quarta-feira, 23 de março de 2022

A inutilidade do título de doutor em teologia

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

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A inutilidade do título de doutor em teologia

 

Desculpe Drs mas estudar teologia, ao nível de PHD, ou de História, acaba caindo na crítica da Historicidade, que qualquer aluno de História tem que lidar.

A História contemporânea é cheia de mitos e de leituras diversas, nem sequer sabemos se Hitler morreu ou suicidou-se; não sabemos quem primeiro descobriu o vírus da AIDS se foi o instituto Luis Pasteur de Paris, ou o Gallup de Nova York; não sabemos se foi Santos Dumont, ou os Irmãos Wright ou Clement Ader ou Otho Lilliental que primeiro voou num avião; não sabemos se os militares no Brasil usurparam o poder em 1964 ou se foram os comunistas que assaltaram a democracia com ações de revolução comunistas, subversivas; não sabemos se o dia da vitória na segunda guerra mundial é a data americana e Ocidental de 6 de junho de 1944 ou se 1 de maio de 1945 soviética; não sabemos quem chegou primeiro ao Brasil se foi Pedro Álvares Cabral ou VIncente Pinzón na foz do Rio Amazonas, ou outros dois navegadores portugueses que chegaram antes de 22 de abril de 1500 nas ilhas de Marajó; não sabemos nada com certeza da História contemporânea da Revolução Francesa; nem sequer da guerra no Vietnam com a narrativa do incidente forjado no Golfo de Tonkin.

Quanto à bíblia imagine contraarrestar a narrativa bíblica cotejando com a pré história muito antiga narrada em contos de lendas, fadas e mitos de antigos povos para se basear nesses argumento tão fracos como a própria bíblia sem sequer um jornal, um vídeo, uma gravação, sem uma tese universitária da época baseados na credibilidade de um punhado de autores profetas, escribas que eram pagos pelos impérios para reescreverem a história cheia de heróis (eróis) fabulosos e conquistas fabulosas, com datas e lugares que nunca existiram ou foram trocados, ou são inexatos.

Eu sou religioso, apesar de ser sociólogo político, professor de Física, analista de sistemas informatizados, por um único motivo: a Física Quântica mudou tudo o que eu sabia sobre o que é realidade e o que é o tempo. O tempo não existe, o real é uma simulação mental subjetiva, exatamente como Platão se antecipou aos fenomenólogos, e o fenômeno da fenda dupla dos fótons da experiência de Young e Fresnell destruíram todas as nossas certezas sobre a realidade, vivemos numa simulação da nossa mente dentro de um universo de cordas onde as ondas e frequências reverberam um ciclo eterno de matéria e energia num tempo infinito.

Porque os ateus se dedicam tanto ao estudo da bíblia? Não, eles não querem destruir a religião, eles querem reificar a religião através do reductio absurdum, para justamente provar que o conhecimento epistemológico pode reverter a incredulidade justamente pela negação da bíblia, ao mesmo tempo em que utilizam do material da própria bíblia, como se fosse uma solução da equação diferencial pelo método da substituição inversa. Só se pode ser pastor se o cara for ateu, não existe maneira de manipular conscientemente a vida das pessoas em uma igreja se não for absolutamente ateu.

Todas as religiões fazem parte do patrimônio cultural da humanidade, por uma razão muito simples: os animais em diversos níveis conseguem um nível de inteligência como os golfinhos, os macacos, os felinos, que conseguem ensinar aos seus filhotes estratégias de caça e sobrevivência, ou o amor eterno e monogâmico dos cisnes e dos pinguins, as regras de ética social dos golfinhos, ou a organização política e administrativa e logística das abelhas e dos marimbondos, portanto nenhum animal possui religião nem filosofia, exclusivamente dos humanos, nem sequer a ciência é exclusividade humana, apenas essas duas qualidade de domínio cognitivo, inventada ou não a religião e a filosofia requerem um grau de abstração elevado demais para os outros animais.


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