sábado, 20 de julho de 2024

A fraude dos sommelier

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

A fraude dos sommelier



Imagine alguém especializado ou um especialista em dizer o que ou aquilo que você prefere como suas roupas, sapatos, bebidas, carnes, escola, automóvel motocicleta, bicicleta, bolsas, bairros, cidades, viagens, óculos, profissão, parceiros, livros, filmes, discos, músicas, cores, sabores, então conhecemos muitas pessoas que buscam aconselhamento para estas escolhas, as pessoas que as buscam procuram apenas orientação para um terreno que não estão familiarizados, e pode ajudar um viajante chegado a uma cidade nova, a uma nova e diferente civilização para começar uma adaptação e ficar mais adequado e condizente com o ambiente e a sociedade local.

Acredito que descobrir o gosto das pessoas seria o segredo do sucesso de qualquer produto ou serviço, mas naturalmente poucos seres humanos seriam capazes de descobrir o que faz um produto ser bem-sucedido no mercado, muitas vezes um produto faz extraordinário sucesso em um lugar e época e logo depois é descartado ou não repete o mesmo sucesso em toda parte, inexplicavelmente.

Portanto, os standards de bom gosto são racionalmente duvidosos, quando um produto é transplantado de um lugar o época para outro lugar e época precisa ser customizado, seria a providência mais correta, e muitas vezes se tenta fazer as pessoas acreditarem que o produto fez muito sucesso em países e em cidades destacadas por isso se convocam pessoas e celebridades para serem os modelos de recomendação de produtos, certamente que isso pode impulsionar as vendas, mas nem sempre isso funciona como uma fórmula infalível, ao contrário, produtos podem fracassar justamente pelo efeito manada ou pelo efeito demonstração em se tratando do tipo de status do produto que se quer destacar a exclusividade e distinção ou pelo contrário a sua grande liquidez e aceitação coletiva.

Os degustadores e sommeliers são do tipo de profissional que não pode determinar o gosto do paladar das pessoas porque o paladar depende exclusivamente do conjunto de pré disposições orgânicas como acidez do paladar, quantidade de papilas gustativas, sensibilidade aos temperos e resistência orgânica e alergias, portanto, recomendar sabores de pratos da culinária ou de bebidas não passa de uma fraude que se tenta furtar aos defensores de uma crença na capacidade de julgamento do simples sabor em uma situação hipotética e imaginária onde exista uma escala de degustação cientificamente comprovada dos sabores superiores e inferiores, e isso nunca existiu o existirá, e a prova é a quantidade de marcas de cervejas, e combinações de ervas aromáticas e matizes de gradação alcoólica e de componentes e de receitas que se pode produzir variedades de cervejas de uma mesma marca, assim como se admite que uma padaria simples pode produzir centenas de modos de se preparar doces e pães porque a quantidade e variedade de gostos parece ser infinitamente grande, e nem precisa demonstrar isso em pesquisas, a realidade o comprova.


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