quinta-feira, 25 de julho de 2024

Mártir

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Mártir

não vejo muito futuro em uma religião sem os seus rituais, e contrariamente ao velho testamento, sem imagens de adoração, sem coisas e objetos sagrados, sem palavras santas, sem líder poderoso e influente com muito carisma; diz a sociologia de Durkheim que a maioria dos seres humanos se sentem abandonados e sem direção quando sem um ritual, ao contrário do vazio de Deus que muitos falam que impulsiona o ser humano ao misticismo religioso que o obriga a busca desse preenchimento do vazio, eu acredito e considero o vazio de escravidão onde o ser humano precisa e sente a necessidade de se escravizar, se comprometer e se prender, ele precisa ser presidiário, parasitário, caudatário, seguidor, idólatra, justificar sua adicção a alguma coisa ou alguém que o domine e o escravize, que o submeta, pode ser qualquer coisa: desde uma paixão amorosa cega por outra pessoa; pode ser admiração total pelo seu ídolo da música, do cinema, da televisão, da internet, do futebol; por um líder como o Lula ou o Brizola, ou Bolsonaro para idolatrar o mito; pode ser pelo jogo; pode ser o cigarro; pode ser uma banda de música, pode ser um estilo de música como o sertanejo ou rock; ou pode ser pela sua pátria amada ou pela sua raça ou etnia; enfim o ser humano precisa estar preso de corpo e espírito a alguma coisa que dê significado maior do que seu instinto de sobrevivência por algo pelo qual ele dará a sua vida com alegria em troca, ao contrário ao seu instinto de auto preservação da vida, sim, ele quer alguma coisa para trocar pela sua própria vida, isso é maior desafio e façanha do que a religião imagina ser do desejo da eternização, não é isso não: dar a sua própria vida por uma crença é o maior de todos os heroísmos, a causa maior do que a vida, o suicídio anômico altruísta, como queira.


Nenhum comentário: