O presente, o passado e o futuro estão entrelaçados

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

O presente, o passado e o futuro estão entrelaçados

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O tempo não existe, o tempo é uma mera sensação limitada ao nosso sistema de coordenadas sensoriais, portanto vivemos em uma espécie de simulação espaço-temporal onde o passado, o presente e o futuro estão misturados, mas a nossa percepção de tempo foi treinada e condicionada a perceber mais nitidamente o tempo presente, um pouco menos o tempo passado, e quase nada do tempo futuro, por isso consideramos excepcional que pessoas como Nostradamus, Baba Venga possam olhar e se lembrarem do futuro como se estivessem lá, mas, todos nós temos essa capacidade de fugir do cerco da visão limitada ao presente e ao passado, sabemos disso porque sempre que tentamos alguma ação na nossa vida e sai errado ao contrário do planejado e do desejado, pensamos imediatamente que houve uma falha ou um fracasso, na verdade, estamos tentando mudar o futuro e isso não é possível porque o futuro já aconteceu e no momento presente que está a nossa percepção não estamos considerando que não podemos modificar o passado nem podemos modificar o futuro, por isso algumas pessoas encontraram o portal em sua consciência para enxergar também o futuro.

Para o momento presente estão as opções poucas que podemos decidir desde que não modifiquem o futuro, mas aquela pergunta do futuro que não pode mudar é respondida pelos fatos históricos e pessoais que já estão definidos imutáveis que são os momentos de nascimento e morte de cada pessoa, as descobertas científicas, as guerras, os momentos históricos pessoais de marcente acontecimento com o sucesso de uma carreira intelectual, artística, política está tudo pré definido, nada pode ser mudado, o sucesso, o fim de carreira, tudo está escrito no futuro que já aconteceu.

Quando observamos a História em perspectiva verificamos as tentativas fracassadas de mudar o futuro que hoje é o presente, por isso Hitler perdeu muito tempo tentando derrotar os soviéticos que mesmo sem armas adequadas perderam 25 milhões de soldados contra pouco mais de 1 milhão de nazistas mortos na Rússia mas nada mudou o resultado; atualmente vimos as tentativas do EUA de extinguir o Islã assim como aconteceu durante a era das Cruzadas, mas o futuro não previu tal farto, então 3 trilhões de dólares foram desperdiçados em 30 anos de guerras no Oriente Médio com o fim inesperado como o da Guerra do Vietnam ou da Coreia. Nada pode impedir o futuro de acontecer.

A teoria do BigBang criada ou inventada ou deduzida da mente do padre Le Maitre não faz parte do mundo das possibilidades epistemológicas sobre o pensamento científico, porque possui algumas ambiguidades que levam ao pensamento circular autodedutivo que deriva da lógica da causação circular cumulativa, uma beco sem saída onde a causa é o feito ao mesmo tempo.

Antes do universo existia o nada, e temos s filosóficas e religiosas para imaginar o que seria o nada, pois o nada é tudo aquilo que está além do horizonte do universo, para onde o universo se expande segundo Hubble a velocidades cada vez maiores superando a velocidade luminar, e isso é perfeitamente possível sem violar qualquer princípio porque ali além do limite do universo não existem: o espaço, o tempo, a matéria, a energia, a informação e as leis da física ou qualquer outra lei.

Esse era o ambiente anterior ao BigBang, portanto, ao explodir o ponto primordial no BigBang não existia o tempo, o espaço, a matéria, a energia, a informação e as leis da física.

Para começar a criar matéria e energia; primeiro se criaria a informação que seria orientadora para se poder organizar a matéria e energia a serem constituídas dentro de leis da físico Química, portanto, primeiro a informação, e depois, as leis; e, então, o espaço e o tempo; e por último, a matéria e a energia.

A informação e as leis da física química não precisam de um meio ou suporte material real, são virtuais; o tempo e o espaço são relativos, dependem de um referencial local; e a matéria e a energia são um par antitético oposto intercambiável.

  

Então o BigBang foi mais do que a explosão para a criação do universo, foi o início de seis entidades (o espaço, o tempo, a matéria, a energia, a informação e as leis da física) que sustentam o universo sem os quais nada existiria e tudo isso veio do nada absoluto.

Portanto, o absoluto-nada criou tudo que existe, inclusive o nada, as religiões todas tem dificuldade para trabalhar o conceito de nada, a antropomorfisação de Deus, dos deuses todos os fizeram limitados e humanos, o Deus não é um ser, não fala conosco, não nos ouve, não faz nada por nós, nem deixa de fazer alguma coisa por nós, não podemos interferir nem rogar a sua vontade pois não tem bondade nem maldade, nem é oportuno nem inoportuno, essa imagem de Deus nos deixa no vazio do abandono, como um animal solto na floresta se defendendo dos predadores naturais e caçando alimento para sobreviver contra as circunstâncias fortuitas favoráveis e desfavoráveis da natureza e do meio ambiente, jogados à própria sorte, porque assim as regras controlam o acaso imprevisível porque não temos o controle de todas as variáveis do universo.

A imagem de uma serpente estrangulando um cervo até a morte sob os gritos de terror e de pavor do cervo para servir de fonte de energia e a sobrevivência da cobra, nos faz pensar se haveria racionalidade neste processo que teve uma mente por trás para criar este sistema complexo de cadeia alimentar; quando vemos um buraco negro devorar uma estrela e os seus entornos de planetas e satélites pensamos na finalidade de tanta brutalidade crua do universo, que para criar terras férteis precisa explodir um vulcão, que para ter chuvas abundantes precisa de trilhões de eletrovolts de trovões assustadores destrutivos e cegos que caem ao acaso em cima de plantas, animais e pessoas, sem alguma orientação e racionalidade, daí para a ideia humana sensorisada de um ficto equilíbrio ecológico que se baseia na acaso e na destruição criativa nos afasta de uma imagem de um Deus antropomorfisado, uma criatura serena e humanamente inteligente.

Deus é uma espécie de inteligência totalmente fora de qualquer padrão humano.

O ateu acredita que não acredita em Deus, mas o que não acredita é nessa concepção deu um Deus real, o Deus absoluto é abstrato é o próprio nada, porque o nada é maior que o universo todo. O nada inclui e contém tudo, incluso o universo. Tudo vem e veio do nada, ao contrário do provérbio latino.