações da mesma espécie, por migração ou outro evento, acabam ocupar habitats com condições diferentes. Ao longo de gerações, as diferentes pressões ambientais fazem com que a selecção natural actue de maneira diferente nos dois grupos, levando a divergência das funções de órgãos, estruturas, genes. Dado tempo suficiente, estas diferenças eventualmente levam à especiação.
O termo divergência foi empregado pela primeira vez no livro A origem das espécies (On the Origem of Species – no original inglês), publicado em 1859. O livro A origem das espécies foi escrito pelo naturalista inglês Charles Robert Darwin (1809-1882) com base nas experiências adquiridas em sua viagem a bordo do navio inglês HMS Beagle, que durou quatro anos e nove meses, dois terços dos quais Darwin esteve em terra firme. Durante sua viagem ele estudou uma grande variedade de espécies até então desconhecidas para a ciência. Percorreu os continentes americano, africano e asiático, além da Oceania e as famosas ilhas Galápagos, onde pode observar a variação de características de uma mesma espécie entre as diversas ilhas do arquipélago.
Quando Charles Robert Darwin escreveu sua obra reconhecida mundialmente nos dias de hoje, denominada como A Origem das Espécies, ele lançou a teoria do Princípio da Divergência dos Caracteres[1],onde explicava o processo de evolução e adaptação dos seres vivos. O Princípio da Divergência dos Caracteres chamou a atenção pela primeira vez para as pequenas diferenças físicas, que a princípio mal não podiam ser percebidas, mas que se somavam até tornarem nítidas, distinguindo assim as espécies entre si em relação ao seu ancestral mais comum. Constatou então que, quanto mais diversificado se tornam os indivíduos de uma espécie mesma no que se refere à uma determinada estrutura, constituição ou hábitos, tanto mais esta espécie estará capacitada a predominar em um habitat muito mais amplo e diferente dos demais, ocupando, por conseguinte, distintas áreas existentes na natureza e enfim, podendo de te tal modo se reproduzir por meios completos e amplos. Se em algum período da história de vida de certas populações da mesma espécie, seja por migração, ou devido algum acontecimento geológico ou ainda por outro tipo de evento, ocupa habitats com condições diferentes, pode ocorrer ao longo das gerações, devido às diferentes pressões ambientais um processo de seleção natural que atue de maneira diferente nos dois grupos, levando a divergência das funções de órgãos,genes e estruturas desta espécie.
Da mesma forma , a competição entre os indivíduos semelhantes levará à evolução da espécie, com o surgimento de novas adaptações, para que estas reduzam a intensidade desta competição. Também é importante frisar que à medida que ocorrem mudanças no ambiente e nas espécies que estão competindo, estas espécies desenvolverão, da mesma forma, novas adaptações [2] . Essas adaptações são consideradas como resultado da seleção natural sobre os indivíduos de mesma uma população que apresentam adaptações vantajosas ou que, quando migram para um novo ambiente, são selecionados por serem aqueles indivíduos que possuem características que os tornam mais adaptados a este novo meio. Depois de um determinado período de tempo, estas diferenças serão tão grandes entre os indivíduos que impossibilitarão o cruzamento entre eles. São estas diferenças que eventualmente levam ao que chamamos de especiação. A substituição das características evidencia que a competição pode causar divergências entre espécies estreitamente relacionadas [2]. e que grande parte da diversidade da vida pode ter surgido através de sucessivos processos de sessões de radiação adaptativa e que a concorrência de recursos naturais e predação podem se sugeridos como mecanismos de condução deste processo.[3]
É possível afirmar que a competição é mais forte quando ela é intra-específica, que são aqueles tipos de relações que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, pois de certo modo uma determinada espécie só vai ter um competidor que explore os mesmo recursos como: comer do mesmo alimento, no mesmo horário, no mesmo local, se ele for geralmente da mesma espécie. Para que esse problema de competição possa ser alterado, uma forma de resolver esta situação é tornar-se diferente de seu competidor. A competição entre os indivíduos semelhantes levará à evolução, de novas adaptações, que reduzam a intensidade da competição, desta forma o resultado será a divergência. Assim a substituição de características evidencia que a competição pode, e é um fator causador da divergência entre espécies que se mantêm estreitamente relacionadas.
Assim sendo, todas estas modificações das estruturas podem ser consideradas como o resultado da seleção natural sobre indivíduos de uma mesma população que apresentam adaptações mais vantajosas ou que, quando migram para um novo ambiente, são selecionados porque possuem características que os tornam mais adaptados a esse meio.
O crânio dos caçadores:
O crânio é um invólucro de tecidos mais ou menos rígidos que, nos animais do clade Craniata (a que pertencem os vertebrados e outros de filogenia próxima), envolve o cérebro, os órgãos do olfacto, da visão, o ouvido interno e serve de suporte aos órgãos externos dos aparelhos respiratório e digestivo.
Pode considerar-se formado por duas partes principais que, aparentemente correspondem a duas etapas da evolução:
• a caixa craniana ou neurocrânio – a parte que envolve o cérebro e os órgãos dos sentidos (com excepção do paladar); e
• o maciço frontal, esplancnocrânio ou branchiocranio – a parte que suporta a boca e o aparelho branquial.
Ao longo da filogénese foram-se estabelecendo relações cada vez mais estreitas entre estas duas partes do crânio, através de articulações chamadas "suspensões":
• Suspensão anfistílica – em que tanto o palato-quadrado como o iomandibular se articulam com o neurocrânio, como em alguns peixes Chondrichthyes;
• Suspensão iostílica – em que apenas o iomandibular se articula com o neurocrânio, como na maior parte dos peixes, incluindo alguns tubarões e no esturjão;
• Suspensão autostílica – em que o neurocrânio e o esplancnocrânio tendem a fundir-se como na maior parte dos tetrápodes.
As modificações evolutivas do esplancnocrânio reflectem as do I e II arcos viscerais durante a ontogénese. O osso iomandibular (porção dorsal do II arco visceral) é o que, nos peixes participação na suspensão iostílica; nos anfíbios, répteis e aves o II arco visceral transforma-se no primeiro dos três ossinhos do ouvido médio (columella), enquanto que o I arco visceral mantém a sua função de sustentar a abertura bucal; nos mamíferos, o articular e o quadrado, provenientes do I arco visceral, transformam-se no martelo e no estribo, completando assim a cadeia de ossinhos do ouvido médio.
Nos mamíferos, a articulação maxilo-mandibular forma-se a partir do dental e da escamado temporal. Nos répteis e mamíferos, as coanas (interior das narinas) passaram para a parte de trás da cavidade bucal para a formação do palato secundário, septo ósseo que separa as vias respiratórias do tubo digestivo. Nas aves, o palato secundário tende a desaparecer, provavelmente pela falta de dentes e existência do bico.
As fenestra temporais são características anatômicas do crânio amniota, caracterizada por buracos bilateralmente simétricos (fenestra) no osso temporal. Dependendo da linhagem de um animal, dois, um, ou nenhum par de fenestra temporal pode estar presente, em cima ou abaixo dos ossos pós-orbitais e esquamosal. As fenestras temporais superiores também são conhecidos como fenestra supratemporal, e as fenestras temporais mais baixas também são conhecidas como fenestra infratemporal. A presença e a morfologia da fenestra temporal é indispensável para a classificação taxonômica dos sinápsidas, do qual os mamíferos fazem parte.
A especulação fisiológica a associa com uma subida a taxas metabólicas e um aumento na musculatura da maxila. Antes do Carbonífero amniotas mais antigos não tinham fenestras temporais mas sauropsidas e sinápsidas mais avançados tinham. Com o passar do tempo, a fenestra temporal dos sauropsidas e sinápsidas ficou mais modificada e maior para dar mordidas mais fortes com mais músculos na maxila. Os dinossauros, que são sauropsidas, tem grandes aberturas e os seus descendentes, os pássaros, tem fenestras temporais que foram modificadas. Os mamíferos, que são sinápsidas, não possuem nenhuma abertura fenestral no crânio, no entanto o traço foi modificado. Os mamíferos realmente, ainda possuem entretanto, a órbita temporal (que se parece com uma abertura) e os músculos temporais. Ele é um buraco na cabeça e está situado no reverso da órbita atrás do olho.
Há quatro tipo de fenestrações temporais no crânio dos amniotas, classificadas quanto ao número e posição da fenestra:
• Crânio anápsido - sem aberturas temporais; tipo mais primitivo; exemplo: Testudines.
• Crânio diápsido - duas aberturas temporais, uma superior entre o pariental, esquamosal e pós-orbital, e uma inferior entre o pós-orbital, jugal, quadrado-jugal e esquamosal; exemplo Aves e Dinossauros.
• Crânio euriápsido - uma abertura temporal superior, localizada entre os ossos pariental, pós-orbital e esquamosal; exemplo Plesiosauria.
• Crânio sinápsido - uma abertura temporal inferior, situada entre os ossos esquamosal, pós-orbital, jugal e quadrado-jugal; exemplo Synapsida e Mammalia
• Nos seres humanos, o crânio adulto é normalmente composto de 22 ossos. Exceto a mandíbula, todos os outros ossos do crânio estão ligados por suturas rígidas, permitindo articulações de pouco movimento. Oito ossos formam a neurocranium (braincase)-incluindo o frontal, parietal, occipital, esfenóide, temporal e etimóide — uma abóbada protectora em torno do cérebro. Catorze ossos formam a splanchnocranium, apoiando os ossos da face. Nham dentro dos ossos temporais são as seis ossicles de orelha a orelha média, embora estas não façam parte do crânio. O osso hióide, apoiando a língua, não é normalmente considerado como parte do crânio, uma vez que não se articulam com qualquer outro.
• O crânio do seio contém as cavidades, que estão cheios de ar revestidas de epitélio respiratório, como também as grandes linhas vias respiratórias. As funções dos ossos dos seios não são claros; elas podem contribuir para diminuir o peso do crânio com uma pequena diminuição da força, ou podem ser importantes para a melhoria da ressonância da voz. Em alguns animais, tais como o elefante, os seios são extensos. O crânio do elefante precisa ser muito grande, de modo a formar um atalho para os músculos do pescoço e tronco, mas também é inesperadamente a luz, a relativamente pequena fuga de caso é cercada por grandes seios que reduzem o peso.
• As meninges são as três camadas, ou membranas, que circundam as estruturas do sistema nervoso. Elas são conhecidas como a dura-máter, a aracnóide e da pia-mater. Diferentemente de serem classificados juntos, eles têm pouco em comum um com o outro.
• No ser humano, a posição anatômica para o crânio é o avião Frankfurt, onde as margens de lucro mais baixas as órbitas e as fronteiras superior da orelha canais estão todos em um plano horizontal. Esta é a posição em que o corpo fica em pé e olha diretamente para a frente. Para fins de comparação, os crânios de outras espécies, nomeadamente primatas e hominídeos, às vezes podem ser estudados em Francoforteo. No entanto, isso nem sempre equivale a uma postura natural na vida.
Há articulações quase completamente do tipo imóvel, exceto aquelas que ligam o topo da coluna vertebral e a mandíbula ao osso temporal.
É constituída por oito ossos:
• osso etmóide - ímpar, mediano e simétrico
• osso frontal - ímpar, mediano e simétrico
• osso occipital - ímpar, mediano e simétrico
• osso parietal - par e lateral
• osso esfenóide - ímpar, mediano e simétrico
• osso temporal - par, lateral e assimétrico
A caixa craniana é constituída por uma base (osso ocipital, osso temporal, o esfenóide, etmóide e frontal) e por um tempo (o osso temporal, o osso parietal da parte da esfenóide e frontal do ocipício).
Os ossos que compõe a caixa craniana e o maciço frontal são unidos através do sinartrosi, quase sempre sutura que podem ser do tipo dentato, escamoso, harmônico ou conjunto. Ele dá o nome de bregma ao ponto de articulação entre as suturas sagitais e as suturas coronais, que corresponde a fronte anterior do bebê e ao crânio em adultos. O ponto de interseção da sutura satigal com a lambdoidea se chama lambda. Nos recém-nascidos, a caixa craniana ainda não está completamente formada. Os pontos ainda não soldados são aqueles frontais em cima da testa, e os outros para trás e menores (inferiores a um centímetro) se formam após uma semana de vida.
O crânio dos recém-nascidos não estão completamente formados por duas razões:
1. para permitir que a cabeça da criança, durante o parto, saia sem maiores dificuldades dos ossos da bacia da mãe, para passar livremente;
2. e para permitir que os ossos cranianos se adaptem na mesma rapidez com que o cérebro cresce.
Na verdade, a fonte no topo da cabeça começa a fechar após os seis meses de vida e termina seu fechamento em torna dos dezoito meses de existência da criança.
As fenestras temporais são características anatômicas do crânio da amniota, caracterizada por buracos bilateralmente simétricos (fenestrae) no osso temporal. Dependendo da linhagem de um determinado animal, podem estar presentes dois, um ou um número ímpar de fenestra temporal, acima ou abaixo dos ossos pós-orbital ou escamosal. As partes superiores da fenestra temporal também são conhecidas como fenestra supratemporal, enquanto que os fenestras temporais menores são chamados de fenestras infratemporais. A presença e a morfologia da fenestra temporal é fundamental para a classificação taxonômica das sinápsidas, da qual os mamíferos fazem parte.
As especulações fisiológicas associam-na com um aumento da taxa metabólica e um reforço em sua musculatura maxilar. Quanto mais cedo as amniotas dos Carboníferos não tiverem fenestras temporais os mais avançados sauropsidíos e sinapsidíos terão. A medida que o tempo foi avançado, as fenestras temporais dos sauropsídios e dos sinapsídios alterou sua estrutura, tornando mais forte os músculos de sua mandíbula para uma maior precisão nas mordidas. Os dinossauros, que são sauropsídios, possuem longas aberturas avançados e os seus descendentes, os pássaros, têm fenestras temporais que se modificaram ao longo dos anos. Os pássaros, porém, também possuem a órbita temporal (que é semelhante a uma abertura) e músculos temporais, que pode ser observado como um buraco na cabeça situado para a retaguarda da órbita atrás dos olhos.
Existem quatro ttipos de crânio amniota, classificados pelo número e localização de suas fenestras. Estes são:
• Anapsida - sem aberturas
• Sinápsida - uma abertura baixa (abaixo dos ossos pós-orbital e esquamosal)
• Euryapsida - uma abertura alta (acima dos ossos pós-orbital e esquamosal); one high opening (above the postorbital and squamosal bones); atualmente, os euryapsids evoluiram de uma configuração diápsida, e perderam sua menor fenestra temporal.
• Diapsida - duas aberturas
Suas evoluções estão relacionadas a seguir:
• Amniota
o Classe Sinápsida
Ordem Therapsida
Classe Mammalia - mamíferos
o Classe Sauropsida - répteis
Subclasse Anapsida
(sem classificação) Eureptilia
Subclasse Diapsida
(sem classificação) Euryapsida
Classe Aves - pássaros
Qual a conclusão que interessa aqui neste estudo anatômico do dimorfismo funcional sexual intraespecífico da espécie homo sapiens, ou seja: deseja-se destacar uma importante variação craniana entre o homem e a mulher fruto da disposição da órbita ocular craniana a qual foi o resultado do processo evolutivo funcional que foi determinado pela atividade vital para a sobrevivência da espécie humana.
Como se pode observar, os olhos dos caçadores, sejam eles carnívoros ou não, estão voltados para frente, paralelamente, para facilitar a paralaxe da visão, que permite calcular a distância da vítima em detrimento da vigilância tão cara às espécies que caçam.
Olhos voltados para as laterais, como nos peixes não-carnívoros, com também nas aves não carnívoras, e em outras espécies não carnívoras, foram adaptações evolutivas para permitirem uma melhor vigilância contra os predadores, permitindo que os seus cérebros processassem informações diferentes, simultaneamente, para lhes cobrirem o campo de visão periférico e observarem coisas diferentes de modo panorâmico e em alto grau de discrição. Esta era a principal arma de defesa de sobrevivência enquanto candidato à caça, ou para evitar ser a comida dos animais e espécies caçadoras ou carnívoras, em geral.
Olhos voltados para frente, como nos leões, peixes carnívoros e outras aves carnívoras como as águias, as corujas, indicam a necessidade de focar e concentrar a atenção do cérebro no único alvo, podendo calcular a distância precisa para dar o bote certeiro na vítima.
Observando o desenho das caixas cranianas dos homens e das mulheres nota-se uma ligeira diferença anatômica que permite concluir que os olhos das fêmeas humanas serem ligeiramente voltados para as laterais. Ao contrário das órbitas dos olhos masculinos ligeiramente mais centrados para frente do que os olhos das fêmeas. O globos oculares femininos são ligeiramente mais salientes, mais saltados para frente, ao contrário dos oculares masculinos, que são mais paralelos, concentrados como nos carnívoros caçadores.
A conclusão a que se quer chegar é a de que não se pode esperar que milhares de anos de comportamento social de caçador do macho da espécie homo sapiens que indicam que, ao contrário do comportamento social da fêmea homo sapiens, definiu que o comportamento de caçador do macho determinou uma importante diferenciação genética e de plasticidade fenotípica adaptativa entre macho e fêmea humanos.
Era essa a prova suficiente para se confrontar e debater a capacidade evolutiva do macho em concentrar-se mais do que a fêmea, a capacidade evolutiva da fêmea em permanecer mais em vigília periférica sem ter que concentrar-se em um único objeto alvo de vigilância. Foram características evolutivas polifenísticas que se transfixaram da cultura para o genótipo do macho e da fêmea humanas, respectivamente.
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Anatomia da fêmea humana (mulherana)
Um grande pintor e escultor, como Leonardo da Vinci, ao utilizar sempre um modelo vivo humano para retratar a mulher o faz por que nenhum ser humano poderia reproduzir todos os detalhes anatômicos perfeitos que distinguem o corpo e a forma feminina de memória, por ser extremamente, detalhadamente, sutil e facilmente escapável aos olhos desarmados de um micrômetro.
Os estudantes de anatomia, das artes plásticas, de Antropologia forense, ou de direito forense teriam detalhado as diferenças sutis e determinantes da anatomia no dimorfismo sexual que identifica e distingue as características de identidade sexual de uma ossada para determinar o sexo do objeto em exame.
Comparando os crânios de um macho e de uma fêmea humanos as diferenças medidas com o auxílio de micrômetros, paquímetros e outros instrumentos de medição de alta precisão saltam aos olhos com as suas diferenças anatômicas extrínsecas e as intrínsecas.
O que desejo destacar são aquelas diferenças anatômicas evolutivas derivadas do processo da seleção natural das espécies que se discreparam na espécie através da evolução funcional provocada exclusivamente das adaptações ao meio ambiente provocadas e selecionadas pelas condições naturais e culturais que se transfixaram à anatomia feminina de maneira análoga àquelas percebidas em determinadas espécies pelas mesmas características funcionais encontradas nas espécies que assim conseguiram maior sucesso reprodutivo em função das mudanças e das demandas ambientais.
Os estudiosos da adaptação anatômica evolutiva nas espécies produzida pelo processo de seleção natural na chamada evolução das espécies de Charles Darwin, que ainda não foram refutadas nem substituídas entre as teorias das espécies, separam as espécies animais além das divisões em filo, classe, ordem, espécie, em uma outra variante de divisão entre todos os seres animais baseadas no comportamento com relação a ser o indivíduo caçador ou caça, ou, consequentemente, carnívoro ou herbívoro. Segundo os zoólogos: “O número de gêneros e espécies segue Wozencraft in Wilson e Reeder (2005), totalizando: 126 gêneros e 286 espécies.”
Efeito (hipotético) da plasticidade fenotípica é que duas populações clonais (genéticamente idênticas) expostas cada uma à diferentes desafios ambientais, apresentam respostas (no decorrer das gerações) diferentes entre si a fim de sobreviver e se perpetuar em ambos os ambientes.
Essa igualdade na capacidade de lidar com os diferentes desafios é resultado, portanto, de um mesmo conjunto de genes (já que as populações originais são genéticamente iguais), e assim, os efeitos seletivos dos desafios ambientais são amortecidos, resultando (teoricamente) numa menor taxa evolutiva (considere que ambos os ambientes acabam por selecionar o mesmo conjunto de genes), e um único e homogêneo conjunto de genes. Em uma situação inversa, onde as populações clonais não apresentam nenhuma plasticidade fenotípica, cada ambiente selecionaria um conjunto particular de genes para lidar com seus desafios particulares, criando dois conjuntos diferentes de genes a partir de um conjunto inicial.
É bom notar que a plasticidade fenotípica é uma propriedade morfo-fisiológica fundamentada em um próprio conjuntos de genes, portanto é per se (teoricamente) selecionável pela seleção natural, a qual (no decorrer de gerações) pode tornar uma população mais ou menos capaz de apresentar a plasticidade fenotípica.
A habilidade de um organismo em monitorar e responder à mudança ambiental é crítica para a sobrevivência em habitats complexos. Nossos dois principais sistemas sensoriais, os sistemas nervoso e imune, nos permite regular desenvolvimentalmente nosso corpo em resposta aos estímulos ambientais.
A plasticidade fenotípica pode ser dividida em dois tipos principais: polifenismo e regras de reação.
• Polifenismo
O polifenismo refere-se a fenótipos descontínuos comandados pelo ambiente. Um bom exemplo para ilustrar tal fato é o dos gafanhotos migratórios, os quais existem em duas formas mutuamente exclusivas: a fase solitária de asas curtas e coloração uniforme e a fase gregária de asas longas e cores brilhantes. O meio ambiente, nesse caso principalmente a densidade populacional determina qual será a morfologia do jovem gafanhoto. De maneira análoga, as ninfas de gafanhotos de plantas podem desenvolverem-se de duas maneiras, dependendo das condições ambientais. Altas densidade populacionais e certas comunidades botânicas induzem a produção de insetos migratórios, onde o terceiro segmento torácico dá origem a uma grande asa posterior. Em contrapartida, densidade populacional baixa e outras plantas alimentícias levam ao desenvolvimento de sugadores de plantas, não voadores, onde o terceiro segmento torácico desenvolve-se em uma asa vestigial semelhante a um haltere. Outro exemplo clássico do polifenismo é a mudança sazonal da coloração do pêlo de animais árticos. Apesar do polifenismo sazonal ser geralmente considerado como adaptativo, existem certas ocasiões que não há aumento da aptidão do organismo. Por exemplo, o fotoperíodo pode fazer com que o pêlo da lebre mude de marrom para branco, mas se não houver neve, a lebre ficara conspícua em um segundo plano escuro.
• Norma de reação
Em alguns casos, o genoma codifica uma variedade potencial de fenótipos, e o ambiente seleciona aquele fenótipo que usualmente é o mais adaptativo. Por exemplo, exercício intenso e constante pode fazer com que os músculos aumentem de tamanho; mas existe um limite geneticamente definido que determina o quanto a hipertrofia é possível. Analogamente, o micro-habitat de uma salamandra jovem pode causar sua mudança de cor (novamente, dentro de limites geneticamente definidos). Essa variação contínua de fenótipos expressos por um único genótipo através de uma série de condições ambientais é chamada de norma de reação . A norma de reação é, portanto, uma propriedade do genoma e pode também ser selecionada. É de se esperar que diferentes genótipos sejam diferentes na direção e quantidade de plasticidade que serão capazes de expressar. A extensão pela qual normas de reação podem ser herdadas fornece a base para a evolução da plasticidade fenotípica.
Nem todo polifenismo é controlado pelas estações. Nas abelhas, o tamanho da larva fêmea na muda pupal determina se o indivíduo será uma operária ou uma rainha. A larva que é alimentada com “geléia real”, rica em nutrientes, retém a atividade da sua corpora allata durante o estágio do último instar. O hormônio juvenil secretado por esses órgãos atrasa a pupação, fazendo com que a abelha emergente seja maior e (em algumas espécies) mais especializada em sua anatomia. Os níveis de hormônio juvenil em larvas destina das a se tornar rainha é 25 vezes maior que o título das destinadas a serem operárias, e a aplicação desse hormônio em larvas operárias pode transformá-las em rainhas.
Analogamente, colônias de formigas são predominantemente fêmeas, e essas podem ser extremamente polimórficas. Os dois tipos principais de fêmeas são a operária e a gine. A gine é uma rainha em potencial. Em espécies mais especializadas, também se observa uma operária maior, o soldado. Na Pheidole bicarinata, essas castas são determinadas pelos níveis de hormônio juvenil nas larvas em desenvolvimento. Larvas recebendo alimento rico em proteínas têm um título elevado de hormônio juvenil que causa uma abrupta mudança no desenvolvimento que “reprograma” o tamanho no qual as larvas iniciarão a metamorfose. Isso causa uma grande e descontínua diferença de tamanho entre as castas de soldados e operárias, com a cabeça e as mandíbulas crescendo mais rapidamente do que o resto do corpo. Essa reprogramação também envolve mudanças na atividade gênica, pois as proteínas cuticulares das operárias e dos soldados são diferentes.
A plasticidade fenotípica confere ao indivíduo a habilidade para responder às diferentes condições ambientais. Diferentes fenótipos se adaptam melhor em diferentes ambientes. No sapo pé de espada, a forma de rápido desenvolvimento é mais adequada para lagoas que secam rapidamente, mas os sapos de desenvolvimento lento (os quais se desenvolvem em sapos maiores, e mais robustos) são mais adequados para condições com mais água. Existe um custo nessa plasticidade fenotípica, mas é assegurado que sempre alguns animais sobreviverão em cada condição.
Evolução divergente ou divergência evolutiva ocorre quando duas ou mais características biológicas tem uma origem evolutiva comum, mas que divergiram ao longo da sua história evolutiva. Isto também é conhecido como adaptação ou evolução adaptativa. Estes caracteres podem ser estruturas visíveis de diferentes espécies ou entidades moleculares, como genes ou um ciclo bioquímico. Este é um tipo de relação que é observada na biologia evolutiva. Populações da mesma espécie, por migração ou outro evento, acabam ocupar habitats com condições diferentes. Ao longo de gerações, as diferentes pressões ambientais fazem com que a selecção natural actue de maneira diferente nos dois grupos, levando a divergência das funções de órgãos, estruturas, genes. Dado tempo suficiente, estas diferenças eventualmente levam à especiação.
O termo divergência foi empregado pela primeira vez no livro A origem das espécies (On the Origem of Species – no original inglês), publicado em 1859. O livro A origem das espécies foi escrito pelo naturalista inglês Charles Robert Darwin (1809-1882) com base nas experiências adquiridas em sua viagem a bordo do navio inglês HMS Beagle, que durou quatro anos e nove meses, dois terços dos quais Darwin esteve em terra firme. Durante sua viagem ele estudou uma grande variedade de espécies até então desconhecidas para a ciência. Percorreu os continentes americano, africano e asiático, além da Oceania e as famosas ilhas Galápagos, onde pode observar a variação de características de uma mesma espécie entre as diversas ilhas do arquipélago.
Quando Charles Robert Darwin escreveu sua obra reconhecida mundialmente nos dias de hoje, denominada como A Origem das Espécies, ele lançou a teoria do Princípio da Divergência dos Caracteres[1],onde explicava o processo de evolução e adaptação dos seres vivos. O Princípio da Divergência dos Caracteres chamou a atenção pela primeira vez para as pequenas diferenças físicas, que a princípio mal não podiam ser percebidas, mas que se somavam até tornarem nítidas, distinguindo assim as espécies entre si em relação ao seu ancestral mais comum. Constatou então que, quanto mais diversificado se tornam os indivíduos de uma espécie mesma no que se refere à uma determinada estrutura, constituição ou hábitos, tanto mais esta espécie estará capacitada a predominar em um habitat muito mais amplo e diferente dos demais, ocupando, por conseguinte, distintas áreas existentes na natureza e enfim, podendo de te tal modo se reproduzir por meios completos e amplos. Se em algum período da história de vida de certas populações da mesma espécie, seja por migração, ou devido algum acontecimento geológico ou ainda por outro tipo de evento, ocupa habitats com condições diferentes, pode ocorrer ao longo das gerações, devido às diferentes pressões ambientais um processo de seleção natural que atue de maneira diferente nos dois grupos, levando a divergência das funções de órgãos,genes e estruturas desta espécie.
Da mesma forma , a competição entre os indivíduos semelhantes levará à evolução da espécie, com o surgimento de novas adaptações, para que estas reduzam a intensidade desta competição. Também é importante frisar que à medida que ocorrem mudanças no ambiente e nas espécies que estão competindo, estas espécies desenvolverão, da mesma forma, novas adaptações [2] . Essas adaptações são consideradas como resultado da seleção natural sobre os indivíduos de mesma uma população que apresentam adaptações vantajosas ou que, quando migram para um novo ambiente, são selecionados por serem aqueles indivíduos que possuem características que os tornam mais adaptados a este novo meio. Depois de um determinado período de tempo, estas diferenças serão tão grandes entre os indivíduos que impossibilitarão o cruzamento entre eles. São estas diferenças que eventualmente levam ao que chamamos de especiação. A substituição das características evidencia que a competição pode causar divergências entre espécies estreitamente relacionadas [2]. e que grande parte da diversidade da vida pode ter surgido através de sucessivos processos de sessões de radiação adaptativa e que a concorrência de recursos naturais e predação podem se sugeridos como mecanismos de condução deste processo.[3]
É possível afirmar que a competição é mais forte quando ela é intra-específica, que são aqueles tipos de relações que ocorrem entre indivíduos da mesma espécie, pois de certo modo uma determinada espécie só vai ter um competidor que explore os mesmo recursos como: comer do mesmo alimento, no mesmo horário, no mesmo local, se ele for geralmente da mesma espécie. Para que esse problema de competição possa ser alterado, uma forma de resolver esta situação é tornar-se diferente de seu competidor. A competição entre os indivíduos semelhantes levará à evolução, de novas adaptações, que reduzam a intensidade da competição, desta forma o resultado será a divergência. Assim a substituição de características evidencia que a competição pode, e é um fator causador da divergência entre espécies que se mantêm estreitamente relacionadas.
Assim sendo, todas estas modificações das estruturas podem ser consideradas como o resultado da seleção natural sobre indivíduos de uma mesma população que apresentam adaptações mais vantajosas ou que, quando migram para um novo ambiente, são selecionados porque possuem características que os tornam mais adaptados a esse meio.
O crânio dos caçadores:
O crânio é um invólucro de tecidos mais ou menos rígidos que, nos animais do clade Craniata (a que pertencem os vertebrados e outros de filogenia próxima), envolve o cérebro, os órgãos do olfacto, da visão, o ouvido interno e serve de suporte aos órgãos externos dos aparelhos respiratório e digestivo.
Pode considerar-se formado por duas partes principais que, aparentemente correspondem a duas etapas da evolução:
• a caixa craniana ou neurocrânio – a parte que envolve o cérebro e os órgãos dos sentidos (com excepção do paladar); e
• o maciço frontal, esplancnocrânio ou branchiocranio – a parte que suporta a boca e o aparelho branquial.
Ao longo da filogénese foram-se estabelecendo relações cada vez mais estreitas entre estas duas partes do crânio, através de articulações chamadas "suspensões":
• Suspensão anfistílica – em que tanto o palato-quadrado como o iomandibular se articulam com o neurocrânio, como em alguns peixes Chondrichthyes;
• Suspensão iostílica – em que apenas o iomandibular se articula com o neurocrânio, como na maior parte dos peixes, incluindo alguns tubarões e no esturjão;
• Suspensão autostílica – em que o neurocrânio e o esplancnocrânio tendem a fundir-se como na maior parte dos tetrápodes.
As modificações evolutivas do esplancnocrânio reflectem as do I e II arcos viscerais durante a ontogénese. O osso iomandibular (porção dorsal do II arco visceral) é o que, nos peixes participação na suspensão iostílica; nos anfíbios, répteis e aves o II arco visceral transforma-se no primeiro dos três ossinhos do ouvido médio (columella), enquanto que o I arco visceral mantém a sua função de sustentar a abertura bucal; nos mamíferos, o articular e o quadrado, provenientes do I arco visceral, transformam-se no martelo e no estribo, completando assim a cadeia de ossinhos do ouvido médio.
Nos mamíferos, a articulação maxilo-mandibular forma-se a partir do dental e da escamado temporal. Nos répteis e mamíferos, as coanas (interior das narinas) passaram para a parte de trás da cavidade bucal para a formação do palato secundário, septo ósseo que separa as vias respiratórias do tubo digestivo. Nas aves, o palato secundário tende a desaparecer, provavelmente pela falta de dentes e existência do bico.
As fenestra temporais são características anatômicas do crânio amniota, caracterizada por buracos bilateralmente simétricos (fenestra) no osso temporal. Dependendo da linhagem de um animal, dois, um, ou nenhum par de fenestra temporal pode estar presente, em cima ou abaixo dos ossos pós-orbitais e esquamosal. As fenestras temporais superiores também são conhecidos como fenestra supratemporal, e as fenestras temporais mais baixas também são conhecidas como fenestra infratemporal. A presença e a morfologia da fenestra temporal é indispensável para a classificação taxonômica dos sinápsidas, do qual os mamíferos fazem parte.
A especulação fisiológica a associa com uma subida a taxas metabólicas e um aumento na musculatura da maxila. Antes do Carbonífero amniotas mais antigos não tinham fenestras temporais mas sauropsidas e sinápsidas mais avançados tinham. Com o passar do tempo, a fenestra temporal dos sauropsidas e sinápsidas ficou mais modificada e maior para dar mordidas mais fortes com mais músculos na maxila. Os dinossauros, que são sauropsidas, tem grandes aberturas e os seus descendentes, os pássaros, tem fenestras temporais que foram modificadas. Os mamíferos, que são sinápsidas, não possuem nenhuma abertura fenestral no crânio, no entanto o traço foi modificado. Os mamíferos realmente, ainda possuem entretanto, a órbita temporal (que se parece com uma abertura) e os músculos temporais. Ele é um buraco na cabeça e está situado no reverso da órbita atrás do olho.
Há quatro tipo de fenestrações temporais no crânio dos amniotas, classificadas quanto ao número e posição da fenestra:
• Crânio anápsido - sem aberturas temporais; tipo mais primitivo; exemplo: Testudines.
• Crânio diápsido - duas aberturas temporais, uma superior entre o pariental, esquamosal e pós-orbital, e uma inferior entre o pós-orbital, jugal, quadrado-jugal e esquamosal; exemplo Aves e Dinossauros.
• Crânio euriápsido - uma abertura temporal superior, localizada entre os ossos pariental, pós-orbital e esquamosal; exemplo Plesiosauria.
• Crânio sinápsido - uma abertura temporal inferior, situada entre os ossos esquamosal, pós-orbital, jugal e quadrado-jugal; exemplo Synapsida e Mammalia
• Nos seres humanos, o crânio adulto é normalmente composto de 22 ossos. Exceto a mandíbula, todos os outros ossos do crânio estão ligados por suturas rígidas, permitindo articulações de pouco movimento. Oito ossos formam a neurocranium (braincase)-incluindo o frontal, parietal, occipital, esfenóide, temporal e etimóide — uma abóbada protectora em torno do cérebro. Catorze ossos formam a splanchnocranium, apoiando os ossos da face. Nham dentro dos ossos temporais são as seis ossicles de orelha a orelha média, embora estas não façam parte do crânio. O osso hióide, apoiando a língua, não é normalmente considerado como parte do crânio, uma vez que não se articulam com qualquer outro.
• O crânio do seio contém as cavidades, que estão cheios de ar revestidas de epitélio respiratório, como também as grandes linhas vias respiratórias. As funções dos ossos dos seios não são claros; elas podem contribuir para diminuir o peso do crânio com uma pequena diminuição da força, ou podem ser importantes para a melhoria da ressonância da voz. Em alguns animais, tais como o elefante, os seios são extensos. O crânio do elefante precisa ser muito grande, de modo a formar um atalho para os músculos do pescoço e tronco, mas também é inesperadamente a luz, a relativamente pequena fuga de caso é cercada por grandes seios que reduzem o peso.
• As meninges são as três camadas, ou membranas, que circundam as estruturas do sistema nervoso. Elas são conhecidas como a dura-máter, a aracnóide e da pia-mater. Diferentemente de serem classificados juntos, eles têm pouco em comum um com o outro.
• No ser humano, a posição anatômica para o crânio é o avião Frankfurt, onde as margens de lucro mais baixas as órbitas e as fronteiras superior da orelha canais estão todos em um plano horizontal. Esta é a posição em que o corpo fica em pé e olha diretamente para a frente. Para fins de comparação, os crânios de outras espécies, nomeadamente primatas e hominídeos, às vezes podem ser estudados em Francoforteo. No entanto, isso nem sempre equivale a uma postura natural na vida.
Há articulações quase completamente do tipo imóvel, exceto aquelas que ligam o topo da coluna vertebral e a mandíbula ao osso temporal.
É constituída por oito ossos:
• osso etmóide - ímpar, mediano e simétrico
• osso frontal - ímpar, mediano e simétrico
• osso occipital - ímpar, mediano e simétrico
• osso parietal - par e lateral
• osso esfenóide - ímpar, mediano e simétrico
• osso temporal - par, lateral e assimétrico
A caixa craniana é constituída por uma base (osso ocipital, osso temporal, o esfenóide, etmóide e frontal) e por um tempo (o osso temporal, o osso parietal da parte da esfenóide e frontal do ocipício).
Os ossos que compõe a caixa craniana e o maciço frontal são unidos através do sinartrosi, quase sempre sutura que podem ser do tipo dentato, escamoso, harmônico ou conjunto. Ele dá o nome de bregma ao ponto de articulação entre as suturas sagitais e as suturas coronais, que corresponde a fronte anterior do bebê e ao crânio em adultos. O ponto de interseção da sutura satigal com a lambdoidea se chama lambda. Nos recém-nascidos, a caixa craniana ainda não está completamente formada. Os pontos ainda não soldados são aqueles frontais em cima da testa, e os outros para trás e menores (inferiores a um centímetro) se formam após uma semana de vida.
O crânio dos recém-nascidos não estão completamente formados por duas razões:
1. para permitir que a cabeça da criança, durante o parto, saia sem maiores dificuldades dos ossos da bacia da mãe, para passar livremente;
2. e para permitir que os ossos cranianos se adaptem na mesma rapidez com que o cérebro cresce.
Na verdade, a fonte no topo da cabeça começa a fechar após os seis meses de vida e termina seu fechamento em torna dos dezoito meses de existência da criança.
As fenestras temporais são características anatômicas do crânio da amniota, caracterizada por buracos bilateralmente simétricos (fenestrae) no osso temporal. Dependendo da linhagem de um determinado animal, podem estar presentes dois, um ou um número ímpar de fenestra temporal, acima ou abaixo dos ossos pós-orbital ou escamosal. As partes superiores da fenestra temporal também são conhecidas como fenestra supratemporal, enquanto que os fenestras temporais menores são chamados de fenestras infratemporais. A presença e a morfologia da fenestra temporal é fundamental para a classificação taxonômica das sinápsidas, da qual os mamíferos fazem parte.
As especulações fisiológicas associam-na com um aumento da taxa metabólica e um reforço em sua musculatura maxilar. Quanto mais cedo as amniotas dos Carboníferos não tiverem fenestras temporais os mais avançados sauropsidíos e sinapsidíos terão. A medida que o tempo foi avançado, as fenestras temporais dos sauropsídios e dos sinapsídios alterou sua estrutura, tornando mais forte os músculos de sua mandíbula para uma maior precisão nas mordidas. Os dinossauros, que são sauropsídios, possuem longas aberturas avançados e os seus descendentes, os pássaros, têm fenestras temporais que se modificaram ao longo dos anos. Os pássaros, porém, também possuem a órbita temporal (que é semelhante a uma abertura) e músculos temporais, que pode ser observado como um buraco na cabeça situado para a retaguarda da órbita atrás dos olhos.
Existem quatro ttipos de crânio amniota, classificados pelo número e localização de suas fenestras. Estes são:
• Anapsida - sem aberturas
• Sinápsida - uma abertura baixa (abaixo dos ossos pós-orbital e esquamosal)
• Euryapsida - uma abertura alta (acima dos ossos pós-orbital e esquamosal); one high opening (above the postorbital and squamosal bones); atualmente, os euryapsids evoluiram de uma configuração diápsida, e perderam sua menor fenestra temporal.
• Diapsida - duas aberturas
Suas evoluções estão relacionadas a seguir:
• Amniota
o Classe Sinápsida
Ordem Therapsida
Classe Mammalia - mamíferos
o Classe Sauropsida - répteis
Subclasse Anapsida
(sem classificação) Eureptilia
Subclasse Diapsida
(sem classificação) Euryapsida
Classe Aves - pássaros
Qual a conclusão que interessa aqui neste estudo anatômico do dimorfismo funcional sexual intraespecífico da espécie homo sapiens, ou seja: deseja-se destacar uma importante variação craniana entre o homem e a mulher fruto da disposição da órbita ocular craniana a qual foi o resultado do processo evolutivo funcional que foi determinado pela atividade vital para a sobrevivência da espécie humana.
Como se pode observar, os olhos dos caçadores, sejam eles carnívoros ou não, estão voltados para frente, paralelamente, para facilitar a paralaxe da visão, que permite calcular a distância da vítima em detrimento da vigilância tão cara às espécies que caçam.
Olhos voltados para as laterais, como nos peixes não-carnívoros, com também nas aves não carnívoras, e em outras espécies não carnívoras, foram adaptações evolutivas para permitirem uma melhor vigilância contra os predadores, permitindo que os seus cérebros processassem informações diferentes, simultaneamente, para lhes cobrirem o campo de visão periférico e observarem coisas diferentes de modo panorâmico e em alto grau de discrição. Esta era a principal arma de defesa de sobrevivência enquanto candidato à caça, ou para evitar ser a comida dos animais e espécies caçadoras ou carnívoras, em geral.
Olhos voltados para frente, como nos leões, peixes carnívoros e outras aves carnívoras como as águias, as corujas, indicam a necessidade de focar e concentrar a atenção do cérebro no único alvo, podendo calcular a distância precisa para dar o bote certeiro na vítima.
Observando o desenho das caixas cranianas dos homens e das mulheres nota-se uma ligeira diferença anatômica que permite concluir que os olhos das fêmeas humanas serem ligeiramente voltados para as laterais. Ao contrário das órbitas dos olhos masculinos ligeiramente mais centrados para frente do que os olhos das fêmeas. O globos oculares femininos são ligeiramente mais salientes, mais saltados para frente, ao contrário dos oculares masculinos, que são mais paralelos, concentrados como nos carnívoros caçadores.
A conclusão a que se quer chegar é a de que não se pode esperar que milhares de anos de comportamento social de caçador do macho da espécie homo sapiens que indicam que, ao contrário do comportamento social da fêmea homo sapiens, definiu que o comportamento de caçador do macho determinou uma importante diferenciação genética e de plasticidade fenotípica adaptativa entre macho e fêmea humanos.
Era essa a prova suficiente para se confrontar e debater a capacidade evolutiva do macho em concentrar-se mais do que a fêmea, a capacidade evolutiva da fêmea em permanecer mais em vigília periférica sem ter que concentrar-se em um único objeto alvo de vigilância. Foram características evolutivas polifenísticas que se transfixaram da cultura para o genótipo do macho e da fêmea humanas, respectivamente.
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quarta-feira, junho 13, 2012
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