segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Panteísmo novo

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Livros em Amazon.com

As crenças e religiões são o resultado da mais longa evolução da criação e pensamentos humanos, se antecipando à Filosofia, e posteriormente, à Ciência.

 

Então a religião ou as religiões ocuparam todo o espaço do campo espiritual, metafísico, epistemológico, filosófico e científico, num período muito maior do que qualquer ramo de conhecimento humano.

 

Nesse longo período a religião era etnográfica, etnocêntrica e territorial, e ainda são algumas delas como: o judaísmo, islamismo, janismo, xintoísmo, budismo, são pertencentes a um lugar, a uma língua, a uma etnia particular, então para complicar mais o entendimento seria como existisse uma ciência Física de Mecânica Quântica para cada país, cada língua, para cada etnia, para cada lugar geográfico.

 

Mas os cientistas são espertos, e perceberam que não poderia existir duas Mecânicas Quânticas uma para Einstein e outra para Niels  Bohr.

 

Então criaram o desenvolvimento do entendimento do que seria a Física Quântica com os aspectos de cada cientista agregando e fundindo novas informações e conectando as direções e divergências de todos que colaboraram para a expansão do conhecimento de Física Quântica.

 

A não houve versões particulares da Física Quântica, ao contrário das religiões que tiveram a percepção de que existia uma inteligência por trás do Big Bang, e que por trás da seleção natural das espécies de Darwin, não poderia ser algum mecanismo tão simplório no raciocínio de Darwin que desconhecia dois pilares da biologia: o DNA, e a estatística.

 

Foram duas ciências ignoradas pelo Darwin, - que ainda não existiam -, porém, a teoria da evolução das espécies é a única ciência que se transformou na religião baseada em crenças, pois, como pode um ideia tão desconectada tão dissonante da cognição e da lógica ainda receber tanta atenção séria quando deveria ser banida para sempre como ridícula?

 

Pois, afinal, de uma célula única surgiriam bilhões de variações de células que dariam início a uma variedade de bilhões de espécies, para estas espécies serem depois aniquiladas seletivamente pelo mecanismo de seleção do meio ambiente.

 

Não parece inteligente: primeiro, porque uma simples célula primordial com seu DNA e RNA seria suficientemente complexa, mais complexa do que todo o universo anteriormente aos seres vivos; segundo, depois, vem a idiotice de se criar e depois destruir espécies, no que Darwin chama de evolução das espécies por seleção natural.

 

O panteísmo nos fornece uma pista de que todas as religiões e crenças tratam de um ser ou de seres não humanos que são responsáveis pelo início de tudo que está no universo, sendo que o panteísmo confunde-se o próprio universo: obra de um criador com auto-criante e auto-criado.

 

Divergências à parte, precisa separar o que é eterno daquilo que não o é, se alguma coisa é eterna então o grau de evolução e de inteligência teve bastante tempo para se tornar o domínio de todas as variáveis do universo, então o universo deixou de ser um jogo de azar e de probabilidades, se tornou um jogo determinístico, com todas as variações perfeitamente previsíveis.

 

A outra concepção a ser adicionada do panteísmo é a memória do tempo. Tempo é uma das dimensões além daquelas do espaço e energia, o tempo cai apenas no âmbito antropocêntrico, o tempo é um referencial para os seres humanos, o tempo não existe, assim como a teoria das cordas exige que a matéria e energia sejam instâncias de frequências vibratórias, portanto uma nova dimensão do que chamamos de Deus precisa ser avaliada.

 A nossa percepção do tempo desorganiza totalmente o universo transformando-o em um evento linear progressivo e constante, uniforme e contínuo, sem interrupções, sem variação e sempre em uma direção no futuro. Isso é apenas tão humano quanto as invenções dos Deuses de todas as religiões.

Nenhum comentário: