domingo, 10 de julho de 2022

O genro do Nelson

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político
O genro do Nelson
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- Vai se foder, seu holandês porco!

- Cala a sua boca veio babaca!

 -Cê vai me dar um neto, seu brocha?

- Não preciso de sua permissão, eu não sou vagabundo aposentado!

- Você chamou o Neguinho de neguinho, no Brasil neguinho chama os brancos de neguinho, todo mundo é neguinho mas os neguinho não gostam quando neguinho chama o neguinho de neguinho, se o neguinho não é neguinho; então neguinho ofende os neguinho quando neguinho chama os neguinho de neguinho. Fácil.

Eu tenho três, você pegou um na bacia das almas, é capaz de te cancelarem porque foi na mão grande pior que a mão de Deus do Maradona na Copa do Mundo!

E assim vai passando mais um domingo na casa do sogro, o Vespa, mais conhecido como genro de Nelson Piquet Souto Maior, em Brasília, cidade sem nada de interessante para se fazer, como não é nada interessante a personalidade de Vestapen, que, quando não está no cockpit de um Fórmula um feliz da vida, fora dele é aquela antipatia enorme que só perde para a antipatia de Nelson Piquet, o sogro perfeito, e o genro perfeito, os dois vão se entendendo entre palavrões e xingamentos, aliás, nem churras o Vespa come, ele é vegano, e abstêmio, não mexe na cave de vinhos do velho chato e resmunguento; só poderia ser muita sorte ter um sogro perfeito para o seu mau humor, que nem um título mundial em um pódio é capaz de arrancar um sorriso do piloto mais mau humorado de todos os tempos na fórmula um

Um genro perfeito na cidade mais chata do mundo, comendo churrasco do lado de um vegano, e só faltou o negão na festa.

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