quarta-feira, 31 de agosto de 2022

O fim da globalização

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

O fim da globalização

Depois da conferência internacional de Bretton Woods onde foram acordados importantes balizamentos da economia mundial de pós -uerra, com algumas decisões que impactaram a organização política e geopolítica da humanidade, então o dólar se sai como a moeda internacional de âncora e referência o currency board, e com outras medidas como a criação do SWIFT, do Banco Mundial de do Fundo Monetário Internacional, e consequentemente, a OIC, OCDE, assim, ficaram entre Washington e Genebra os principais centros de decisões do mundo que rivalizaram com a ONU e OTAN.

Do outro lado da humanidade que ficou repartida em três esferas, a princípio não percebidas desde o incio, ficaram os países do Oriente Médio, de características etnicas e teocentrismo religioso islâmco e árabe; o Mundo Otaniano e suas vizinhanças; e o mundo soviético e seus parceiros adjacentes.

Quando menos se espera vem justamente de Washington a destruição deste modelo por erro de cálculo do governo democrata, que com ódio cego conseguiu a façanha de desmontar a hegemonia conseguida com a currency board mundial e com isso fazer desmoronar toda a estrutura da teoria da dependência gestada nos centros da casa da OEA, que deu impulso ao processo da globalização.

O sonho da ex URSS se torna realidade depois do colapso da URSS, que foi a destruição do domínio mundial do currency board, porque os democratas não entenderam que já possuíam o domínio da esfera estrutural no sentido marxista da economia mundial, controlando o fluxo de moedas que importavam realmente, mas quiseram adicionar o controle militar e estratégico ao pacote de hegemonia.

Este erro começou quando indiscretamente começou a expandir a OTAN para além dos Urais, sem considerar as 14.000 ogivas adormecidas debaixo das estepes da Sibéria onde os ursos costumam dormir na sua hibernação invernal, mas hibernação parece morte mas não é morte, o urso parecia morto e com a economia destruída, mas 14.000 ogivas nucleares e vetores estratégicos para lançar contra os seus inimigos indicavam apenas a hibernação do urso.

O erro foi cometido, e exacerbado diante das sanções unilaterais que não percorreram as mesmas instâncias internacionais que acordaram em Bretton Woods, por isso ilegítimas, que balançaram criticamente as bases do sistema fiduciário internacional deixando perplexos até mesmo os aliados da OTAN diante da queba de confiança e fragilidade de confiar num único pólo que pode imprimir e circular a única moeda internacional, fazer bloqueio de fundos de depósitos e títulos de outros estados sem sentença judicial e sem respaldo que qualquer instância multilateral e internacional, apenas a decisão de um presidente de um país pode decidir o destino dos fundos e das finanças de qualquer nação unilateralmente, foi um péssimo exemplo. Assustador, assustou todos os membros da OTAN embora não fossem alvo de medidas extremas.

Está definitivamente destruída a confiança na moeda norte-americana, nada pode substituí-la, nada pode garanti-la. É o inferno e a desordem internacional e que se resolverá apenas na guerra mundial, como o foram as outras duas anteriores.


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