sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

Globalização & Chinarização?

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Globalização & Chinarização?

Depois de passados 30 anos do projeto de globalização eu já estava preparado para este debate por mera coincidência pois coincidentemente acabara de concluir o meu TCC de curso de Ciência Política na UnB quando avançamos no estudo nas teorias do Sistema Mundo de lavra de Emmanuel Wallerteins o qual seria uma explicação a mais sobre a ordem racional do sistema capitalista.

O Sistema Mundo cria esta outra ótica alternativa para estudar também o sistema capitalista a partir de outra perspectiva diversa da perspectiva de Karl Marx representando o pensamento de todos os que o antecederam - os pré socialistas - na hipótese da versão ateísta do pecado original judaica em sua versão materialista do pecado da humanidade criada pelo judaísmo onde o diabo no marxismo é representado pelo capitalista, e o pecado é representado pela riqueza, e o ato do pecador diante do diabo seria representado pela sua ganância resultando no castigo que é representado pela opressão da classe capitalista que gera a miséria na classe proletária.

O paralelo entre o judaísmo e o capitalismo não é em vão, Marx era judeu e tendia a avaliar o mundo dentro da concepção da negação ao judaísmo utilizando a estrutura dialética da religião para negar a própria religião, todos os institutos do Marxismo se espelham no simétrico do judaísmo, a síntese dialética marxista exige a redenção e o expurgo do pecado, como no judaísmo, daí a eliminação dos capitalistas e da propriedade pecaminosa do capital, a riqueza.

O modelo de Sistema Mundo de Warlleinstein distribui a riqueza estrutural ou a superestrutura na concepção de Marx que no modelo de Walleirtein passa das mãos dos capitalistas diretamente para as mãos dos Estados do centro do sistema, estado representados pelo primeiro mundo, este centro expulsa as empresas sujas que poluem o meio ambiente para as periferia e para a semiperiferia estas que utilizam mão de obra no setor primário, e secundário.

Este modelo Sistema Mundo chamado também pelo outro nome de Centro Periferia onde o centro produz conhecimento de toda ordem das disciplinas intelectuais, científicas, técnicas e artísticas, e extrai os Royalties, os juros, os financiamentos.

Neste modelo a semiperiferia se divide entre os produtores industriais, comerciais, distribuição e logística.

Ao nível de periferia se faria a extração de matérias primas, agricultura e produtos rurais.

No início do sistema mundo as empresas do USA transferiram as suas indústrias fisicamente para a Ásia, alguns foram empresas replicadas incentivadas pelas vantagens de menores  salários, menos regulações trabalhistas, ambientais e um aparato local de previdência social estatal e de saúde, por essa lógica as vantagens se multiplicam e geram sinestesias positivas e negativas.

Uma delas foi vencer as distâncias para transporte e dispor dos meios de transporte, que logo foram também transferidos ou terceirizados chegando ao limite da criação de empresas de construção dos meios de transporte adjudicados com os predicados e acessórios com toda a cadeia de produção desde a matéria-prima, os trabalhadores, as máquinas, a logística, a administração e a distribuição.

O projeto falhou por diversas razões:

1 – deveria haver uma dependência intelectual dos projetos de engenharia e do monopólio do conhecimento entre o centro e a periferia;

2 – Garantia de inviolabilidade das patentes industriais;

3 – Controle da moeda de troca currency, SWIFT, idioma oficial dos negócios; fluxo financeiro; bolsa de preços de commodities; todos os serviços bancários, todos os financiamentos, e a venda da produção;

4 – Neoliberalismo: tese do estado mínimo e elevação do utilitarismo egoísta como a única forma de mobilização das forças econômicas da sociedade capaz de conduzir a civilização ao aperfeiçoamento.

Em países da Europa se desvencilhou o Estado das suas empresas estatais que sustentavam uma estrutura de privilégios de uma elite sem a contrapartida de produção econômica e que gerariam maior eficiência se privatizadas por causa da ambição e desejo individual de enriquecimento e busca de satisfação e prazer.

O que aconteceu: A China cresceu demais e aprendeu a copiar as patentes, começou a rivalizar com o centro de criação de patentes, assumiu o controle da economia pela acumulação de superavit financeiros sendo atualmente o maior credor dos países do centro, o centro perdeu a habilidade de financiamento de criadores de tecnologia por causa de seu modelo que não incentiva a cultura da engenharia no setor STEM ficando defasado em qualidade de criação e em quantidade de patentes.

A hipertrofia industrial da China gerou a hipertrofia tecnológica que independizou-a do centro e gerando superavit comerciais e financeiros absorveu o centro na chamada Chinerização.


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