Século XXI, déjà vu
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Parece que estamos todos passando pelo rito de passagem dos paulistas virgens que estão na Micareta baiana pela primeira vez, saindo do modelo paulistano para as suas primeiras orgias sexuais, e as primeiras bebedeiras, para conhecer ao vivo a batucada africanizada e curtir como se estivessem em um outro planeta do vale tudo, liberando toda a libido represada da etiqueta típica da classe média e alta paulistana de 450 anos e esse ritual se repete cada ano com a nova leva de calouros no ritual de rodízio de beijos roubados e troca de mensagens pelo celular, nesse modelo de THINDER ao vivo real, onde o sexo está liberado à vontade para os iniciantes.
Por analogia, a geração do século XXI está debutando no mundo da liberdade sexual remake tardio dos anos 60 da liberação sexual com muito rock in roll dos velhos Hippies drogados, com a diferença que eles realmente eram ingênuos e acreditavam em apenas duas coisas: a paz e o amor, bicho!
Mas esse roteiro ficou batido e cansativo, repetitivo, estereotipado, virou apenas estatísticas de beijos e montadas, apenas uma competição de adolescente, sem objetivo e sem consequências, apenas um ritual como as férias anuais, então o século XXI virou um ramake de anos 60 com roteiro datado onde tem que ter sempre um casal gay, maconha, e misoginia, misandria, militância anti capitalista e feminista ninguém se arrisca a sair do politicamente ditado e correto, e assim toda a rebeldia é padronizada como se fosse uma rebeldia tardia com direito a muita tatuagem bem rebelde e roupa trash muito cara, rasgada minuciosamente para parecer desleixada cuidadosamente dilacerada, cabelos coloridos para parecer descolado, tudo falso, naturalmente, dieta vegana, exceção ao Sushi, sem açúcar, sem sal, sem glúten, minimalismo da Gucci, bicicleta, Narguile, e assim vamos enganando pagando de modernos saudáveis das fit cavernas de tortura física, nos repetindo nos círculos de Nietzsche e Herder.
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