segunda-feira, 24 de outubro de 2022

A progressividade da decadência

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

A progressividade da decadência



O caminho da reforma socialista segue o caminho diverso da revolução comunista.

Tem de ser radical para se implementar o comunismo, porque a virada da estrutura econômica, ou, a terminologia da superestrutura segundo Karl Marx, gera uma concentração estatal vertical em todos os setores da economia, desde o sistema financeiro, infraestrutura civil, indústria pesada, sistema de transportes, infraestrutura de energia, infraestrutura de águas e combustíveis, propriedades de imóveis rurais, legislação sobre finanças, e tributação agressiva para transferir os lucros das empresas, controle das permissões de serviços e produtos, ensino e serviços públicos de escolas e hospitais, militarização de todas as polícias, serviço de censura de todos os meios de trocas de informações, logística e matérias-primas, então o Estado e o governo se fundem ao judiciário e ao legislativo formando um bloco único. Isso é a revolução comunista.

Na reforma socialista, o processo é gradual e começa com os amplos programas sociais de bolsas famílias, Minha casa minha Vida, e auxílio de desemprego, e logo começam os subsídios para alguns setores, depois os subsídios, então o orçamento fica mais dependente do setor produtivo que logo se esgota, então as empresas começam a naufragar com a transferência de riqueza para os programas sociais cada vez mais pesados, e logo os impostos de empresas se torna insuficiente, e passa o Estado a ser empresário assumindo as empresas falidas e até prósperas, e logo essas empresas passam a ser deficientes e ineficientes na geração do lucro social, e logo o Estado fica hipertrofiado e então o Estado passa a proibir e se apropriar das grandes fortunas, e depois o Estado se apropria das grandes empresas e logo começa a se apropriar das grandes propriedades rurais e depois dos grandes propriedades urbanas, e logo começa a expropriar as pequenas propriedades urbanas e rurais e logo não há mais propriedades urbanas que começam pelas invasões de propriedades desocupadas, então o passo seguinte diante da confusão de propriedade é a destruição das resistências destruindo as instituições conservadoras antirrevolucionárias e antiprogressistas como a família e a igreja, logo o passo seguinte a venezualização.

Esses são os passos para a destruição do capitalismo por duas vias de ação, uma imediata, a revolução, e, a outra, a reforma socialista progressista e progressiva.


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