domingo, 27 de outubro de 2024

Não existe o pecado

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Não existe o pecado



Porquê somente as religiões falam em pecado?

É com o juiz falar em contravenção, crime e delito.

Não existe crime sem lei anterior que o estabeleça e o defina dentro de uma determinada jurisdição.

Qual o pecado? Estão descritos nos ritos religiosos.

Qual a jurisdição do pecado? A igreja, isto é, a associação de fiéis admitidos como seguidores ou membros de religião ou crença.

Excetos os USA nenhum país julga pessoas por crimes ou delitos fora de sua jurisdição territorial e de sua competência legal.

Para se declarar um pecado, assim como para se declarar um crime, contravenção ou um delito é preciso prescrever uma regra que não pode ser violada dentro de uma jurisdição e sendo reconhecida a competência legal para julgar e punir fazendo o ajuizamento do réu e a subsunção do ato ou fato às regras e às leis vigentes, constituindo um julgamento e a cominação das penas ou a absolvição, considerando as atenuantes e agravantes com direito à citação do réu, a defesa e a acusação devidamente reguladas.

Portanto, o pecado são transgressões às cerca de 800 regras do judaísmo, aproximadamente, ou às regras estatuídas pela associação da igreja a que esteja subordinado o crente e em caso de países onde a religião é compulsória no seu território legal da nação, a quebra dos estatutos religiosos se constitui o pecado.

Eu não tenho pecado.

Nunca fui punido pela Federação de Tênis, nunca joguei tênis; ainda não fui punido pela FIA não sou piloto de carros de Fórmula 1 sua jurisdição não me alcança; pessoas fora das religiões são consideradas pecadoras? Como pode isso? Estão fora das regras e as desconhecem porque estão fora das jurisdições religiosas!

Eu não faço parte de qualquer grupo religioso ao qual eu deva obrigações de seguir os seus estatutos, portanto, fora da jurisdição religiosa e sendo portanto fora de países teocráticos não sou compulsoriamente obrigado a conhecer de suas leis e estatutos religiosos e espirituais.

O pecado não existe, portanto, aqueles que reconhecem os estatutos religiosos estão submetidos voluntariamente às consequências enquanto permanecerem filiados às associações religiosas, exceto os estatutos teocráticos que violam o direito de escolha, foi portanto esta a razão de tantas confusões sobre o pecado de Eva e de Adão se universalizarem passando da pessoa de Eva para todos os seus descendentes, por violarem os estatutos do criador na lenda da bíblia em Gênesis, embora não existisse uma religião para Adão e para Eva havia duas leis, apenas duas, na humanidade: não comer dos frutos de duas árvores, e Adão e Eva violaram a metade de todos os dois estatutos.

Apenas para o povo judeu foi introduzida em levíticos a expiação dos pecados pelo sacrifício animal e pelas oferendas, ninguém mais fora do judaísmo foi compelido a fazê-lo.

Como eu não fiz parte da decisão de Adão e de Eva, assim como os aborígenes das América não sabiam da proibição nem da existência de Eva, assim como os loucos e os bebês não tiveram consciência das leis violadas nos estatutos mesmo assim foram punidos com a pena de morte por afogamento no dilúvio, salvando-se Noé e sua pequena família, porque sabiam do ocorrido próximo, talvez tivessem pecados, nunca vamos saber, por que o aviso era para que todos entrassem na arca e não foi solicitado que se arrependessem dos pecados para entrarem na arca para se salvarem apenas acreditassem em Noé que previu ou profetizou o dilúvio.


Nenhum comentário: