quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Questão de escalas

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Questão escalas

Em Matemática, e principalmente em Física, nos deparamos com o processo de dimensão que é metodicamente tratado em escalas, dentro de cada escopo, podemos principalmente nos deparar com o maior problema ainda não resolvido politicamente entre os dois países e o restante do mundo que lutam para acomodarem culturalmente as mesmas escalas utilizada pelo restante dos 194 países.

Somente os Estados Unidos da América do Norte e a Libéria utilizam oficialmente e culturalmente as medidas de capacidade, dimensão e dinâmica baseadas em costumes medievais e monárquicas britânicas representadas em divisões de: polegadas, milhas, libras, onças, que já causaram dois grandes acidentes graves tecnológicos por causa da confusão entre as dimensões de centímetros e polegadas justamente um deles no primeiro lançamento inaugural do primeiro foguete chamado Ariane que hoje é um sucesso comercial do consórcio europeu de lançamento de satélites que por causa da mistura de engenheiros ingleses e franceses não perceberam que parte do software misturava centímetros com polegadas, resultando na autodestruição do foguete de milhões de dólares, francos, euros.

Quando o piloto confunde galões com litros ou toneladas de combustível com libras no abastecimento da aeronave a diferença de um galão de 3,7 litros com uma tonelada com mil libras pode causar uma pane seca e derrubar uma aeronave, isto é muito sério.

Não é fácil eliminar as discrepâncias e divergências, diversidades desde que um cidadão norte-americano não consegue entender psicologicamente a diferença entre estar num automóvel a 60 milhas por hora e estar informado da velocidade de 100 quilômetros por hora.

Para os físicos existem duas dimensões bem distintas: o mundo dos nano, pico, e o mundo dos anos luz, parsec.

Estes mundos estão em extremos opostos em dimensão de escalas: bilionésimos de metros, e, bilhões de metros. 

Assim como o motorista norte-americano não compreende sensorialmente em sua sensibilidade cognitiva o que seria viajar a 100 quilômetros por hora, não sabe dizer se é lento ou rápido, ele entenderia muito bem se disser que são 60 milhas por hora.

Estes referenciais culturais são bastante subjetivos. Para nós humanos o tamanho da nossa galáxia a via láctea é um espaço infinito, jamais poderíamos percorrer a nossa pequena galáxia de um extremo ao outro.

Quando falamos em tempo infinito nos é suficiente pensar em 10.000 anos, e em dimensão de distância a estrela Betelgeuse visível no céu situada a 800 anos luz de distância está na prática no infinito.

Nos fizeram acreditar que precisamos pensar em 13,4 bilhões de anos como o início do universo; nenhum ser humano pode contar os números de um a um até um bilhão; a questão da dimensão precisa ser colocada em termos realmente humanos, dentro de certas limitações humanas: vejamos.

Toda riqueza produzida na humanidade por ano pode ser contada e medida em 112 trilhões de dólares; a produção total de automóveis em um ano em todo o mundo é de 100 milhões de automóveis; a população da terra é de 7,5 bilhões de seres humanos; sabemos o peso e o tamanho da terra, a velocidade orbital e a velocidade de rotação; passo a passo vamos chegamos aos limites cognoscíveis para os humanos compreenderem o universo; o resto é apenas especulação matemática e estatística.

Podemos calcular toda a massa do universo conhecido, por estimativa, e portanto a quantidade de matéria existente em todo o universo conhecido, fizemos isso através de cálculos de aproximação pela astrofísica.

Para nós humanos basta o nosso sistema solar como nosso limite físico; pense que o planeta mais distante precisa de nove anos de viagem espacial pelos foguetes mais potentes para serem alcançados; para irmos ao nosso sol precisamos de uma viagem de 6 meses para se atingido por um satélite lançado da terra; a maior velocidade alcançada por um veículo feito pelo homem foi alcançada pelo satélite colocado nas proximidades do sol, atraída pela força gravitacional do sol atinge no perigeu 700 mil quilômetros por hora.

Tudo isso para dizer que para nossa Física não faz diferença na escala de dimensão do universo, se o bigbang aconteceu a 13,4 bilhões de anos ou se foi a 48 bilhões de anos, nosso limite de cognição e de sensibilidade não ultrapassa o nosso sistema solar, daqui jamais sairemos, como o motorista norte-americano que não consegue imaginar seu automóvel a 100 quilômetros por hora, mas é capaz de perceber que 60 milhas por hora é uma velocidade elevada que requer muita atenção no volante do seu carro, para uma aeronave essa mesma velocidade é como estar parada, e para um navio é muito rápido e perigoso como em uma bicicleta a esta mesma velocidade: tudo depende da escala.

Cem anos de vida para um ser humano é um desafio de sobrevivência do mesmo jeito que 100 milhões de anos para uma rocha qual já começam a aparecer as rachaduras e os sinais de tempo passado.

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