terça-feira, 24 de junho de 2025

Evolucionismo versus criacionismo?

Roberto da Silva Rocha, professor universitário e cientista político

Evolucionismo versus criacionismo?



O grande debate entre os dois pólos opostos sobre a genealogia das ideias sobre a origem da vida, na terra, por óbvio, - se me referir à vida no geral estou extrapolando, ou desbordando do escopo do debate sobre as origens da vida -, esconde o verdadeiro dilema sobre as diferenças que opõem as duas principais vertentes sobre a pergunta: de onde; como; e quando surgiu a vida?

A maior diferença entre as duas maiores vertentes sobre o debate da origem da vida foi escondida através da metáfora mais central, de que os dois lados em debate não esclarecem.

O evolucionismo.

O modelo explicativo científico sobre a origem da vida começa pela metafísica de onde aduz que a matéria insensível aposta no acaso, na brutalidade de um modelo de universo sem inteligência e que funciona pelo excesso de tentativas no limite do infinito, e nessa regressão ao infinito somente a sorte e o acidental podem construir e substituir a inteligência pura e imaterial, obviamente não-espiritual, ou a-espiritual, pelo modelo probabilístico puro simples trabalhando na força bruta, apenas para provar que não precisa de: intencionalidade, nem a inteligência, nem de uma interferência proposital ou de outra coisa que não fosse a lógica do feedback ou da lógica do indutivismo da lei dos grandes números, ou seja, do determinismo de fatos consumados explicando a posteriori as causas verdadeiras: ou seja; as consequências ou os resultados explicam e escolhem as causas.

As coisas dão certo porque as causas certas estavam presentes antecipadamente e casualmente, mas, certamente, o resultado é quem justifica e cria as causas, numa causalidade invertida.

O Evolucionismo explica e justifica as causas pelos fatos consequentes, e não o contrário, dado que não é toda causa que produz determinado resultado previsto ou previsível, somente apenas um conjunto pós determinado de causas derivadas dos resultados, onde os efeitos justificam as causas.

Os efeitos criam e explicam as causas verdadeiras.

Este mecanismo heurístico da lei do evolucionismo das espécies é uma causação inversa onde não se sabe antecipadamente se todas as leis da evolução vão funcionar: apenas se sabe que funcionaram porque deram os seus efeitos nunca antecipadamente pelas mesmas leis.

Esse é o problema epistemológico de se excluir totalmente a inteligência e a previsibilidade no método evolutivo.

Não existe intencionalidade, nem existe uma inteligência por trás da evolução, a evolução é burra, não inteligível, e imprevisível, constitui um sistema de crenças na burrice e na total falta de: informação e controle; planejamento e divisão de funções e tarefas no processo; falta de objetivo e de finalidade.

O evolucionismo é uma aberração no mundo da: informação, da organização, da inteligibilidade, racionalidade. Falta-lhe finalidade.

Pressupostos do evolucionismo:

a) não existe inteligência no universo material;

b) as consequências (os efeitos - os fatos) explicam e justificam as suas causas;

O criacionismo.

O criacionismo não busca trazer a inteligibilidade nem a racionalidade em seu propósito explicativo, mas acena para a presença central de inteligência na equação da vida como um projeto dotado de coerência, racionalidade, controle, administração e previsibilidade.

Extraindo a hipótese de que a criação pressupõe um criador, excluindo a figura do criador como ator ativo, a inteligência, não sendo um espírito, nem algo material, seria então imanente ao universo sem ser parte de qualquer espécie de ente no universo, apenas um sistema de informações e como tal um conjunto de dados organizados e pertencendo a um protocolo que pode ser manipulado por um software que organiza o universo e se apresenta para a inteligência humana com a forma de leis científicas, ou um conjunto decifrável e cognoscível de leis da natureza a qual chamamos de disciplinas científicas.

Quem ou o que manipula o conhecimento das leis do universo e como faz isto?

O conhecimento chamado criacionismo introduz a variável ou o fator omitido pelo evolucionismo que exclui a inteligência por imaginar ser totalmente desnecessária a inteligência como parte do processo de desenvolvimento e da criação da vida.

Pressupostos do criacionismo:

a) o universo é inteligente;

b) O universo é proativo e não simplesmente passivo e responsivo.



Conclusões:



Para vencer este impasse, autoadmitido de que não existe inteligência no universo, os evolucionistas criaram uma autojustificativa que elimina a necessidade de leis da natureza que não seja o acaso burro e indiferente, apenas reativo sem nenhuma proatividade, inteligência e previsibilidade, tudo é matéria, tudo é tosco, tudo é sem sentido, tudo é sem propósito, e no final o propósito surge da própria utilidade circunstancial atestada e aprovada e aproveitada pelo meio ambiente sem um projeto ou design racionalmente premeditado.

Não existe propósito nem finalidade porque não admite a inteligência com parte de seu conceito puro: a ciência é mero acidente.

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