Não! Talvez!
Quando o não é o não-sim. Não necessariamente o não; apenas algo entre um meio-sim, meio-não. Talvez sim; talvez não.
Explico.
Na linguagem diplomática nunca se nega peremptoriamente um pedido de outra nação no iniciar de uma negociação, conferência, consulta, comunicação, articulação, agenda preliminar, encontro, visita.
Essa regra nunca pode ser violada em tempo de paz.
Então, o vocabulário foi hifenizado, foi metaforicamente forjado em metonímias, hipocrisias e eufemismos quase paradoxos sem chegar ao limite da contradição.
O vocabulário assim desenvolvido consagrou coisas e palavras que não querem dizer exatamente mas contornam os desejos e ideias, tangenciando a ideologia, então criamos a expressão guerra-fria que ninguém soube explicar teoricamente, tecnicamente não é uma guerra, é uma não-guerra, uma não-paz.
A seguir vem outra nova joia do vocabulário diplomático que é a expressão pós-verdade. Não é necessariamente uma mentira, nem uma verdade, é uma exceção da verdade, termo jurídico obscuro e dúbio, suave e estiloso literariamente, literalmente.
Enriquecendo este new vocabulário neo-diplomático criamos o galicismo detente para exprimir o emparedamento do impasse mexicano fictício dos gêneros de filmes de western Hollywood.
Assim, as guerras modernas não têm mais o desfecho logicamente esperado: vitória ou derrota. Não mais, desde as guerras-frias, na Indochina, no médio-oriente, com poucas exceções vemos um lado destruído porém não derrotado, como a Coreia do Norte, a Líbia, a a Iugoslávia, Taiwan, Cuba, Haiti, Camboja, Vietnam, em todos estes casos houve uma não-derrota de um dos lados, e ao mesmo tempo, houve uma não-vitória. É a gramscização ressignificando semanticamente o sentido da derrota-vitória, a guerra da narrativa superando a realidade dos fatos. Que fatos?
Terminada a guerra fria mesmo durante este estágio entre o bipolarismo surgiu o extremo centro dos não-alinhados, seriam os não-inimigos, não-aliados neutros.
As guerras são travadas sob a perspectiva contábil do fluxo de caixa, sob o crivo atento da opinião pública que determina o ritmo e a intensidade das ações no campo de batalha, controle das narrativas e das informações do campo de batalha, por isso nunca mais saberemos da verdadeira História das guerras, ficamos reféns das narrativas desde sempre, desde Napoleão, da Revolução Francesa, das revoluções comunistas, nada mais vazou para os livros sobre genocídios, massacres, estupros, abusos, roubos, saques, escalpos, butim, todo o secretismo das ações não-éticas dos porões do Estado nacional.
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