segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

A tragédia da Revolução francesa

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

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A tragédia da Revolução francesa

Libértè, egalité, fraternitè

Depois de 1789, 233 anos depois da maior revolução depois da Renascença e do Iluminismo, Enciclopedismo, estamos finalmente vivento plenamente os ideais da Revolução Francesa de 1789.

Estamos em plena era da liberdade, igualdade e fraternidade. Este é o lema dos escoteiros franceses, da legião de Honra, dos jesuítas, dos mosteiros budistas, dos seminaristas e das Testemunhas de Jeová. Mas, não foi o que aconteceu com a civilização que se orgulha tanto da Revolução Francesa.

Como poderíamos estar comemorando a degola na guilhotina de famílias inteiras apenas porque tinham o mesmo sobrenome, porque eram muito ricas e porque eram poderosas, pois eram monarcas do Reino e Império Francês.

Segundo Burke

O pensamento de Burke divergiu muito de iluministas como Rousseau. Enquanto Rousseau manteve uma visão romântica da natureza humana e uma linha política progressista, Burke possuía uma compreensão tradicional da natureza humana, calcada na tradição cristã, e uma perspectiva política terminantemente conservadora. Em dada medida, Burke previu o que aconteceria na “fase do Terror” da revolução, sobretudo no ano de 1793. Ainda que suas considerações tivessem sido publicadas em 1790, Burke conseguiu intuir os meandros nos quais a radicalização francesa chegaria. Ele intuiu, inclusive, a perseguição aos nobres e aos reis antes mesmo que os revolucionários passassem a fazer o uso indiscriminado da guilhotina.

O erro da revolução francesa não foi aquele apontado por Burke, mas o idealismo ingênuo quase religioso.

Tudo o que aconteceu foi decorrente do pensamento pueril de querer tentar melhorar a qualidade da humanidade, assim pensaram: Jesus Cristo, Buda, Maomé, Rousseau, Karl Marx, Adolf Hitler, Rosa de Luxemburgo.

E o que teria dado errado?

Nada nem ninguém pode melhorar a humanidade.

Quantas mais revoluções e sistemas ideológicos, religiões e correntes filosóficas ainda teremos que experimentar para concluirmos depois de quanto tempo e depois de quantas tentativas a humanidade terá de passar até se prostrar diante da inexorabilidade da natureza humana?

O ser humano não é perfectível por causa da natureza dualógica que exige dois lados complementares e contingentes, pares inseparáveis com a luz e as trevas, o positivo e o negativo o pólo magnético norte e o pólo magnético sul, o bem e o mal.

A fraternidade pode se tornar um perigo para a sobrevivência da humanidade e das pessoas, precisamos de um grau de hostilidade para que haja sobrevivência garantida entre os membros do grupo social e para a sociedade em geral.

Imagine que na tragédia dos Andes ou no naufrágio do Titanic todos fossem solidários e decidisse que salvar-se-iam todos os passageiros do avião que caiu nos Andes ou que todos os passageiros do Titanic seriam todos salvos e nenhum deles morreria, seriam solidários até a morte, ou o comandante do módulo da Apolo 11, comandante Collins, retornasse para a terra porque os astronautas que pousaram na lua, Aldrin e Armstrong, tivessem uma pane nos motores dos foguetes do módulo lunar e ficariam abandonados na lua esperando a lenta morte por esgotamento da reserva de oxigênio e de comida.

Assim todos os passageiros ficariam de pé no ônibus lotado para evitar que alguns apenas viagem sentados enquanto outros passageiros viajassem de pé.

O ideal de solidariedade inserido no ideal de fraternidade implica em risco muito grande para a sobrevivência da estrutura social e tornar-se um problema muito sério.

O ideal de igualdade é por si mesmo a maior aberração antinatural de todo o universo, caso tivéssemos todos a mesma carga genética poderíamos estar correndo o risco de uma doença congênita exterminar toda a raça humana por causa da falta de variação e diversidade genética.

Um veículo com total grau de liberdade não teria qualquer utilidade prática, para ser útil qualquer veículo precisa ter restrições aos seus três eixos de movimento no espaço, para poder ser controlado e ir para a direita, para a esquerda, para cima, para baixo, para frente e para trás, se o veículo não puder ser controlado torna-se não apenas inútil quanto um perigo.

Quanto à igualdade somente na Matemática este símbolo = torna-se uma obsessão dos corolários cuja meta seria a de se obter a solução de uma equação algébrica que torne verdadeira a equação.

Mas os matemáticos sabem que o símbolo de igualdade é uma abstração teórica que somente existe no mundo da cognição imperativos categóricos desta ciência que se utiliza de regras para a manipulação dos símbolos que representam grandezas através de sinais convencionados.

Nesse mundo matemático não importa a natureza intrínseca das coisas, um animal pode ser 1 elefante ou 1 cachorro, se 1 = 1 um cachorro é igual a 1 elefante, abstraindo-se a natureza dos entes representados pelo numeral. O mundo matemático abstrai a natureza dos elementos porque é um mundo simbólico.

Igualdade não existe na natureza segundo Hieráclito não se pode tomar um banho no rio duas vezes, as águas mudaram e o corpo mudou perdendo ou ganhando milhões de células portanto as águas do rio correram, não existem duas folhas de árvore iguais nem duas impressões digitais iguais no mundo, e por uma redução de regressão ao infinito nada se repete no universo, portanto, nada é igual no universo, muito menos as pessoas.


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