terça-feira, 11 de março de 2025

O caos urbano mundial

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

O caos urbano mundial

The Line, a primeira cidade realmente inteligente no mundo planejada integralmente n Arábia Saudita sendo construída ainda causa incredulidade e tumulto na mente das pessoas mais esclarecidas que sempre são as primeiras a mostrar o desdém invejoso diante de ideias que eles gostariam de ter e não tiveram.

O caos urbano poderia ter como padrão a cidade brasileira de Brasília, onde a primeira metrópole totalmente planejada nos planos arquitetônicos e urbanísticos ficou cercada de arremedos improvisados não planejados anulando o seu meticuloso planejamento, são 30 pequenas cidades ou chamadas regiões administrativas em torno do núcleo planejado meticulosamente que começou a ser desvirtuado antes de ser inaugurada, com os anexos das vias L2 Norte e Sul, as concessões de grau em grau permitiram as improvisações no Plano Piloto, das casas provisórias na Asa Sul e os prédios provisórios nas asas residenciais sem pilotis que ficaram definitivamente.

Então, em torno de uma cidade totalmente planejada embora não totalmente edificada conforme 90% do plano, foi adicionada por:

(1) Núcleo bandeirante,

(2) Candangolândia,

(3) Cruzeiro,

(4) Guará I e II,

(5) Gama,

(6) Sobradinho,

(7) Planaltina,

(8) Taguatinga,

(9) Ceilândia,

(10) Riacho Fundo I e II,

(11) Recanto das Emas,

(12) Águas Claras,

(13) Paranoá,

(14) Vila Planalto,

(15) Vicente Pires,

(16) Brazlândia,

(17) Lago Sul,

(18) Lago Norte,

(19) Park Way,

(20) Samambaia,

(21) Santa Maria,

(22) Estrutural,

(23) São Sebastião,

(24) SIA,

(25) Itapoã,

(26) Arniqueira,

(27) Água Quente,

(28) Sol Nascente,

(29) Sudoeste Octogonal,

(30)Varjão,

(31) Arapoanga,

(32) Fercal,

(33) Jardim Botânico.

Toda cidade representa um ponto de acumulação desorganizado, muito denso, com construções aglomeradas em áreas de maior valor imobiliário quanto mais aglomeradas maior seu valor indicando a lei da concentração onde os recursos urbanos concentrados em uma pequena área que cresce verticalmente acima do solo quanto maior a quantidade de serviços urbanos que se concentram, contrariamente, quanto mais esparsos os recursos urbanos e quanto menos valor utilitário mais se diluem os espaços e mais desvalorizados.

A população da terra está desigualmente distribuída no espaço geográfico e mal distribuída dentro das concentrações espaciais municipais.

A distribuição da população humana na terra é tão heterogênea e desconcentrada que se quiséssemos colocaríamos toda a população da terra em uma área do tamanho do País Equador com toda tranquilidade se planejássemos os espaços urbanos.

Toda a população do Japão caberia em uma única cidade planejada com edifícios padronizados de cem andares e trezentos metros de altura cada torre com cinquenta metros de lado dispostas as torres em semicírculos urbanos para facilitar a circulação de pessoas e de veículos assim todos os serviços urbanos estariam distribuídos nas torres todos os hospitais, escolas, universidades, lojas, escritórios, laboratórios, lojas, oficinas, fábricas, indústrias, consultórios, se estabelecêssemos antecipadamente planejadamente, teríamos, também os clubes, os shoppings centers, delegacias, presídios, igrejas, depósitos.

O que aconteceu com a civilização?

Tudo foi sendo improvisado, ruas sem saída, muitos bairros, muitas ruas, muitas avenidas, e então precisa de ônibus, trens, metrô, ferrovias, avenidas, estradas, e depois quando nada disso funciona precisa complementar com automóveis, e ainda assim precisa de motocicletas para preencher os vazios nas ruas, e finalmente das bicicletas e da circulação a pé, patins, e outros meios individuais.

Vemos que juntando todas as modalidades de e meios de transportes somente aumentamos o caos tentando resolver a ausência de planejamento urbano porque improvisamos cada vez que uma nova unidade urbana precisa ser adicionada ao conjunto urbano que não estava preparado e planejado para receber uma nova unidade concentrada de edificações verticais aumentando a demanda de vias urbanas, meios de transporte, locais de estacionamento e espaço e mais espaços horizontais e verticais, o caos vertical aumenta o caos horizontal.

Desenho urbano em forma de anel com 50 quilômetros de diâmetro perfazendo uma área de 7500 quilômetros quadrados que abriga 8000 prédios de cem andares, capazes de receberem 80 milhões de pessoas com:

  1. garagens,

  2. jardins,

  3. gramados,

  4. mini lazer completo com:

  5. piscinas,

  6. parque infantil,

  7. salão gourmet,

  8. quadras poliesportivas,

  9. salão de festas,

  10. churrasqueiras,

  11. sala de jogos,

  12. sala de som,

  13. saunas,

  14. sala de videogames,

  15. lan-house,

  16. garagem coberta,

  17. estacionamentos, para cada unidade de prédio separados por 150 metros de espaço entre cada prédio.

Nas bases de cada torre haveria um micro-comércio local com boxes de:

  1. padarias,

  2. açougues,

  3. farmácias,

  4. salões de beleza,

  5. armarinhos,

  6. papelarias,

  7. bares,

  8. lanchonetes,

  9. praça de alimentação,

  10. oficinas,

todas de tamanho muito pequeno com 10 metros quadrados apenas para pequenas compras e prestação de serviço que não atraiam clientes externos ao condomínio predial, tal e qual o comércio local inter e entre quadras no Plano Piloto em Brasília.


Cada apartamento de dois e três quartos, com espaço para tele-trabalho, - home ofice - , torres de 25 imóveis por andar em cada um dos 100 andares, cada torre possuirá 2500 apartamentos; 8000 torres perfazendo 8000 x 2500 = 20.000.000 de residências capazes de abrigarem 80 milhões de moradores, dispostas em círculos concêntricos separados de 150 metros entre si.


Serão mais 10.000 quilômetros quadrados para construção de fábricas subterrâneas sendo a parte superior para pátio de mercadorias, estacionamento e jardins.


Serão mais 5 mil quilômetros quadrados para agricultura sustentável com fruteiras e com hortas, sítios, e, chácaras e quintas.


No total uma cidade 22.500 quilômetros quadrados.


Ao centro do desenho urbano do círculo dos prédios residenciais periféricos ficariam as 2000 torres com 100 andares cada uma delas de serviços, com: hospitais, escolas, lojas, oficinas, clubes, escritórios, universidades, institutos, organizações, igrejas, quartéis, administração pública em torres também de 100 andares e subsolos, com padarias, açougues, armarinhos, papelarias, consultórios, clínicas, academias, igrejas, templos, salões de estética, estúdios, shoppings centers, barbearias, sapatarias, lanchonetes, joalherias, bibliotecas, auditórios, museus e hotéis.


Os grandes estádios ficam na periferia, juntamente com os três aeroportos, um de passageiros, um de cargas e a base aérea militar, os museus, e locais de grandes feiras, revendas de automóveis, motos, bicicletas, triciclos, barcos, aviões, oficinas de conserto de tudo.

No litoral ficariam os três grandes terminais portuários: um para descarga, outro para embarque de cargas; o porto de turismo para grandes embarcações; uma área de navios militares isolada das demais; estaleiros navais.

É de se esperar que dentro de 30 anos esse pequeno território será o metro quadrado mais valioso e mais caro do mundo todo.

Por causa da alta densidade demográfica por metro quadrado, e por causa da alta densidade de pessoas do mais alto nível por metro quadrado do mundo.


Nós somos animais racionais? As abelhas e as formigas constroem suas habitações coletivas muito mais engenhosas e racionais que os humanos.


Com este esquema a população de toda a terra poderia habitar uma área de 750 mil quilômetros quadrados ou menos.


Toda a população da terra com 7,5 bilhões de habitantes ficaria folgada na área de São Paulo e Minas juntas, em prédios de 100 andares, em uma cidade totalmente planejada e racional; mas em prédios de 120 andares a área poderia ser de 600 mil quilômetros quadrados. Equivalente a toda a área do estado de Minas Gerais.


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