Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político
Índia Paquistão: EUA case
O case "Índia Paquistão" merece uma análise de ciência política como símbolo da estratégia norte americana de maior efeito e eficácia de longo prazo na política internacional externa das relações internacionais do Departamento de Estado em Washington.
É bem possível que não tenha sido pensada ou planejada, porque a sua efetividade depende de fatores altamente aleatórios e muitos deles fortuitos, e que muitos fatores e variáveis estão fora do controle de qualquer agente internacionalmente intencionado, mas as chances e a fortuna Maquiavélica estão gritando para serem aproveitadas no momento oportuna para quem estivesse no lugar certo e na hora certa.
Muito se falou na estratégia de marketing num pacote de revoluções chamado ou apelidado de revoluções coloridas, que segundo Karl Marx, uma revolução vencedora como que arromba uma porta podre semiaberta.
Tal a dificuldade para se iniciar uma revolução política, e cujo resultado nem sempre converge para as expectativas do início da revolução, quase sempre o novo regime político não fica estabelecido pela legitimidade, o que acarreta em instabilidade política e institucional com dificuldade de reconhecimentos interno e externo.
Por onde andou o processo de adaptação e de customização seguia sempre o mesmo roteiro que buscava as brechas no processo de divisão interna entre as correntes políticas majoritárias para explorar as divergências entre os donos do poder que sempre dividiram entre eles o controle político acordado discretamente disfarçado de democracia populista, onde a alternância de poder é a penas uma fachada do acordo de classes intra-elite.
Quando é possível introduzir uma cunha no acordo pressuposto entre os grupos dominantes, um terceiro interessado surge para introduzir a revolução, criando o desequilíbrio de forças políticas, então aí surge o período de desordem e caos sem os pesos e contrapesos que o sistema político se estruturou para manter todas as demandas sociais sob controle, e o processo de acomodação de nova dinâmica política se torna caótico por um tempo indeterminado.
O DoS e o DoD tem conseguido manter correntes dissidentes poderosas em confronto permanente através da detente também conhecida como guerra-fria, então os contendores muitas vezes não percebem que a possibilidade do fim do conflito está a um passo, então se valendo dessa estratégia que caiu no seu colo, o Dep. de Estado percebe que rivalidades regionais de fronteira acabam espalhando a oportunidade de se expandir o número de bases militares e de acordos militares em 97 países do mundo sem estarem em guerra-quente.
Os pares antitéticos formados cedem seu espaço para a ocupação dos militares dos EUA, saber:
1 - Índia - Paquistão;
2 - Coreia do Norte - Coreia do Sul;
3 - Taiwan - China;
4 - Ucrânia - Rússia;
5 - Armênia - Azerbaijão;
6 - Chile - Argentina;
7 - Argentina - Brasil;
8 - Colômbia - Venezuela
9 - Arábia Saudita - Irã;
10 - Yêmen - Arábia Saudita;
11 - França - Grã-Bretanha;
12 - França - Alemanha;
13 - Rússia - Japão;
14 - Rússia - Finlândia;
15 - Rússia - Geórgia;
16 - Índia - China;
17 - Iraque - Irã;
18 - Iraque - Kwait;
19 - Síria - Turquia;
20 - Emirados - Arábia;
21 - Filipinas - China;
22 - China - Japão;
23 - Moldávia - Transnístria.
24 - UE - Reino Unido;
25 - Irlanda - Reino Unido.