domingo, 15 de setembro de 2024

O efeito imersão total: de “presidenta” ao “filhes”

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

O efeito imersão total: de “presidenta” ao “filhes”



Auto-plagiando meu conceito de imersão cujo conteúdo está em outro post eu disse que a imersão em uma realidade nos impede de perceber outros contextos fora da nossa visão de realidade.

É como um peixe que é incapaz de imaginar um outro mundo de fora do oceano, nada existe fora da água do mar que possa fazer sentido para um peixe imerso, e um salto para fora da água prova isso.

O famoso fenômeno da caverna de Platão com seus mais de 2500 anos apenas inspirou esta e outras versões sobre o mito da caverna, pessoas somente compreendem seu mundo a partir de suas próprias experiências: seria fenomenologia, ou alienação, prisão mental Kantiana, ou de Schopenhauer ou Husserl.

Eu, - desculpe o solipsismo – somente percebi o quanto era limitado para entender o pensamento religioso quando deixei de ser religioso batista, única religião que conheci desde meu nascimento até os 19 anos de idade; a primeira vez que entrei na igreja católica uma catedral em Brasília para fazer o curso de noivo, por exigência do padre para realizar a cerimônia católica das núpcias para fazer cumprir o desejo da minha noiva católica, então me senti violentado e violado, porém, o amor me fez engolir a seco uma ideia diferente e estranha aos meus sentimentos religiosos, mas saí dali há cerca de 44 anos passados com uma nova consciência disruptiva, a quebra de uma realidade e de um modelo.

Só percebi o ridículo do vegetarianismo ou da dieta vegana quando abandonei essa prática simplesmente porque não era prático procurar alimentos tão restritivos e espantar pessoas e amigos e parentes colocando uma barreira artificial e antissocial por causa de uma dieta para qual me convenci lendo livros e revistas nenhuma delas científicas com provas e pesquisas biocientíficas e médicas provando as qualidades daquela dieta puramente filosófica e ritual vazia de conteúdo científico.

Somente quando deixei de ser socialista é que percebi a manipulação extraordinária que literatura como o Capital de Marx que sem demonstrar absolutamente nada na prática sobre a origem de estatutos caros do comunismo com as teses da propriedade privada se originar de um roubo, ou, a teoria de classes trabalhadora para si e em si que nada representam de prática pois que grupos quaisquer de coorte são e serão para sempre heterogêneos, a prática provou que classe trabalhadora feminina precisou fazer sua revolução feminista incentivada pela new left, que trabalhadores africanos não são da mesma classe que os trabalhadores da união Europeia, que trabalhadores braçais se dividem e colidem entre si estimulando uma rivalidade interminável entre os manuais e os intelectuais, artistas, desportistas, pequenos burgueses, agenciadores de cabeças e de operários, entre uberistas e ifoodianos, são tantas as possibilidades que Marx ficaria surpreso se ressuscitasse em nossa era, ficaria envergonhado sobre o que escreveu sobre exploração da mão de obra capitalista diante dos custos para se criar um posto de trabalho, e manter a cadeia logística globalizada, quanta insensatez marxiana!

Só se percebem as tolices quando se tem um afastamento metodológico depois do ritual de passagem e a alienação e afastamento metodológico para se reanalisar a realidade como fez Malinowiski para entender os Kulla e Potlatsh nas ilhas Trobliand da Indonésia.

O culto da ignorância do absolutismo ideológico do pensamento enclausurado pelo fanatismo não tem cura, apenas a autocura pela alienação voluntária e antinatural com a autocensura e ruptura abrupta e total, sem gradualismos, apenas romper e abandonar como fizeram centenas de pessoas que diante da queda do Muro de Berlim e da dissolução da URSS ainda teimam uns em enxergar a China como um modelo que deu certo no socialismo comunismo, enquanto outros queimaram as suas literaturas inteiras como assisti a um professor universitário da Universidade de Brasília se despedir da sua coleção marxista e lamentar os 60 anos gastos com toda a baboseira comunista, mas o alívio de despejar centenas de livros nos sebos da estação rodoviária central de Brasília foi a cerimônia mais eloquente que um jovem já se permitiu presenciar, a maior lição para muitos naquele dia.

Dos files deste solo és mãe gentile”, cantam as seguidoras da “presidenta” Dilma que criaram os gêneros sociais disruptivos a partir de constructos ideossincráticos ampliando as categorias que deveriam ser dialéticas e opostas da teoria marxiana aumentando a confusão para dissolver a sociedade na luta de discursos ou com Gramsci combinou chamar de guerra de posição hegemônica de opinião. Então tá certo!


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