sábado, 16 de abril de 2022

Neptuno e Moscou

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

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Afundamento do Moscou.

Para disparar um lento míssil de cruzeiro contra um alvo móvel como um navio no oceano, uma operação de interceptação sofisticada precisa ser realizada com a ajuda de milhões de cálculos de trajetória, ponto futuro para a interceptação e seguimento funcionar.

Primeiramente precisa encontrar o alvo, sua direção e velocidade.

Para isso existem os satélites, os aviões de vigilância naval ou submarinos de espionagem, o levantamento de informações dos parentes dos tripulantes sobre as partidas e os destinos, e a famosa espionagem que procura descobrir tudo sobre a tripulação, sobre o comandante e sobre sua missão, duração da missão, suprimentos a bordo, datas de partida e chegadas, destino ou a trajeto e área de patrulha.

Para planejar o ataque precisamente o míssil naval Neptuno, que tem alcance de 65 milhas náuticas aproximadamente 108 km, com velocidade de 800 km por hora precisará atingir um alvo móvel após 10 minutos de vôo, o que quer dizer que o alvo se deslocou durante 10 minutos a 30 nós por hora, cerca de seis quilômetros, logo estará fora do local de onde o míssil estaria dez minutos atrasado, portanto a trajetória do míssil aponta para um local onde o navio alvo ainda não está lá, mas sua trajetória deverá estar apontando num ponto futuro.

Aí que entre a espionagem: um avião naval de espionagem ou dados do satélite militar ou do submarino espião vão informando ao controle do míssil a sua posição constantemente, para melhorar a eficiência o míssil estará apontado para o ponto bem à frente do navio para que o míssil o encontre no momento do impacto na mesma coordenada.

Então a Ucrânia sozinha sem a ajuda da OTAN ou dos EUA não poderia obter os dados de localização e de segmento contínuo e constante do alvo naval.

Para evitar um outro novo ataque os russos precisarão quebrar toda a cadeia de preparação e de seguimento, orientação e interceptação que guiou toda a trajetória do momento escolhido para o disparo,, seu vôo até o impacto, usando satélites, rastreamento por radares, rastreamento do calor infravermelho, interceptação e correção da trajetória e guiamento final até o impacto.

Os russos precisam derrubar todos os satélites militares do inimigo, derrubar os aviões de observação e espionagem naval, interferir no link de dados militar e nos computadores do inimigo, rastrear os submarinos inimigos, ou seja, atacar os EUA OTAN.

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