terça-feira, 10 de maio de 2022

O estigma da maldade humana é um estereótipo moralista verdadeiro?

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político
O estigma da maldade humana é  um estereótipo moralista verdadeiro?
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Tinha que ser louco, ou psicopata, um paranóico, nunca um igual a nós, assim podemos aceitar que uma pessoa como Adolf Hitler possa ser compreendida como um ser não humano e não civilizado.

Estou cansado de ouvir essas delirantes explicações sobre as grandes maldades que um ser humano é capaz de fazer, mesmo sendo normal igual a qualquer um de nós.

Durante uma leitura da bíblia sagrada em qualquer das cinco versões, desde a Somali com 83 livros, ou da ortodoxa com 78 livros, ou da católica apostólica com 76 livros ou da luterana com 73 livros, ou da protestante com 66 livros em todo o velho testamento todo o pecado e erro parte de dentro do ser humano, mas no novo testamento temos uma introdução de um ser espiritual que se chama demônio que é o responsável pela tentação do ser humano e faz o ser humano cometer todos os tipos de males e maldades.

Uffa! De quantas desculpas precisamos para justificar simplesmente a crença de que a maldade não pode ser praticada por pessoas consideradas boas ou normais?

Não estou excluindo os neuro e psico patológicos que são psicopatas sociopatas sem empatia nenhuma com a dor do outro ser humano, estes existem e são diagnosticados.

Mas, quando nos deparamos com um crime brutal cometido por pessoas que parecem iguais a nós ficamos perplexos e logo atribuímos alguma patologia por que pessoas boas não fazem coisas más, nem pessoas más não fazem coisas boas.

É bizarro dizer que uma vez em Águas Lindas de Goiás estava eu em uma parada de ônibus em um dia de feriado quando as pessoas daquela cidade muito pobre no ano de 2006 estavam se preparando para lotarem os ônibus que partiam dali para o Plano Piloto em Brasília onde estavam procurando lazer para suas famílias, e uma das famílias me chamou a atenção, um jovem rapaz e sua esposa com seus três filhos pequenos, e alguém do meu lado me disse que aquele rapaz era apenas um dos latrocidas mais perigosos de Águas Lindas de Goiás, com isso eu me perguntei perplexo: uai, assassinos tem famílias, e cuidam delas com o mesmo carinho como ele carregava no seu braço o filho ainda bebê e beijava sua esposa ou parceira com tanto carinho.

São os estereótipos do bem e do mal que a nossa sociedade moralista tenta justificar que o mal é um jeito de viver dos psicopatas estigmatizados que não são como nós humanos.

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