segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Meditação a respeito do Bitcoin

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Meditação a respeito do Bitcoin



Imagina o ano zero quando o sr Satochi, o mito criativo do bitcoin teve a ideia de criar uma moeda virtual mundial descentralizada e totalmente eletrônica.

Para qualquer economista não é difícil entender que os bancos criam moedas virtuais, na verdade o fluxo bancário assíncrono cria moedas escriturais ou virtuais, os banqueiros ingleses descobriram isso pelo século XIX.

Para frenar esse caso de distorção entre momentos simultâneos entre os saques e retiradas do dinheiro físico eles criaram o banco central, e isto eliminou na Inglaterra a quebra dos bancos pela corrida ao saque ao primeiro sinal de pânico dos depositantes.

Acontece que o banco pode emprestar o dinheiro de um correntista para outra pessoa enquanto o correntista não está usando o dinheiro, e estas duas contas se somam e aparece uma quantidade extra de dinheiro escriturado que soma o depósito feito pelo correntista mais o valor emprestado, que é virtual, apenas escritural, e eventualmente os juros do empréstimo e o seguro do empréstimo, e só o credor depositar de volta no mesmo banco parte do valor emprestado então o valor escriturado total é maior do que o valor físico circulante, o oposto cria a inflação, quando o governo em vez de tomar emprestado manda imprimir dinheiro ou paga com títulos a suas retiradas.

Então, a moeda virtual sempre existiu, e não apenas os bancos são capazes de criar dinheiro, um fabricante de automóvel ao vender mais uma unidade fabricada criou muitas vezes mais o valor do carro fabricado ao criar crédito para os revendedores, receberem os automóveis para revenda, o vendedor de autopeças também recebe crédito para bancar seu estoque, os mecânicos que vão ser pagos para dar manutenção de revisão obrigatória e até o posto de combustíveis, então toda essa estrutura colocada em torno de cada unidade de automóvel vendida funciona com crédito, faturas, duplicatas, e financiamentos para o futuro, cada elo precisa receber na cadeia de pagamentos escalados para datas futuras, umas mais curtas, outras mais longas.

Toda essa massa constitui de cinco a vinte vezes mais do que toda a moeda e cédula física em circulação, mas não são todas resgatadas ao mesmo tempo, na mesma data e na mesma hora.

Quando alguém diz ganhar dinheiro no mercado de ações ou de derivativos esse lucro é retirado de alguém que deixou de lucrar na outra ponta, este mercado não cria dinheiro virtual, cria apenas expectativas, por isso a quebra na bolsa é imediata, a quebra bancária é mais escalonada.

As moedas cripto virtuais resultam deste balé de manipulação bancária de moeda criada virtualmente só que estas escriturações em trânsito recebeu um nome de criptomoedas.

Para entrar no mercado de cripto, é necessário trocar a moeda real pelo título de transação assíncrono e que é o estoque de cripto moeda.

Esse é o banco de estoque de criptomoedas, da mesma forma não pode haver um encontro entre sacador e credor simultaneamente, o segredo da cripto moeda é a escrituração assíncrona, a moeda cripto não existe é apenas um banco de transações entre moedas reais cujo valor flutua acompanhando a escassez ou a criação de movimentação assíncrona entre escrituração bancária, a cripto moeda está associada ao sistema bancário.

A bitcoin nasceu no sistema bancário e sobrevive da discrição do seu sistema originador, cujo banco não se revela e vive na sombra de uma falsa lenda chamada Satoshi.

Poucas praças bancárias no mundo financeiro possuem as condições para escaparem das fiscalizações necessárias para praticarem os mecanismos necessários para manterem o sistema de captação e movimentação discreta que exige as contas secretas do bitcoin e entre eles estão os paraísos fiscais no Panamá, Suíça, Liechtenstein, Andorra, Mônaco, San Marino, Luxemburgo, Bahamas, Gibraltar, Hong Kong, assim, a entrada e saída do Bitcoin é sempre em dólar ou euros, moedas de conversão centrais.


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