quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Humanidade sem super herois

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

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Sou cientista político. Sou superdotado na média do teste de QI. Portanto, posso cometer excessos, erros, mas a probabilidade é muito baixa. Escrevi cerca de 60 livros e centenas de post em blogs. O tema deste vídeo mais uma vez me leva a opinar sobre as escolhas. Todas as vezes que escrevo sobre política é natural para as mentes rasas tentar descobrir qual a minha tendência política, razão pela qual nunca me desfiliei do partido de esquerda trabalhista no Brasil nem da igreja evangélica, a razão é simples, um não evangélico falando da bíblia sempre é um herege se não acompanha o main stream do pastor fanático e errático, do mesmo modo um não socialista apedrejando as idéias obtusas do socialismo é um inimigo da guerra de posição gramsciana. Só os ateus e os capitalistas aceitam discutir sem paixão suas dificuldades filisóficas, metodológicas e teóricas, o estado de imersão total dos comunistas e dos evangélicos os impedem de perceberem o diverso, a sua estrutura cognitiva não permite a percepção fora da bolha do elenco sofista que forma uma falácia de petição de princípio cuja refutação se torna impossível porque é baseada em crenças irrefutáveis dentro de seu círculo perfeito de causação circular cumulativa onde é o resultado final que justificam os princípios, o que se chama tautologia, ou seja, o resultado esperado era a justificativa para construir desde o início os argumentos que coincidem com o resultado final esperado, assim fica descartado a possibilidade de falta de coerência e de lógica interna, e por isso se torna irrefutável, como uma equação diferencial resolvida pela técnica da substituição inversa. Assim estabelecida estas bases, fica a tese aqui assim proposta: Sempre é possível piorar o sistema, não é possível qualquer salvação da humanidade. Vamos dissecar estas premissas. Desde o início da história contada da humanidade e de cada civilização que aqui passou assistimos milhares de tentativas de construção de formas de organizações e todas falharam. Do início do nomadismo ao sedentarismo, da coleta e caça ao desenvolvimento da agricultura, do patriarcado ao matriarcado, do fetichismo e animismo até as religiões politeístas e monoteístas, do ateísmo ao gnosticismo, do império às repúblicas, das democracias ao sistema escravagista, do colonialismo ao capitalismo mercantilista, do financeirismo ao industrialismo, das tiranias ao nazismo, socialismo, comunismo, liberalismo, democracia, presidencialismo, parlamentarismo, populismo, corporativismo, tudo já foi experimentado e qual o resultado? Ainda não temos uma sociedade perfeita, estável, produtiva, feliz, o paraíso na terra. Por quê? A resposta é simples. Nada pode ser melhorado, tudo apenas pode piorar na humanidade. Temos que parar imediatamente de vender a ideia de salvação da humanidade, já chegamos a essa conclusão mas falta coragem para aceitarmos que nada pode mudar para melhorar a humanidade. As piores ideologias possíveis e as mais trágicas e destrutivas são aquelas baseadas no igualitarismo. Existem duas perversões nas cabeças dos salvadores da humanidade: a ideia de igualitarismo de resultado, e igualitarismo de oportunidades. Igualitarismo com diversidade sexual, um paradoxo ou contradição? Até Karl Marx envergonhadamente desistiu desta premissa, a URSS começou com dois tipos de cartões de racionamento de bens, e terminou com 30 categorias de racionamento de acesso aos bens de consumo e de primeira necessidade, incluindo lazer e alguns luxos. A China tenta salvar este sistema atribuindo pontuação aos seus clientes do sistema comunista, vive uma confusão de sistemas onde se liberou a propriedade privada parcialmente, tendo a permissão de alguns dos maiores bilionários do mundo para permitir a sobrevivência dos arranjos complexos e mistos da economia estatal centralizada e planificada. Estamos no meio da história, não sabemos mais se os países que se chamam democracia como os EUA três presidentes tiveram a maioria dos votos mas o colégio eleitoral escolheu o menos votado, como aconteceu com os candidatos: Nixon contra Kennedy; Trump contra Biden; Hillary contra Trump, e muitos outros, e chamamos isso formalmente de democracia popular. O que chamamos capitalismo está apoiado em grandes titãs ocultos que controlam o dinheiro do mundo e até as opiniões das pessoas nas redes sociais, como Zuckerberg, Bill Gates, Elon Musk, XIN jin Pin, George Soros, Putin, então os super herois dos gibis apenas são nosso alter ego do desejo de salvação e de justiça da humanidade na sua tentativa de organizar o caos. Qual a solução? Não é a anarquia, e nem o anarquismo, a teoria dos jogos o demonstra pelo teorema de Kakutani que uma coalisão logo se formaria de baixo pra cima pela maioria e de cima para baixo pela minoria poderosa nos colocando novamente no sistema de guerra geral de todos contra todos de fácil previsão conforme a teoria do século XV de Thomas Hobbes. Segue o mundo segundo seu curso normal sem tentativas de mudanças revolucionárias, cada lugar da terra procurando convergir lentamente, sem revolução para o modelo de mercado e de equilíbrio dinâmico de oferta e demandas de necessidades e de bens, respeitando os mais fortes, e respeitando a maioria na sua força fraca e seu efeito sistema de massa conforme previram Mosca e Paretto. Nada precisa ser inventado, a solução está pronta: o socialismo e sociais democracias vão falir, assim como o capitalismo selvagem e bruto, ambos irão convergir para o sistema próprio adaptado a sua cultura e costumes locais desde que nunca mais apareça um salvador da humanidade.

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