Muitas vezes os constructos doutrinários e teológicos vão muito além da intenção primária e muita vez pueril e ingênua, como acontece na teogonia de Jesus onde no catolicismo se quis demostrar a pureza da origem de Jesus homem, sugeriram que José não pudesse contaminar a virgindade de Maria arranjando uma fertilização sem consumação do ato de conjunção carnal marital, ao contrário foi uma fecundação não humana, mas o resultado foi um desastre, porque acaba parecendo que houve um adultério onde o espírito santo ejaculou em Maria e a intenção de construir uma origem sem pecado transforma José em padastro de Jesus e a Maria em uma mulher adúltera que foi estuprada por espírito santo uma vez que nem deu consentimento para a fecundação do seu útero. A alternativa seria abiogênese de Jesus?
Mat. 1:6 18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.
Existiriam outra formas de nascimento de Jesus que não fosse através de uma mulher?
Se deveria ser uma mulher virgem e pura a gerar a vida de Jesus a ideia de fecundação espiritual criou muito mais problema do que pretendeu se resolver, então as consequências semânticas estão num elenco sofístico de explicações e especulações as mais diversas e abriram espaço para todo o tipo de consequências e de possibilidades totalmente plausíveis e verossímeis.
Uma vez decidida a gestação de Maria, ou em Maria, fica a fecundação de um menino dependente de um cromossomo que só existe no esperma masculino, o cromossomo Y, a capacidade do monozigoto feminino é limitada aos cromossomos sexuais de pares do tipo XX, logo o feto do sexo masculino precisaria da intervenção de um cromossomo tipo Y para se ter um homem, para ser concebido por inseminação artificial pelo agente externo, no caso, o espírito santo, este teria que inserir o cromossomo tipo Y para que o menino Jesus fosse um homem tipo XY, um zigoto normal para ter assim de acordo com a gestação totalmente normal de nove meses, gravidez padrão, excetuando-se por exceção da cópula genital física todo o resto foi descrito como uma inseminação do espírito santo como se fosse uma fecundação completamente natural, convencional.
Para criar um filho imaculado de uma virgem imaculada mesmo sem observar a linha genética genealógica lógica dos descendentes de David criaram uma personagem virgem que não poderia ser impura sexualmente, exceto moralmente, nem tampouco Maria foi necessariamente descendente de Davi com queriam, e para Jesus Cristo entrar na linha genealógica de José precisaria do esperma de José e não do esperma do Espírito Santo como foi feito, então moralmente pelas leis mosaicas Maria poderia ser tida como adúltera pela população e sua comunidade desde que não foi fecundada pelo seu legítimo espermatozoide de seu marido José traído, corno, fraudado sexualmente por Maria sem o seu consentimento explícito e pelo espírito santo que deveria antes de notificar Maria avisar ao seu esposo José que engravidaria sua esposa!
Teve a gravidez, tinha sangue, tinha cromossomos XY, tinha órgãos mas não o esperma? Não foi Deus quem criou o esperma, e a fecundação na vagina, no útero, e todo o processo de reprodução vegetativa humana?
Existe parte no corpo humana separada como pura e impura, pecaminosa e santificada? Quais são estas partes?
Onde está escrito essa teologia?
Adão e Eva estavam nus antes de comerem do fruto proibido e após comê-lo se sentiram envergonhados de sua nudez. Deus nada disse sobre a nudez relacionando com pecado. Gênesis 2 25 “E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam”. Gênesis 3 7. 7 “Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais”. Mas, antes de comerem não sentiam vergonha da sua nudez. Desde então toda civilização Ocidental moderna tem colocado a virtude humana ética e moral entre as pernas, nas genitálias, outros grupos colocam a virtude no conhecimento científico e intelectual, outros colocam no status social de celebridades e autoridades, e outras na riqueza e beleza física e juventude.
É possível constatar que o hinduísmo, ao contrário ao cristão, não coloca entre as virtudes humanas a genitália, nem para castigar e julgar o comportamento relacionado à virgindade ou à promiscuidade sexual, muito menos relacionado à infidelidade marital, o que é empobrecer o caráter de uma pessoa reduzido ao sexual e ao órgão sexual unicamente.
Quantas famílias ocidentais se desfazem por causa de um ato sexual que sobrepuja qualquer outra coisa que o cônjuge possa prover desde carinho, respeito, proteção, dedicação e cuidados tudo fica anulado pelo comportamento regulado pelo ato sexual, é um reducionismo da pessoa humana ao genital.
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