segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Porque Hitler odiava os judeus

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Porque Hitler odiava os judeus

O tema central do bipolo político da civilização ocidental e oriental exatamente nesta ordem de coisas, justamente o tema de clivagem que desencadeou a última guerra mundial, quente, e a terrível guerra mundial fria.

A questão judia colocada desde o mais famoso judeu da História da humanidade e o segundo e atual mais falado e estudado pensador judeu responsável pela guerra fria, estes dois judeus divergiram, cada qual a seu tempo, sobre a solução ou sobre o encaminhamento de uma única percepção que tiveram sobre o modelo estrutural da sociedade humana, onde cada um produziu o mesmo diagnóstico para o que seria o principal foco da infelicidade humana.

Essa percepção judaica sobre o principal culpado pela infelicidade humana, coloca a questão da culpa como elemento-chave da epistemologia do sofrimento humano, e o pecado da humanidade e a culpa desse pecado precisam ser reconhecidos por todos para que a salvação seja concedida.

Outra percepção, de outro judeu, cuja cultura de culpa e pecado da cultura do judeu onde essa percepção da culpa e do erro coletivo recai sobre toda a humanidade e cada ser humano precisa de salvação dessa culpa pela desordem social produzida que exige a expiação social coletiva.

Quando a linha do tempo faz o cruzamento na História destes dois pensadores que dividiram a humanidade em dois blocos antagônicos, por motivos diferentes, mas pelos mesmos princípios, o princípio da culpa, do erro, da punição e da redenção pelo sacrifício, que consiste na abstinência dos prazeres e pela renúncia estóica da riqueza e de qualquer vaidade, assim estes dois pensadores têm seus seguidores fiéis, fanáticos que se dispõem a morrerem e por causa desse fanatismo o número de pessoas e de países que entraram em guerras não pode ser contado, são centenas de milhões de pessoas que se imolaram e morreram e estão dispostos a morrerem em defesa de suas ideias.

O primeiro judeu se chama Jesus Cristo, e seus seguidores, que mesmo não tendo fundado o cristianismo foi o primeiro revolucionário a dividir as mentes das pessoas convencido de que elas estavam infelizes neste mundo por causa das suas ambições egoístas, por causa da busca pelos prazeres mundanos, da riqueza material e da busca obsessiva pela vaidade e frugalidades supérfluas, então para alcançar o paraíso precisam confessar seus pecados e abandonar suas riquezas e vaidades e seguir uma vida de honestidade e simplicidade.

O segundo judeu se chama Karl Marx, os seus seguidores estão convencidos de que a infelicidade da humanidade é culpa da desigualdade social da distribuição das riquezas, justamente por causa da apropriação indevida de uma fração muito grande da riqueza por parte de um grupo muito menor de pecadores que roubaram aquilo que é de todos os habitantes da terra, e que somente a punição destes desonestos apropriadores da riqueza coletiva com a redistribuição da riqueza expropriada que foi indevidamente tomada do esforço e do trabalho coletivo roubado pelos capitalistas, somente assim a humanidade vai atingir a perfeição da justiça social.

Dois judeus e suas visões redentoras da humanidade, mas pergunta-se? Quem

pediu para ser salvo da própria humanidade? Por acaso houve alguma revolta, ou motim, ou assembleia, ou plebiscito, ou levante, uma manifestação pública da humanidade pedindo a estes dois judeus ajuda para serem salvos de seus pecados e infelicidade?

Ao contrário, cada indivíduo conviveu com as suas próprias dificuldades pessoais e assim enfrentou cada uma delas com os recursos que estavam ao seu alcance, vivendo cada dia uma nova dificuldade e administrando os seus sonhos sem filosofar ou sofrer com a culpa de ser responsável pelas suas desgraças, se Marx ou Jesus não tivessem inculcado nas pessoas a ideia da culpa e do erro.

Faz parte do caráter judeu a noção de culpa, pecado, de erro. Os nazis odiavam essa ideia de culpa e pecado.


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