sábado, 19 de fevereiro de 2022

QUANTIANISMO

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

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QUANTIANISMO

 

Novo vocábulo criado por mim para designar uma nova corrente filosófica, - mais uma -  inspirada no fenômeno Quântico sem a sofisticação e sem a complicação natural da linguagem da Física escolástica.

Pode ser também como uma seita filosófica uma espécie de sofia + religião = religiofia.

Não é a intenção desta introdução reduzir toda a literatura escrita sobre o primeiro fenômeno quântico observado pelo físico Young no famoso evento da fenda dupla, apenas deseja-se mencionar o necessário com a simplicidade e a clareza mínima para que qualquer leigo possa ter uma noção superficial, mas suficientemente segura do fenômeno para poder entender perfeitamente com toda a segurança teórica.

Em primeiro lugar queremos investigar a ligação entre o mundo visível e o mundo invisível, melhor dizendo, investigar a relação entre o mundo material e o mundo das frequências ou das ondas do tipo eletromagnéticas.

Um sábio disse que tudo aquilo em que ele acredita são apenas nas coisas que podem ser provadas cientificamente ou empiricamente através de observação.

Outro sábio nos disse que tudo aquilo em que ele acredita são apenas nas coisas que vê e nas coisas que pode sentir e tocar com os sentidos de tato, cheiro, audição e paladar.

Falácias e sofismas

Todos os nossos sentidos podem ser facilmente iludidos, por isso Auguste Comte criou o método científico empírico, ou, experimental prático, ele determinou que fazer ciência é medir tudo com instrumentos calibrados de tomada de medição e contagem precisos, o que significa transformar tudo em uma redução a números cardinais.

As medições poderiam ser diretas ou indiretas, sempre comparando com um padrão de unidades, para comprimento, volume, área, e medidas combinadas com tempo, como: velocidade, aceleração, força, pressão, temperatura, frequência, corrente elétrica, resistência, potência, luminosidade, magnetismo, calor, ph, e assim traduzir todas as nossas sensações do universo em números.

Medir e contar, auferir, comparar, manipular estas medidas através de fórmulas matemáticas na Física, Biologia e Química.

No início da Matemática se percebeu que algumas relações seriam difíceis de se manipular por causa de uma das operações na qual a natureza dos números do sistema decimal não coincide com a precisão desejada, estamos pensando justamente nela, a operação da divisão com decimais, que nem sempre pode ser efetuada com o resultado preciso, como divisor zero, e divisão de números primos e alguns números que podem resultar em frações indefinidas, não redutíveis.

Tentativas posteriores foram feitas para contornar essas limitações com mudança de bases, com a criação de outras ordens de números tais como os logaritmos, números relativos, números decimais, números imaginários.

Temos as aberrações matemáticas como o número pi, e a raiz quadrada de dois, cujos valores nunca foram determinados de maneira exata.

Onde se esconde a realidade, a verdadeira essência das coisas no universo?

Quando os cientistas se encontram diante de um mistério costumam executar a sua mais nobre arte de enrolar a explicação de modo a parecer que o leitor é incapaz de entender, como, por exemplo, certas singularidades da natureza, que acabam encontrando explicações exóticas e enigmáticas, vejamos alguns casos:

a)       Buracos negros;

b)      Infinito

c)       Tempo

d)      Gravidade

e)      Magnetismo

f)        Energia

g)       Vida

h)      Inteligência

i)        Informação

j)        Corrente elétrica

k)       Dor

l)        Alegria

m)    Saudade

n)      Sabor

o)      Fome

p)       Beleza

q)      zero

 

Você não se deu conta que 99% do universo é constituído de coisas que não se vê, de vista desarmada, ou sem um telescópio, microscópio, ou sem um instrumento de detecção, nesta categoria estão: o ar, a força, a velocidade, a distância, a eletricidade, magnetismo, molécula, pensamento, elétron, energia, calor, frio, angústia, dor, saudade, alegria, fome, sabor, som, vento, nossa galáxia, então quase tudo no universo é invisível ou somente existe nos modelos mentais e científicos ou filosóficos, ou empíricos.

Você intelectual cético e ateu já parou e pensou que se você só acreditasse naquilo que se vê e se pode provar e comprovar, então começaríamos a duvidar que a terra seja esférica e finita, que nunca chegou à lua algum ser humano, que não existe vírus, que as doenças não existem, que vegano vive mais, que existe aquecimento global, ou não, então nem sabemos que o mesmo tom de cor azul do céu é percebido da mesma forma por outra pessoa, então acreditar ou não é apenas uma questão de opinião, e a opinião sua ou minha não tem qualquer valor para a ciência, para a filosofia e para a religião. 

O cerne dessa corrente Quantianista é o fenômeno quântico, e precisamos discernir sobre isso.

Fóton, quantum e seus fenômenos que encantaram os céticos e desnortearam a mente de ninguém menos do que Einstein.

O que é isso?

O início de tudo foi com um experimento famoso de Young quando fazia experimentos com fendas por onde passava estreitos feixes de elétrons, ou o que Young achava serem elétrons.

Então viu no anteparo por trás das fendas que se projetavam luzes e sombras em faixas de luzes e sombras. Colocou um detector de elétrons para contabilizar o número de elétrons que se projetavam por trás das fendas.

Começaram as surpresas com este experimento, pois quando uma das duas fendas eram fechadas o número de elétrons que saía da fonte e que atravessava a fenda e batiam na antepara por trás da fenda única era o mesmo número de elétrons emitidos pela fonte de elétrons, mas quando a segunda fenda era destapada o número de elétrons que eram detectados na antepara por trás das duas fendas se duplicava.

Então começa o grande mistério dos fótons.  Muitas tentativas de explicação começaram e até o presente momento ainda continua o mistério da fenda dupla.

O que é o fóton?

Entra em cena o fóton, a entidade chamada à cena pela primeira vez para assumir os fenômenos que o elétron não poderia incorporar por causa da sua natureza material porque o fóton precisaria ser um ente sem massa inercial e massa gravitacional que poderia saltar no espaço entre orbitais atômicos sem passar pela distância ou percorrer um caminho, simplesmente desaparecendo de um lado e reaparecendo do outro lado.

E esse salto sempre era dado de modo quântico, ou seja, precisava ser com um impulso sempre exato, nem mais nem menos, sempre com a mesma quantidade precisa e exata de energia, daí o nome de quantum, do latim, quantidade, salto quântico.

Então o elétron excitado pela energia salta para o orbital de maior energia e ao retornar ao seu nível original emite um fóton.

Esse fóton é visto em forma de radiação visível como luz e invisível como pulso eletromagnético.

Outras qualidades começaram a aparecer no fóton, como a sua ubiquidade, ou seja, estar em dois ligares ao mesmo tempo, e viajar instantaneamente pelo universo mais rápido do que a velocidade da luz, porque o fóton não viaja, o fóton dá um salto quântico no tempo e no espaço.

Agora o fenômeno da fenda dupla tinha uma explicação coerente com o fóton e suas características quânticas.

O que é um fóton?

Não sabemos, talvez nunca saberemos, assim como a corrente elétrica e o próprio elétron descobertos a mais de 2500 anos deu origem a inúmeras aplicações elétricas e eletrônicas sem que se saiba exatamente explica-los.

A teoria física atual se divide entre duas correntes para definição do mundo material, sendo uma delas a tradicional mais antiga baseada na atomicidade e nas partículas sólidas e nano partículas e subpartículas subatômicas, e a outra corrente que se baseia em frequência de ondas sem matéria sólida chamadas de cordas, conhecida como a teoria das cordas.

O fóton não é uma partícula e sim se enquadra melhor como um pacote fechado quantizado de energia.

Então o fóton bagunçou e desorganizou tudo que sabíamos sobre as leis da Física, e se tornou um fenômeno singular no conhecimento humano. O fóton burla a dimensão do tempo e do espaço.

A Mecânica Quântica foi um ramo da Física contemporânea criada para comportar os fenômenos fotônicos.

O tempo não existe para o fóton.

A pergunta então seria: o que significa o tempo para o fóton?

O que é o tempo?

O tempo existe para o fóton?

O tempo existe?

Se o tempo não existe então vivemos ou experimentamos uma espécie de simulação no universo onde o nosso tempo pessoal seria apenas uma interpretação do nosso consciente sobre a sequência de eventos que chamamos de datas, dias, meses, anos, horas, minutos, segundos.

Quantianismo é a concepção baseada na impossibilidade da existência real do fenômeno do tempo como concreto e real.

O tempo no Quantianismo seria uma abstração prática para nosso cérebro organizar uma sequência de eventos cognoscíveis.

Suponhamos que o vácuo também chamado por espaço intergaláctico fosse uma imensa estrutura com caminhos determinísticos por onde os asteroides se deslocam dentro de certos limites estritos, e estes caminhos se chamou de lei de gravitação universal ou de campos gravitacionais.

Quando observamos uma estrela no céu a estrela observada e o observador estão se deslocando a velocidades extraordinariamente enormes, por exemplo, a nossa estrela o sol se desloca na borda da via láctea a 900 mil quilômetros por minuto, uma estrela observada dentro da mesma galáxia poderia estar viajando a 1,5 milhões de quilômetros por minuto, então os astrônomos estão em referenciais inerciais extremamente complexos e mesmo assim a nossa sensação é que estamos parados estáticos, mesmo que viajando mais rápido do que o som ao nível do equador terrestre a 1600 km por hora e não conseguimos sentir essa extraordinária velocidade.

Podemos caminhar para frente e para trás no avião em vôo a mais de 900 km por hora, mas em uma nave voando a 900 mil km por minuto tudo pareceria se arrastar quase parando, nosso sangue correria bem devagar, os elétrons começam a se mover bem mais lentamente e o tempo começa a parar.

Agora percebemos a presença da entidade chamada tempo, e podemos acreditar que o tempo não passa de uma simples ilusão subjetiva.

Dentro dessa bolha temporal em que nos encontramos nada faz sentido sem o referencial temporal a que nossa cognição se acostumou. Toda a nossa percepção da realidade está baseada no tempo.

Tudo o que sabemos e percebemos está ligado ao tempo. Nada pode ser compreendido fora do marco temporal, desde o nascimento até a morte o relógio marca e organiza os eventos, por isso a compreensão da religião fica prejudicada porque queremos entender o universo e a sua criação baseados na finitude e na temporalidade, coisas como o infinito e o antes e o depois são totalmente inúteis em uma concepção sem a existência do tempo.

O universo não tem começo e nem terá um fim, porque o fim e o começo são ciclos temporais, e se o tempo não existe as únicas leis da Física antiga que se pode manter são as três Leis da termodinâmica.

Nada pode ser destruído: nem matéria, nem energia que permanecem num ciclo eterno onde uma se converte na outra, matéria em energia e energia em matéria.

O calor sempre flui do ente mais quente para o mais frio.

A energia aumenta o grau de entropia da matéria.

Agora podemos entender que a energia do elétron é eterna, o elétron não pode parar de se mover no modelo atômico da teoria das partículas.

No modelo clássico a energia do elétron precisaria ser infinita; no modelo da teoria das cordas essa e outras variáveis podem se melhor tratadas matematicamente.

O modelo atômico orbital é extremamente complexo matematicamente, pois envolve forças centrípetas, atração elétrica, atração gravitacional, força forte e força fraca, inércia vetorial e momentum angular.

O princípio da inexistência do tempo muda toda a teologia religiosa, porque colocamos Deus na nossa equação de tempo, de finitude, então precisamos do livro de Gênesis para explicar o início das coisas.

Sem fechar o ciclo do início e do fim das coisas, mas, apenas, por causa da intuição causada pela sensação do tempo.

A noção de causa e de efeito também são consequências da prisão temporal, nada pode ser explicado sem as causas anteriores, sem percebemos que caímos num labirinto sem fim pois sempre haveria a necessidade de mais outra causa anterior à outra causa anterior, e esse processo é infinito, ou uma causação circular cumulativa eterna.

Este é o resultado pouco racional de se introduzir o tempo como a base do fenômeno ou das coisas no mundo racional.

Precisamos do livro do Gênesis na bíblia, tudo precisa de um começo. A teoria do Big Bang não tem nada de científica, é apenas uma exigência da premissa da necessidade de existência de uma cadeia de eventos progressivos e encadeados na linha do tempo. Sem o tempo, a criação do universo ou da vida não faz nenhuma diferença. A causa do Big Bang foi o colapso da singularidade existente num ponto de acumulação de densidade infinita, o que exige uma causa anterior para explicar a acumulação da tal singularidade de densidade infinita como se deu origem a essa singularidade de densidade infinita, e esse ciclo de causação infinita.

O problema não é descobrir o início do universo ou da vida, mas do início do tempo.

Sem o tempo nada precisaria ser explicado, simples assim.

 

 

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