quinta-feira, 5 de maio de 2022

Feminicídio, erro de dosimetria

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político
Feminicídio, erro de dosimetria
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A dosimetria de um crime de homicídio culposo foi alterada para que fosse dada uma resposta psicológica para a sociedade.

Em diversas ocasiões a dosimetria que é a maneira que se mede o tempo de condenação fosse um bom motivo para a causa do aumento dos crimes, mas a nossa tradição brasileira judiciária sempre limita a execução das penas na LEP Lei de Execução Penal sempre procura mitigar o cumprimento da condenação invalidando, anulando e desfazendo todos os cálculos de prolongamento das penas, culminando com a eliminação da pena de prisão perpétua, assim fica claro o caráter dos nossos legisladores que nem sempre seguem os desejos da população expressos nos seguidos plebiscitos que sempre pedem as penas máximas como a de execução e a perpétua, e inclusive o porte civil de arma, sempre ignorados pelos partidos de esquerda.

Não é o caso do crime de feminicídio, cujo patrocínio não nasceu da necessidade premente de minorar os assassinatos de mulheres, porque cujo índice está fora dos índices mínimos de parâmetros das estatísticas como a curva de distribuição das probabilidades de Gauss, e sequer passaria no teste de Quiquadrado devida à sua insignificância estatística, mas isso não importa desde que obteve o aval até mesmo do IPEA para corroborar um ato de programa político da esquerda na luta de posição de Gramsci para dividir a sociedade e consolidar mais uma arena de disputa política no contencioso social para levar o sistema à revolução da luta de classes, agora substituída pela luta de qualquer demanda social que possa ser capturada pelos militantes para destruir a sociedade liberal capitalista, seja jogando uma parte da sociedade contra a outra, os índios contra os civilizados, os negros contra os brancos, as mulheres contra os homens, os gays contra os héteros, os ricos contra os pobres, os idosos contra os jovens, os intelectuais contra os analfabetos, os incluídos contra os excluídos, enfim, todas as diferenças foram tomadas como problemas, parece que os psicopatas não aceitam conviver com os diferentes.

Assim, para atender ao projeto da esquerda foi criada a sensação de insegurança para todas as mulheres ameaçadas pela maldade masculina de origem genética que somente pode ser contida pelos castigos muito duros então se eliminou o direito ao contraditório, basta uma queixa na delegacia e o juiz decreta a prisão de qualquer macho a qualquer tempo e lugar, produz o divórcio instantâneo sem direito a partilha dos bens, e qualquer direito do artigo quinto da constituição como ampla defesa, devido processo legal, presunção de inocência e trânsito em julgado são violados para a defesa da mulher agressora no momento do revide do macho.

Obviamente que o sentimento de injustiça e a revolta do momento mais emotivo de um casal não permite que se faça um cálculo de custo benefício diante da injustiça da lei 11340 então qualquer arranhão ou ameaça pode terminar na prisão, então a pequena lesão foi substituída pelo homicídio, já que a dosimetria foi exagerada o que levou ao tiro de misericórdia, a invenção do feminicídio com a penalidade máxima.

A falta de efetividade e o erro de aumento da dosimetria na punição da lei Maria da Penha levou ao aumento dos feminicídios, e a lei do feminicídio falhou, nada adiantou para impedir que este ato seja cometido.



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